segunda-feira, 21 de novembro de 2016
Pio, o pica-pau
Entre vários moradores que temos na Vila do Sossego (nome da nossa casa), hoje encontramos o Pio, um pica-pau (até então não tínhamos certeza de que era um, apesar da cabeleira vermelha). Bela havia caçado um passarinho, e em seguida Guga encontrou Pio caído no chão (não sabemos se ele era a caça de Bela, mas tudo indica que não - ele não teria sobrevivido à mordida certeira dela).
O bichinho estava assustadíssimo, com uma aparência deplorável, todo encharcado. Piava muito alto, principalmente quando tentávamos ajeitar as asas dele numa caixa que forramos com panos para mantê-lo aquecido.
Eu nunca tinha socorrido um passarinho, então não tirei o olho dele o tempo todo. Coloquei água numa seringa e ia dando gotinhas para ele. Amassei um pouco de banana para dar-lhe de comer. Aos poucos, ele foi relaxando, e até dormiu. Demos uma saída rápida, tomando o cuidado de deixá-lo dentro do barracão, para evitar uma visita de Zen com instintos de caça reavivados (mas ele nem se interessou muito por Pio). Quando voltamos, Pio já estava quase seco e parecia ter fome, abrindo o bico como quem espera a mãe trazer o alimento.
Consegui que ele comesse um pouco de banana. Logo ele quis levantar voo, e acabou voando para mim, vindo estacionar no meu ombro direito. Colocamos o pajarito na pitangueira, e a primeira coisa que ele fez foi bicar a árvore - pronto, não havia mais dúvida de que era um pica-pau (o primeiro que consegui ver, e tão perto - todas as vezes que Guga me chamava para ver um, o bicho sumia antes de eu chegar).
Acabamos levando Pio para a mangueira ao lado da qual Guga o encontrou. Surpreendentemente, o quase moribundo passarinho subiu agilmente pela árvore, usando as garras e as asas. Sumiu-se lá em cima. Foi ser rouge na vida.
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