Outro dia assisti a Malévola, uma releitura de Robert Stromberg para a fada má de A bela adormecida, protagonizada pela bela e talentosa Angelina Jolie. Já tinha achado o trailer interessante, mas demorei a ver, aproveitando agora a oportunidade de tê-lo no Netflix.
E adorei. Tudo é muito bem-feito, a atuação de Jolie não decepciona e, ainda por cima, o roteiro é um libelo feminista em tom de conto de fadas. O amado de Malévola corta-lhe literalmente as asas, algo que vemos as mulheres sofrerem todo dia, na forma de mutilações físicas e psicológicas. Ela perde parte de seu poder mágico, mas não sua inteligência. Perde também parte de sua capacidade de amar, mas irá recuperá-la nos cuidados (inicialmente não bem-intencionados) com sua afilhada, Aurora.
O beijo de amor verdadeiro que salva Aurora, aliás, não é o do príncipe (spoiler forte, lo siento), mas o que Malévola lhe dá quando a julga perdida para sempre por sua maldição. E é Aurora quem lhe devolve as asas cortadas e, portanto, seu poder, sua identidade. Isso me fez pensar na rede de amor necessária entre mulheres contra a opressão machista.
Por fim, Aurora resolve viver com sua madrinha, e não no palácio. Malévola recupera seu poder e vive satisfeita num lugar não regido por homens, aliás, um lugar onde ninguém se sobrepõe a ninguém. Um final realmente feliz, com cada um sendo quem deseja ser, e não o que se espera que seja.
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