Já falei e repito: amo transformar. Pensamento em arte, sentimento em texto, natureza em alimento. Lançar fora toda estagnação. Além da escrita, do desenho e do bordado, o cozinhar para mim é uma perfeita tradução da alquimia, que ainda pode ter como efeito, além de paz e alegria, a boa saúde.
Por incrível que pareça, ainda tinha na geladeira dois pequenos inhames da feira da Reforma Agrária. E tinha beterrabas (que sempre prefiro processar de algum jeito para não comer cruas ou só cozidas). Comer raízes, bulbos e tubérculos é ótimo para a saúde física, mas também mental: nos enraíza mesmo, coloca nossos pés no chão, equilibra o Vatta, segundo o Ayurveda. Por que não, então, juntar inhame e beterraba num pão? A textura do inhame, bem elástica, é perfeita para isso, e a beterraba contribui com cor e nutrientes. Ainda me ocorreu acrescentar um pouco de alecrim fresco picado.
O pão ficou super fofo e muito saboroso, o gosto da beterraba (aquele azedinho típico) é muito sutil. Mas é claro que eu, que sou do "agito transformador", tinha que desenformar o pão ainda meio quente, e um pedacito ficou na forma. Nada grave, porém, nada que atrapalhasse sua adequadíssima degustação.
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