Não, não são sintoma de icterícia, hepatite ou do hábito de fumar. São simplesmente unhas cobertas de verniz amarelo; mais especificamente, do esmalte Amarelo Real, da Risqué.
As moças que quiserem experimentar vão conseguir um efeito de choque. Nas breves 24 horas em que minhas unhas ficaram pintadas com essa cor, ouvi comentários de todo tipo, inclusive os elencados acima. O que mais me chamou a atenção, porém, foi o fato de virem quase todos da ala masculina. Conservadorismo? Ou será que os moços estão mais atentos ao que acontece ao redor? Hummmm, algo para se pensar!
Não é que queira defender o amarelo como cor da moda - achei até que ficava eu mesma muito amarela com aquelas unhas. Mas vi acontecer algo parecido quando usei galochas decoradas pela primeira vez, há dois anos. Olhares indisfarçados, masculinos e femininos, por onde passava - fenômeno sociológico interessante, em especial num lugar onde galochas, decoradas ou não, são praticamente um produto de primeira necessidade.
Forçando um pouco o gancho (com base, contudo, em eventos correlatos), é bem curioso que numa cidade tão grande, uma megalópole, tantas coisas miúdas ainda provoquem espanto e coisas de espantar assomem normais. Até parece que aquela Pauliceia cantada por Mario de Andrade só fez crescer, mas em nada mudou seu espírito controverso, gigante e provinciano...
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Tudo de bão
Cabeceira
- "Arte moderna", de Giulio Carlo Argan
- "Geografia da fome", de Josué de Castro
- "A metamorfose", de Franz Kafka
- "Cem anos de solidão", de Gabriel García Márquez
- "Orfeu extático na metrópole", de Nicolau Sevcenko
- "Fica comigo esta noite", de Inês Pedrosa
- "Felicidade clandestina", de Clarice Lispector
- "O estrangeiro", de Albert Camus
- "Campo geral", de João Guimarães Rosa
- "Por quem os sinos dobram", de Ernest Hemingway
- "Sagarana", de João Guimarães Rosa
- "A paixão segundo G.H.", de Clarice Lispector
- "A outra volta do parafuso", de Henry James
- "O processo", de Franz Kafka
- "Esperando Godot", de Samuel Beckett
- "A sagração da primavera", de Alejo Carpentier
- "Amphytrion", de Ignácio Padilla
Boa! Não se preocupe, esse fato com suas unhas é apenas mais um dos indicativos da chatice na qual o mundo vem entrando e entranhando com velocidade total. Não podemos mais fumar sentados em uma mesa na calçada. Não podemos conversar dentro do nosso apartamento depois das 22h. Não podemos mais emitir opinião, sem sermos taxados de julgadores e preconceituoso. Daqui a pouco não poderemos nem mais xingar a ma~e do juíz. São sintomas do mundo cinza que nos aguardo, um mundo onde todos são padronizados, só aceito o diferente se o diferente for como eu.
ResponderExcluirSabe que essa história das unhas amarelas teve episódios engraçados? Vi gente bem próxima dando pulos de susto. Mas ouvi também umas falas mais "deslocadas". Porque hoje muita gente se acha no direito de dar palpite sobre qualquer coisa que não lhe diga respeito. Ou seja, os problemas coletivos são deixados de lado em prol de uma invasão da vida privada. Que doideira!
ResponderExcluirtomando sua ultima fala So: "os problemas coletivos são deixados de lado em prol de uma invasão da vida privada"...
ResponderExcluirBoa colocação... Ate onde vai o privado e o coletivo?!
Com certeza, unhas amarelas (ou verdes, ou azuis como as minhas andaram a pouco) são sem duvida algo totalmente privado que pode vir de tendencias fashionistas atuais, ou simplesmente, gostar da cor e ponto final.
Experimentei uma reação igualmente vinda de um grupo de projetista (todos homens) dado o fato das minhas unhas verde- bandeira.
Os comentarios foram engraçados, mas contidos, ja que sou a chefe de equipe (?!)
Com certeza, o que me faz parar para pensar é não é sobre o exemplo sobre o fumar na calçada (que p mim impacta no coletivo), mas sim na " dita surpresa" em uma megalópole frente ao simples ato de envernizar unhas de cores nao tradicionais, mas mesmo assim que estão em voga.
Megalopolis do Jeca tatu
Sô,
ResponderExcluirComo você bem sabe, eu venho de Jakutinga City, um pontinho liliputiano no mapa de Minas Gerais onde todos se arvoram em juízes da vida alheia e geralmente ignoram a sujeira do próprio umbigo. Apesar da procedência provinciana, defendo até a morte a quebra de tabus por meio da criatividade. Desde já declaro meu apoio irrstrito aos esmaltes heterodoxos e às galochas idem.
Agora, cá entre nós... quem falou que sua pintura unhal parecia amarelado de nicotina fui eu, né? Eh, eh!
Beijim, beijim
Marcelo
Kacau,
ResponderExcluirmesmo longe, acabamos vivendo coisas parecidas, hein? Mas faça como eu: saia andando.
beijos,
Má
Marcelino, sei que você é um profundo defensor das liberdades individuais - esta é umas razões por que você é meu amigo! : )
ResponderExcluirRealmente, lembro-me de algum comentário sobre a nicotina... tsc, tsc
Mas como você não foi o único, ok, está perdoado. hahahaha
beijocas,
Sô