Soubemos ontem que Kong é um cãozinho cardiopata. Ele foi diagnosticado com cardiomiopatia dilatada. Só descobrimos porque, na última quinta, dia de faxina, ele avançou sobre um monte de cascas de coco, que não sabemos se ele comeu ou não, e mais tarde tombou no escritório de Guga, que, em princípio, ficou em dúvida se tinha sido um desmaio ou um tropeço. No mesmo dia, no final da tarde, ele começou a tossir forte na minha frente, logo pensei no coco. Em seguida, em mais um acesso de tosse, caiu duro diante de nós, mas levantou rapidamente.
Fiquei em pânico, querendo levá-lo pra emergência, acionando sua veterinária, fazendo pesquisa na internet. Atualmente, estamos sem carro, e não há pronto-socorro veterinário por aqui; claro que, quando ele caiu duro pela segunda vez, já era noite. Ainda tentei achar um uber pet, taxista, qualquer pessoa que levasse um cachorro no carro para Lauro de Freitas, mas não rolou.
Fiquei em pânico, querendo levá-lo pra emergência, acionando sua veterinária, fazendo pesquisa na internet. Atualmente, estamos sem carro, e não há pronto-socorro veterinário por aqui; claro que, quando ele caiu duro pela segunda vez, já era noite. Ainda tentei achar um uber pet, taxista, qualquer pessoa que levasse um cachorro no carro para Lauro de Freitas, mas não rolou.
Consegui falar com Jô, que disse para deixarmos Kong em jejum até a manhã seguinte. Como não ia conseguir dormir, tensa com a tosse meio desesperada, e ele ainda tombou pela terceira vez logo que nos deitamos, fui trabalhar, até 3h, quando Guga me rendeu. Percebemos que ele se acalmava, e parava de tossir, se estávamos perto e falávamos com ele.
Dia seguinte, fomos logo para a clínica. A veterinária colheu sangue, mediu a pressão, auscultou e fez um eletrocardiograma. Ela indicou logo a arritmia, que poderia ter sido causada pelo corpo estranho dificultando a oxigenação mas também por um problema cardíaco preexistente. Prescreveu o raio-x urgente, e lá fomos nós de novo, atrás de alternativas para pessoas sem carro - quando não deu certo alugar um carro, que não tinha voltado da revisão, e eu já estava conformada com ter de esperar até segunda, se meu cachorro resistisse, já que o laboratório em Vilas não funciona aos sábados e não adiantaria pegar emprestado o carro da sogra, Fernanda, a veterinária, ligou para me falar do eletrocardiograma e passar o contato do raio x móvel - que eu já tinha tentado contatar sem sucesso, mas então soube que eles haviam mudado de nome. Entrei em contato, eles responderam rapidamente e, sim, podiam vir naquele dia até nós. O pessoal da clínica, autorizado por Jô, nos recebeu e à equipe do raio x para fazermos o exame. Lá foi Kong, pela segunda vez no mesmo dia, ser segurado, apalpado, levantado, virado, comportando-se lindamente, mas sempre nos buscando com os olhos. Galera do Imagem Animal, maravilhosa, nos apontou que, em princípio, não estavam localizando o corpo estranho, o famigerado pedaço de coco que levantou nossas suspeitas.
Fernanda, super proativa e preocupada, entrou em contato com uma veterinária cardiologista, que topou vir no sábado nos atender. Nada de medicação, por enquanto, e passamos mais uma noite velando o sono dele - fui dormir no sofá do escritório, e cada vez que ele tossia forte eu o acalentava, e ele se acalmava, bebia água, dormia. Foi um pouco mais tranquilo na segunda noite, provavelmente porque ele também estava exausto e estava poupando energia.
Fernanda, super proativa e preocupada, entrou em contato com uma veterinária cardiologista, que topou vir no sábado nos atender. Nada de medicação, por enquanto, e passamos mais uma noite velando o sono dele - fui dormir no sofá do escritório, e cada vez que ele tossia forte eu o acalentava, e ele se acalmava, bebia água, dormia. Foi um pouco mais tranquilo na segunda noite, provavelmente porque ele também estava exausto e estava poupando energia.
No sábado, lá fomos nós de novo. Lídia, a veterinária cardiologista, logo chegou. Primeiro, depois de ver o laudo do raio-x, que realmente não acusava corpo estranho nas vias respiratórias superiores, mas um pouco de inflamação no pulmão, ela disse que devíamos fazer uma endoscopia imediatamente, para ver se o corpo estranho tinha descido mais ou se estava ali e não conseguíamos ver por falta de contraste. No entanto, quando começou a fazer o ecocardiograma, viu logo que o ritmo cardíaco de Kong estava devagar quase parando - quase chorei nessa hora, vendo a linha sistólica quase reta. Ela então receitou medicação para tratarmos o coração, além de repouso (e vamos ter que delimitar a área externa em que ele fica, sobretudo à noite, quando fica mais ativo e quer perseguir gatos e sariguês visitantes) e alimentação adequada (biscoitos comuns nunca mais). No final da tarde de sábado, já iniciamos a medicação, e Kong tossiu muito pouco, só nos acordando à 1h30 porque queria fazer xixi (já esperado, porque um dos remédios é diurético). Depois, dormiu até de manhã, e nós também, finalmente.
Lemos bastante desde então sobre cardiopatia canina. Ele pode viver ainda muitos anos, mas também pode partir a qualquer momento, se tiver um edema pulmonar. O diagnóstico mudou completamente nossa relação com ele. Vamos garantir a maior qualidade possível de vida, dentro dos nossos recursos - porque ser saudável é caro, para humanos e outros animais.
Resolvi finalmente escrever uma história para ele. Já um agradecimento pelo tempo de vida que ele tem nos concedido, uma memória desse convívio, que esperamos seja ainda muito longo.