Depois de 13 anos, eu e Guga resolvemos nos separar.
Apesar da melancolia (e não dor, porque evoluí bastante nos últimos dez anos) desse final, vivemos o alívio de tomar uma decisão, de nos abrirmos justamente à incerteza da vida, que pode trazer coisas maravilhosas.
E quando nos abrimos ao fluxo, como diz minha querida amiga Marisa, tudo acontece. E tudo muda mesmo, todo cambia, como na canção de Mercedes Sosa que Marisa me enviou há dez anos. Estou aprendendo a deixar que o antigo amor se torne uma boa amizade, até em respeito a tantas coisas vividas, boas e más. A não esquecer o que pode ter sido bom, a não jogar tudo fora, porque seria o mesmo que apagar minha própria evolução, negar minha caminhada. Isso não, isso nunca.
Foi um longo caminho, noite adentro e também sob o sol. Buscando dar o melhor de mim ao mesmo tempo que enfrentava meus demônios, e aprendendo, sobretudo, o que realmente é importante na caminhada com o outro: dar as mãos, olhar nos olhos, sem jamais esquecer de si mesmo. E quando é tempo de soltar as mãos, soltamos. Respeitamos que os caminhos que se cruzaram sigam paralelos, sem se perder de vista enquanto valer a pena que assim seja. Podem recoincidir, ou não.
Enchemos os pulmões de ar e seguimos, bravamente.
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