Outro dia, recebi uma (raríssima) mensagem do meu irmão mais velho, avisando-me sobre um concurso público para um cargo em São Paulo. Agradeci pelo cuidado e disse que buscaria algo na minha nova morada. Ele ainda se deu o trabalho de insistir sobre a importância do concurso para o caso de minha "nova vida não dar certo". Finalizou com um "pense bem".
Na verdade, eu pensei. Juntei a experiência pregressa de um relacionamento que ora se renovava com o desejo de um futuro diferente, bem mais simples. Minha própria escolha foi simples, baseada na premissa de que as coisas durem enquanto forem boas. Não me preocupo mais com o quando, mas com o quanto.
Talvez por isso, desde que cheguei, tenha internalizado tão bem a nova vida, provocando o espanto de muita gente. Tem sido bom porque é o que quero hoje, enquanto tempo quiser.
Não tema, pois, meu irmão: como os gatos, eu caminho bem no escuro da incerteza. A me guiar, tenho a clareza acerca da impermanência de todas as coisas. Não tema, pois eu não temo.
domingo, 3 de janeiro de 2016
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Tudo de bão
Cabeceira
- "Arte moderna", de Giulio Carlo Argan
- "Geografia da fome", de Josué de Castro
- "A metamorfose", de Franz Kafka
- "Cem anos de solidão", de Gabriel García Márquez
- "Orfeu extático na metrópole", de Nicolau Sevcenko
- "Fica comigo esta noite", de Inês Pedrosa
- "Felicidade clandestina", de Clarice Lispector
- "O estrangeiro", de Albert Camus
- "Campo geral", de João Guimarães Rosa
- "Por quem os sinos dobram", de Ernest Hemingway
- "Sagarana", de João Guimarães Rosa
- "A paixão segundo G.H.", de Clarice Lispector
- "A outra volta do parafuso", de Henry James
- "O processo", de Franz Kafka
- "Esperando Godot", de Samuel Beckett
- "A sagração da primavera", de Alejo Carpentier
- "Amphytrion", de Ignácio Padilla
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