Cinema a qualquer hora para nós é coisa do passado. Afora o fato de dar um trabalhão ir a Salvador para assistir qualquer coisa, os filmes saem de cartaz em poucos dias - os que nos interessam, quando entram em cartaz, ficam em cinemas mais distantes, pequenos e com poucos horários. Desse modo, ver um filme tornou-se uma epopeia.
Mas queríamos muito assistir a Yesterday, uma fantasia divertida de Danny Boyle, diretor do maravilhoso Quem quer ser um milionário, e de Richard Curtis, roteirista de Love actually, que eu amo. Na realidade distópica que temos vivido, mais vale imaginar por alguns momentos como seria o mundo sem os Beatles.
Ainda por cima, a única sala em que era exibido o filme no shopping mais próximo era uma sala VIP, com direito a serviço de bordo e poltronas reclináveis com controle eletrônico. Nada mal para nos desligar por duas horas do caos político e social em que temos vivido, para nos salvar da total desesperança.
E ainda há quem pergunte para que serve a arte.
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