Nunca tinha me aventurado no preparo de uma feijoada. Mas ouvir o namorado falar de um jeito tão saudoso de um bom feijão me fez pegar em armas, utensílios e "pertences" e ir à luta.
Peguei duas receitas na internet para fazer uma comparação e consultei um especialista em feijoada, meu ex-chefe Fernando. De cada um dos modus operandi tomei o que me parecia mais interessante e coerente, defini um novo tempo de preparo e acrescentei meus próprios ingredientes na finalização (o principal ingrediente, claro, é a paciência, para dessalgar, desengordurar, acrescentar cada tipo de carne no tempo certo etc.).
Os truques básicos utilizados:
- manter uma proporção de mais ou menos 1:2 entre feijão e carnes/embutidos (meio quilo de feijão e um quilo de carnes dá para seis pessoas se lambuzarem);
- deixar o feijão umas 4 horas de molho (não muito mais que isso, ou ele vai desmanchar no cozimento com as carnes);
- dessalgar as carnes por pelo menos 12 horas, trocando a água 3 ou 4 vezes;
- tirar a gordura das carnes: primeiro colocá-las separadamente em uma vasilha com água fria e limão, lavar em água corrente e então mergulhar cada tipo de carne em água quente com um pouco de pinga por 20 minutos - passar então para a retirada mecânica da gordura, na ponta da faca;
- acrescentar as carnes (após uns 40 minutos de cozimento do feijão somente em água que cubra os grãos pelo menos dois dedos) por grau de dificuldade de cozimento - por exemplo, carne-seca, lombo e costelinha, nessa ordem -, com um intervalo de 20 minutos entre uma carne e outra;
- acrescentar os embutidos (paio, toucinho, linguiça, previamente cortados em lâminas);
- depois de mais uns 20 minutos de cozimento, em fogo baixo, com a panela tampada, preparar o refogado, com azeite (ou a gordura de um pouco de bacon), cebola, cebolinha, salsa, uma pimenta-malagueta picada, alho - e nadica de sal;
- retirar então um pouco de caldo e grãos de feijão e esmagar, misturando ao cheirosíssimo refogado - a mistura mágica vai para a panela, onde apura mais um pouco;
- se ainda ficar muito salgado, acrescentar uma batata crua descascada por alguns minutos - um pouco mais de água também faz milagres!
E voilà, o prato, acompanhado pela couve só de leve assustada pelo azeite quente (para não perder a crocância), um arroz branco básico e a farinha copioba branca transformada em farofa de manteiga por Guga, beirou, modéstia às favas, o impecável!
O que pode ser melhor num domingo nublado, após o cumprimento de um dever cívico, na companhia perfeita?
So, apesar de ter acabado de voltar do Sujinho, onde comi uma bisteca inteira com acompanhamentos, deu água na boca! Um dia eu chego lá! Bjo
ResponderExcluirHummm, o Sujinho é hors-concours, Fá! Ótima pedida no feriadão!
ResponderExcluirbeijos,
Sô
Só o texto já deu água na boca, Sô! Você está se superando, hein???
ResponderExcluirbeijoca
Tam, como estás?
ResponderExcluirAh, defendo a tese de que qualquer um que aprecie de verdade um bom prato é capaz de se arriscar na cozinha - sou exemplo vivo disso! ;)
beijocas,
Sô