quinta-feira, 8 de setembro de 2011

De passagem

Wagner Priante inaugurou no dia 5 sua Eu ofereço. A exposição ficará na Passagem Literária da Consolação até final de setembro.
Muito a propósito, as belas peças de cerâmica evocam diferentes momentos de um rito de passagem, saudam a natureza, o ancestralismo tão esquecido em nós, em nossa correria cotidiana. E nos convidam à quietude.
O espaço escolhido, aliás, é percorrido pelos paulistanos que querem se ofertar um caminhar mais vagaroso, sem a ameaça das buzinas lá de cima - minutos a mais numa curta passagem subterrânea: uma diferença enorme no mundo do tempo escasso da superfície. E não é ilusão a música clássica no meio de livros e obras de arte.
Wagner me contou que, enquanto montava a exposição, um garotinho, que provavelmente passa por ali todos os dias, a caminho da escola, disse para a mãe que "daquelas ele gostava". Que melhor crítico, de olhos treinados mas desprovidos de vícios, poderia haver?

6 comentários:

  1. Ah, alvíssaras! Wagner Priante para todos! Adorei.

    ResponderExcluir
  2. Adorei, Sol. Mas sou suspeito... Mas que os olhares sejam compartilhados. bjs

    ResponderExcluir
  3. Oi, Sô, Wagninho, ontem, lendo um artigo do filósofo e mitólogo Marcos Ferreira dos Santos, li uma transcrição do yanomami Davi Kopenaua que me tocou muito:
    "o ocidental necessita da palavra escrita pois sua palavra está repleta de esquecimento, o que já não ocorre com a palavra ancestral: ela vive em nossa alma, nossa pele, nossos pensamentos."

    Viva a palavrimagem ancestral, que nos cala na pele.

    ResponderExcluir
  4. Uau, isso tudo, a exposição e o que vocês disseram, é pura poesia viva... Viva a poesia(,) viva!

    ResponderExcluir
  5. Di, se puder, vá visitar com a Ná - aproveite que estão pertinho. :)
    beijos,

    ResponderExcluir

Cabeceira

  • "Arte moderna", de Giulio Carlo Argan
  • "Geografia da fome", de Josué de Castro
  • "A metamorfose", de Franz Kafka
  • "Cem anos de solidão", de Gabriel García Márquez
  • "Orfeu extático na metrópole", de Nicolau Sevcenko
  • "Fica comigo esta noite", de Inês Pedrosa
  • "Felicidade clandestina", de Clarice Lispector
  • "O estrangeiro", de Albert Camus
  • "Campo geral", de João Guimarães Rosa
  • "Por quem os sinos dobram", de Ernest Hemingway
  • "Sagarana", de João Guimarães Rosa
  • "A paixão segundo G.H.", de Clarice Lispector
  • "A outra volta do parafuso", de Henry James
  • "O processo", de Franz Kafka
  • "Esperando Godot", de Samuel Beckett
  • "A sagração da primavera", de Alejo Carpentier
  • "Amphytrion", de Ignácio Padilla

Arquivo do blog