Ontem foi a comemoração de 80 anos dos pais da minha grande amiga Karen. A festa aconteceu num clube antigo na Penha, entre amigos e familiares, tudo no maior capricho. Flores nas mesas, sapatilhas para a mulherada cair na pista, acessórios para compor o look dançante, bom serviço de bufê. E os dois, dona Enide e seu Ney, lindos, amados, alegres, comoventes.
Não bastasse a emoção de participar de um momento tão especial e perceber que o tempo escorre mesmo pelas mãos (afinal, eu os conheço há mais de 20 anos), vi ali, mais uma vez, o milagre do amor e da amizade, que acontece apesar da convivência, da rotina, das idiossincrasias de cada um. Apesar dos filhos e netos e amigos e desafetos, apesar dos dissabores e obrigações, apesar do próprio tempo. Acima das dúvidas e por isso mesmo sob um céu de dádivas. Cada um aceitando o outro também com seus defeitos e as flores que traz consigo.
Particularmente, acho cada vez mais difícil que um relacionamento dure tanto tempo, sobretudo em uma época tão volátil quanto a nossa, de coisas mais e mais virtuais e menos palpáveis. Nem Vinicius de Moraes, um revolucionário em seu tempo ao desejar que o amor fosse eterno enquanto durasse, seria capaz de imaginar a que ponto chegamos - talvez um ponto final seguido de vírgula...
Mas eu concordo com o poetinha (que faria aniversário, vivo estivesse, por esses dias) - que enquanto valer a pena o amor seja vivido intensamente, eternamente, com todas as fichas na banca, com todos os riscos (menos o de se perder de si). Pode ser que não sobreviva à própria vida, mas quem sabe? Dona Enide e seu Ney estão aí para mostrar que também é possível valer a pena por muitos e muitos anos.
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Tudo de bão
Cabeceira
- "Arte moderna", de Giulio Carlo Argan
- "Geografia da fome", de Josué de Castro
- "A metamorfose", de Franz Kafka
- "Cem anos de solidão", de Gabriel García Márquez
- "Orfeu extático na metrópole", de Nicolau Sevcenko
- "Fica comigo esta noite", de Inês Pedrosa
- "Felicidade clandestina", de Clarice Lispector
- "O estrangeiro", de Albert Camus
- "Campo geral", de João Guimarães Rosa
- "Por quem os sinos dobram", de Ernest Hemingway
- "Sagarana", de João Guimarães Rosa
- "A paixão segundo G.H.", de Clarice Lispector
- "A outra volta do parafuso", de Henry James
- "O processo", de Franz Kafka
- "Esperando Godot", de Samuel Beckett
- "A sagração da primavera", de Alejo Carpentier
- "Amphytrion", de Ignácio Padilla
Querida Solange, tudo isso é muito lindo e, mais, possível. meus pais estão com quase 68 anos de casamento. O Tonho e eu com quase 43. Adoro a instituição do casamento, luto diariamente pela manutenção do meu, e vibro quando vejo que isso produz um estímulo especial nas minhas filhas com relação ao seu próprio. Lindinhas as sapatilhas da D. Enide e do seu Ney. Um grande beijo pra eles e pra você também!
ResponderExcluirQue lindo, Talita! Esse é um belo privilégio. :D
Excluirbeijos, beijos
Obrigada So pelo amor de sempre! Voce é e sempre foi muito querida e amada por nós!
ExcluirIrmã querida, mil vezes grata por partilhar aquele momento comigo. <3
ExcluirNossa Sô, me arrepiei lendo o seu texto!
ResponderExcluirFoi exatamente isso que senti ao partilhar a soirée com todos vcs. bjo
Sô é a Rê, não consigo trocar meu handle... Vai ficar bassethound mesmo...
ExcluirOi, Rê. Bom te ter aqui! Vamos combinar outros encontros bacanas com as meninas? beijooossss
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