Orhan Pamuk ganhou o Nobel de Literatura em 2006, após ter lançado seu romance Neve. Em 1998, já havia lançado Meu nome é vermelho, que ganhou destaque anos depois. O fato é que Pamuk é hoje o principal nome da literatura na Turquia, com outros trabalhos de destaque ao longo dos anos.
Eu não havia lido nada dele até topar com Meu nome é vermelho na loja de Kindle. O nome logo me atraiu: a trama, insólita, com diversos narradores diferentes, inclusive a cor vermelha, em um cenário histórico tão interessante, Istambul no século XVI, onde acontece o assassinato de um miniaturista... Em vários momentos, me lembrei de O nome da rosa, de Umberto Eco. O mistério, o crime, saberes proibidos, a religião protegida a todo custo - mas, principalmente, pela erudição e pelo detalhamento extremos.
No livro de Eco, porém, a trama se desenrola com mais fluidez, por sua narrativa mais tradicional, o que não necessariamente é uma qualidade por si só. No caso de Pamuk, com o vaivém de narradores, um mais rebuscado que o outro, e a possível crítica/ironia usada todo o tempo, sem meias medidas, o relato é mais cansativo que instigante. Pode ser também que eu esteja destreinada desses processos mentais mais elaborados. Pode ser que eu esteja muito acostumada com o modo ocidental de narrar, tanto livros quanto filmes. Mas a verdade é que foi um custo terminar a leitura e ainda não ser surpreendida - antes, ficar aliviada com o livro ter chegado ao fim.
terça-feira, 9 de janeiro de 2018
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- "Geografia da fome", de Josué de Castro
- "A metamorfose", de Franz Kafka
- "Cem anos de solidão", de Gabriel García Márquez
- "Orfeu extático na metrópole", de Nicolau Sevcenko
- "Fica comigo esta noite", de Inês Pedrosa
- "Felicidade clandestina", de Clarice Lispector
- "O estrangeiro", de Albert Camus
- "Campo geral", de João Guimarães Rosa
- "Por quem os sinos dobram", de Ernest Hemingway
- "Sagarana", de João Guimarães Rosa
- "A paixão segundo G.H.", de Clarice Lispector
- "A outra volta do parafuso", de Henry James
- "O processo", de Franz Kafka
- "Esperando Godot", de Samuel Beckett
- "A sagração da primavera", de Alejo Carpentier
- "Amphytrion", de Ignácio Padilla
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