domingo, 13 de janeiro de 2019

O tempo na pele e na alma

Uma das coisas que herdei dos ancestrais japoneses foram as mãos - pequenas, lisas, delicadas. Até outro dia, sem manchas. A primeira vez em que reparei em manchas nas mãos foi nas de minha mãe. Manchas senis, castanhas. A idade e o sol trabalhando juntos para nos marcar de forma indelével. 
Eu uso protetor solar de forma quase religiosa desde os 20 anos (antes não, fiz os estragos necessários nas temporadas praianas), mas quase sempre esqueço as mãos. Aqui, então, em que nem o protetor consegue defender a pele dos melasmas, as mãos, lavadas muitas vezes, ficam ainda mais expostas. 
Os 50 cada vez mais próximos, portanto, já estão nas mãos, nos olhos que pedem novos óculos, em cansaços e alergias aqui e ali. 
De repente me surpreendi com até onde cheguei - e, a essas alturas, ainda querendo iniciar coisas novas. Bate a dúvida se é melhor não operar mudanças. Mas o corpo, a pele me lembram que as mudanças vêm, queira eu ou não. 

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Cabeceira

  • "Arte moderna", de Giulio Carlo Argan
  • "Geografia da fome", de Josué de Castro
  • "A metamorfose", de Franz Kafka
  • "Cem anos de solidão", de Gabriel García Márquez
  • "Orfeu extático na metrópole", de Nicolau Sevcenko
  • "Fica comigo esta noite", de Inês Pedrosa
  • "Felicidade clandestina", de Clarice Lispector
  • "O estrangeiro", de Albert Camus
  • "Campo geral", de João Guimarães Rosa
  • "Por quem os sinos dobram", de Ernest Hemingway
  • "Sagarana", de João Guimarães Rosa
  • "A paixão segundo G.H.", de Clarice Lispector
  • "A outra volta do parafuso", de Henry James
  • "O processo", de Franz Kafka
  • "Esperando Godot", de Samuel Beckett
  • "A sagração da primavera", de Alejo Carpentier
  • "Amphytrion", de Ignácio Padilla

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