Parece tão absurdo que tenhamos passado oito meses, 2/3 de um ano inteiro, em casa, mas não é. Cá estamos, ainda confinados. Ainda sem vacina, ainda com um louco a desgovernar o país. Pelo menos o Biden venceu (embora o maluco-mor não queira largar o osso), a Bolívia voltou a ter governo popular, o Chile votou pela mudança na Constituição. Seguimos no atraso, nós, brasileiros.
Por aqui, parece que é só pensar "amanhã vou voltar a caminhar" que volta a chover, tipo hoje. Passamos a quarentena na chuva, porque agora chove a maior parte do ano na Bahia. Por sorte, deu pra fazer pilates e tai chi dentro de casa, por videoconferência.
Ainda esqueço de tomar sol, quando há. A mente segue entre desconcentrada e descarrilada. Na meditação em grupo, nunca sei se meditei a ponto de relaxar muito ou se dormi mesmo. Sigo cansada - de cozinhar, de gastar, de trabalhar, de escrever. Não tenho vontade de fazer nada criativo. Parece que já usei todas as fichas. O que gostaria de fazer, não posso, por conta da pandemia.
Meio rastejante, cozinho, trabalho, escrevo, lavo roupa, lavo louça. Não tenho pintado nem bordado, literalmente. Às vezes, assisto a um filme no computador. Faço longas listas de autocuidado, com zilhões de rotinas que deveria ter mas não tenho, sempre me perguntando como é que nunca fiz nada disso antes.
O oitavo mês tem tudo para ser eterno, mas daqui a pouco já será Natal.
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