A gente tem que parar sempre por uns momentos no dia a dia para perceber que tipo de vida tem levado. Embora eu ainda não tenha conseguido retomar a prática da horta, ainda esperando um contato técnico para saber onde e o que plantar, sigo procurando não desperdiçar comida e doando roupas e sapatos que não uso mais (até porque meu tendão de aquiles é gostar de uma roupinha diferente). Em se tratando de comida, claro, nosso consumo é 90% de comida de verdade, inclusive com preparo de alimentos como creme de avelã e, recentemente, requeijão caseiro, que leva apenas leite, limão, manteiga e sal.
Isso de processar alimentos para transformar em comida me fascina sempre. Gosto de saber como as coisas eram feitas antes de haver tanta tecnologia; aprendo a fazer "como antigamente" para depois partir para algo mais prático. Assim foi com sorvete, creme de avelã, geleias de frutas, mascarpone caseiro, biscoito champagne, leite condensado, doce de leite, caramelo, leite de coco, pesto, tomate confitado - alimentos que muitas vezes são base para outras receitas -, mas também com comidas mais elaboradas, como boeuf bourguignon e o prato etrusco que fiz há alguns anos. Pão, então, nem se fala, é pura magia da transformação - e consegui, enfim, fazer um bom pão de milho, receita do site Meu Pão Caseiro, de uma antiga aluna da Levain.
Além dos alimentos, tem a questão do descarte, de plástico sobretudo. Tem a questão das roupas e sapatos que ficam - como mantê-los para não precisar descartar. Para o primeiro caso, encontrei uma opção para o plástico filme que embalava alimentos: paninhos impermeabilizados com cera de abelha, da Ophelia Eco, lá da ECDE, claro. Não são baratos, mas a promessa é de que durem cerca de um ano. No caso das roupas e sapatos, faço manutenções regulares, levando a costureira, costurando eu mesma, limpando sapatos, hidratando couro. E agora descobri um remendo mágico para couro, uma espécie de adesivo vinílico, que usei para cobrir rasgos feitos por Zen na minha jaqueta de couro - ficou quase invisível, muito melhor que fazer um remendo de couro por cima.
Quando olho pra essas soluções cotidianas, me dou conta de que persiste a coerência nas escolhas para a vida. Ter mais dinheiro para não ter de me preocupar seria bom, mas não faria diferença se eu não soubesse o que de fato importa.
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