E assim com relação ao racismo, ao machismo, à lgbtfobia.
Me peguei sendo etarista esta semana. Fui ao salão de beleza fazer depilação e, no lugar da mocinha que sempre me atendia, encontrei uma senhora de quase 70 anos ou talvez mais. Na verdade, não sei precisar sua idade, mas o fato é que ela parecia um pouco maltratada pelos anos, e até me deu a impressão de não ter todos os dentes. A primeira coisa que pensei foi que ela fosse uma atendente.
Dali a pouco ela me chamou para a sala de depilação e eu ainda tive o desplante de perguntar se era ela quem ia fazer o serviço. Ela assentiu, na maior humildade. Fez o trabalho perfeitamente, perguntando de minuto a minuto se a cera estava quente e se explicando muito quando a coisa ia doer mais. Quando a vi com a dona do salão, não percebi nenhuma relação diferente da que ela tem com as outras funcionárias. Ou seja, só eu achei diferente haver uma mulher mais velha realizando aquele trabalho.
Foi mesmo uma lição para mim, que, afinal chegada aos 50, venho combatendo as expressões etaristas no dia a dia, mas ainda preciso aprender na prática a olhar para outras mulheres como merecedoras do lugar que quiserem ocupar, tenham elas a idade que for.
E logo estarei com dona Alba, minha nova depiladora maestra, de novo.