Não li a trilogia Millenium de Stieg Larsson, mas, diante do entusiasmo do namorido, fiquei bem curiosa com o trailer de Os homens que não amavam as mulheres, de David Fincher (e o diretor já seria um bom atrativo, mesmo que ele "só" tivesse feito Seven). E lá fomos nós para nosso programa carnavalesco - afinal, feriado não é só trabalhar e encher a barriguinha com experimentações gastronômicas, certo? ;)
Embora Guga já tivesse me explicado a urdidura mais lenta da trama escandinava, o filme é eletrizante. O espectador fica tenso ao tentar acompanhar as alternadas descobertas que podem explicar um crime ocorrido há 40 anos, só a ponta do iceberg de uma série de assassinatos. A trama, ainda por cima, foge da do serial killer americano (pelo menos o de hoje), que precisa explicar "por que fulano resolveu matar um grupo de pessoas", suas motivações psicológicas, pai ou mãe ausente etc. Um pouco como Mersault, de Camus, o assassino criado por Larsson (mesmo que tenha suas motivações) simplesmente faz aquilo. Sua causa primeira é "fazer". Estraguei a surpresa? Não, podem crer que há muito mais para ser visto.
Além disso, Rooney Mara (A rede social, do mesmo Fincher, e outros pequenos papéis anteriores) explica, com sua performance, por que foi indicada ao Oscar de melhor atriz.
A única coisa que não recomendo é assistir ao filme no Pátio Higienópolis, sempre confuso (mesmo eu tendo comprado os ingressos pela internet, com uma suposta promessa de que era só apresentar meu cartão de crédito na entrada para evitar a fila - o que não aconteceu), lotado e equipado com poltronas para pessoas de 1,60 m de altura (para minha sorte, mas não para a de Guga).
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Tudo de bão
Cabeceira
- "Arte moderna", de Giulio Carlo Argan
- "Geografia da fome", de Josué de Castro
- "A metamorfose", de Franz Kafka
- "Cem anos de solidão", de Gabriel García Márquez
- "Orfeu extático na metrópole", de Nicolau Sevcenko
- "Fica comigo esta noite", de Inês Pedrosa
- "Felicidade clandestina", de Clarice Lispector
- "O estrangeiro", de Albert Camus
- "Campo geral", de João Guimarães Rosa
- "Por quem os sinos dobram", de Ernest Hemingway
- "Sagarana", de João Guimarães Rosa
- "A paixão segundo G.H.", de Clarice Lispector
- "A outra volta do parafuso", de Henry James
- "O processo", de Franz Kafka
- "Esperando Godot", de Samuel Beckett
- "A sagração da primavera", de Alejo Carpentier
- "Amphytrion", de Ignácio Padilla
Achei divertido, mas o filme ficou pequeno perto dos concorrente, se é que é para comparar. A atriz também fica pra trás das protagonistas de O artista (a qual nem sei se concorre ao Oscar) e A Dama de ferro. O homem (é mais que um?) que não amava as mulheres é um filme fácil de ser esquecido.
ResponderExcluirFá, estou com muita vontade de assistir aos concorrentes, especialmente "Albert Nobbs" - se formos comparar (e nem vi Glenn Close e Meryl Streep nos novos papéis), provavelmente Rooney Mara passará longe da estatueta. Mas, isoladamente, levando em conta o gênero do filme, gostei bem. :)
ResponderExcluirbesitos, e obrigada por compartilhar a crítica,
Sô