Então eu vim. Cheguei de mala e cuia, carregando dois gatos debaixo do braço. Deixei os amigos antigos e novos espantados, por diferentes razões.
Os gatos logo se adaptaram, e trazem folhas, cigarras e de vez em quando baratas de presente, oh God! Zen fica extasiado diante das libélulas e Chico pratica arvorismo amador.
Quanto a mim, nem posso dizer que me "adaptei", embora seja uma pessoa naturalmente adaptável. Aliás, nem havia pensado sobre isso, somente quando fui indagada (várias vezes já). Só trouxe mesmo o que era meu, e as diferenças ficaram por conta das questões externas, alheias a mim. Ah, é difícil achar creme de leite? Usemos leite de coco. Difícil encontrar verduras no mercado? Plantemos as nossas. E para vencer distâncias? A pé, como sempre, ou de bicicleta. Os pés incham nas sapatilhas urbanas? Bora usar sandálias de couro típicas. E provar abacate, coco, limão, acerola, siriguela, caju tirados do pé. Quando sopra o vento fresco do final da tarde, sentar um pouco nas cadeiras da quase-varanda para ver o azul do mar no horizonte e o céu cor-de-rosa logo dando lugar às estrelas.
É, acho que, não fosse eu tão adaptável, a adaptação já teria tudo pra dar certo.
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