Minha professora de pilates, que já se tornou uma amiga, comemorou hoje 4 anos de casamento com seu namorado há 10, aliás parceiro de pedal do meu marido. Na semana passada, ela me pediu que fizesse um cartazinho mais arrumado, com alguma arte e os dizeres "Te amo" etc. Seria parte das surpresas que ela planejava fazer.
Matutei essa ideia dos dizeres, mas não encampei. Porque eu nem aventaria hipótese de fazer um simples cartazete com mensagem, mas uma ilustração. E quando ilustro dificilmente uso texto, a menos que seja uma charge.
Bueno, a semana passou, e nada surgiu. Hoje, já dia da comemoração, disse a ela que enviaria a ilustra. Até pensei que ela não teria tempo de imprimir, e ela já havia até solucionado a questão da
"mensagem" com chocolates em forma de letras, mas mesmo assim quis fazer uma homenagem. Ajudar a festejar o amor. Ele não é importante? Porra.
Comecei a separar tecidos e papéis de origami, as tesouras, cantarolando "Leva-me pra lua", que é docemente interpretada pela Ana Caram e já estava na minha cachola há uns três dias. E daí, sem muito planejamento prévio, mas total processamento interno, foi surgindo a ilustra. Com lua, gatos, o amor saindo pela chaminé enquanto o casal apaixonado conversa, faz planos, se reapaixona.
Hoje nem trabalhei, por conta disso. E foi ótimo. Me fez lembrar que criar nos salva da morte - não a inevitável, fisiológica, para a qual todos caminhamos, mas a que obscurece os dias, que cega, que cala, que imobiliza.
A criação é meia-irmã da coragem, tem poder mágico de cura e pode nos levar a toda parte. Até à lua.
sexta-feira, 3 de março de 2017
Leva-me pra lua
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- "Orfeu extático na metrópole", de Nicolau Sevcenko
- "Fica comigo esta noite", de Inês Pedrosa
- "Felicidade clandestina", de Clarice Lispector
- "O estrangeiro", de Albert Camus
- "Campo geral", de João Guimarães Rosa
- "Por quem os sinos dobram", de Ernest Hemingway
- "Sagarana", de João Guimarães Rosa
- "A paixão segundo G.H.", de Clarice Lispector
- "A outra volta do parafuso", de Henry James
- "O processo", de Franz Kafka
- "Esperando Godot", de Samuel Beckett
- "A sagração da primavera", de Alejo Carpentier
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