segunda-feira, 18 de novembro de 2024

Um bolo para o feriado

Tentando escrever um projeto para o doutorado, mas o sono tem me vencido. É sentar na frente do computador, a narcolepsia ataca. Daí é difícil qualquer atividade intelectual. No último feriado, não foi diferente.
Como já tinha de cozinhar e recebi da querida Patrícia Scarpin, da Technicolor Kitchen, uma lista de receitas com oleaginosas - e me lembrei das amêndoas laminadas que comprei no Ceasinha -, elegi a receita de bolo de mel com amêndoas, que, além de ser uma lindeza, é deliciosa. E as amêndoas foram também para a quinoa marroquina que tenho feito, muito boa também. 
E lá vêm as especiarias salvar a humana dos braços macios e às vezes perigosos de Morfeu.

quinta-feira, 14 de novembro de 2024

Dale!

E eu não sou uma mulher?

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Sojourner Truth foi uma ex-escravizada estadunidense que conseguiu se libertar e passou a lutar contra a escravidão e para libertar seu filho; foi quando adotou esse nome, que significa "verdade peregrina". Ela se tornou famosa pelas suas lutas, e principalmente após seu discurso, depois transformado em livro, em que questionava um júri se "ela não era uma mulher", já que tinha menos direitos que uma mulher branca. 
Esse "e eu não sou uma mulher?" ressoa em lutas diversas, porque ser mulher não é um dado meramente biológico, como Simone de Beauvoir nos alertou. Mais ainda, como nos ensinaram Lélia González e Kimberlé Crenshaw, há muitas categorias do feminino, que envolvem também raça e classe. Por fim, mas não menos importante, as transfeministas também agregaram a essa discussão a pergunta: mas, afinal, o que é ser mulher? Por que alguém almeja sê-lo?
Na programação da pós, apresentei um seminário sobre o documentário Divinas divas, de Leandra Leal, que mostra as principais travestis brasileiras - Rogéria, Jane di Castro, Eloína dos Leopardos, Fujika de Halliday, Marquesa, Brigitte de Búzios, Camille K e Divina Valéria - em um show que fizeram por dez anos no Teatro Rival, na Cinelândia. Além do preconceito e da violência sofridos, inclusive do Estado militar, o que mais me chamou a atenção foi a questão de quererem ou não ser mulheres e o que fazer para chegar a isso, inclusive se arriscando com aplicação indiscriminada de hormônios - o que me fez lembrar do Fofão da Augusta, personagem icônica do Centro de São Paulo, com suas imensas e maquiadas bochechas.
A busca desesperada pela beleza e juventude, que teoricamente seria o que define uma mulher (e Dustin Hoffman, falando sobre sua personagem em Tootsie, revela como percebeu que uma mulher, para ele, tinha que estar associada a um padrão de beleza predeterminado para ser minimamente considerada), é o tema muito pertinente, pra não dizer urgente, do filme A substância, da francesa Coralie Fargeat, estrelado por Demi Moore e Margareth Quailey e acertadamente classificado como terror. Terror dos bons, que prende até o último segundo, e que mostra, sem esconder nada, o que está no fundo da busca da "nossa melhor versão" - o esvaziamento de si mesmo/a. É preciso se tornar outra para ser melhor?  
As mulheres cis e trans vivem esse dilema o tempo todo - o que, afinal, é ser mulher? Não podemos ser pretas, pobres, velhas, gordas, fora do "padrão" sempre imposto pelo patriarcado? É preciso mesmo entrar numa caixinha para ser? Ou será que impor nossa existência não vencerá pelo cansaço esses haters do feminino? Há muito que pensar, mas mais ainda o que fazer - e isso não passa pelos procedimentos estéticos.

domingo, 3 de novembro de 2024

Daqui prali de bike

Outro dia, no grupo das meninas de bike, vi a publicação de um passeio da Turisbike, gratuito, indo da Barra ao Rio Vermelho. Fiz a inscrição por um aplicativo e ontem lá estive, com mais meia dúzia de pessoas (uma pena, porque 20 se inscreveram).
O guia, Félix, foi ótimo, dando várias informações históricas sobre os pontos de parada, sobretudo os fortes (ele é um especialista, pelo jeito).  
Minhas dificuldades foram somente andar no calçadão de bike, desviando dos transeuntes, e também evitar bater nos colegas que ziguezagueavam ao pedalar. O sol fortíssimo mostrou seus efeitos nos braços e mãos queimadíssimos. Mas ter encontrado, na volta a pé, o Café Gateiro compensou esses pequenos perrengues.

Bolo de mirtilo da Zezé contra o estresse

Ah, o açúcar! Minha única desculpa é ter comprado mirtilos em um dia, e no outro Zezé ter me passado a receita do bolo - ou comprei mirtilo porque já sabia da existência da receita? Pois.

Cabeceira

  • "Arte moderna", de Giulio Carlo Argan
  • "Geografia da fome", de Josué de Castro
  • "A metamorfose", de Franz Kafka
  • "Cem anos de solidão", de Gabriel García Márquez
  • "Orfeu extático na metrópole", de Nicolau Sevcenko
  • "Fica comigo esta noite", de Inês Pedrosa
  • "Felicidade clandestina", de Clarice Lispector
  • "O estrangeiro", de Albert Camus
  • "Campo geral", de João Guimarães Rosa
  • "Por quem os sinos dobram", de Ernest Hemingway
  • "Sagarana", de João Guimarães Rosa
  • "A paixão segundo G.H.", de Clarice Lispector
  • "A outra volta do parafuso", de Henry James
  • "O processo", de Franz Kafka
  • "Esperando Godot", de Samuel Beckett
  • "A sagração da primavera", de Alejo Carpentier
  • "Amphytrion", de Ignácio Padilla

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