segunda-feira, 31 de maio de 2010

Li e assisti e gostei

Não sou nenhuma neófila, isso é fato. As coisas se dão a conhecer, e pronto.
Bom, foi assim com El secreto de sus ojos, de Juan José Campanella (o mesmo diretor do ótimo O filho da noiva, com o impagável Ricardo Darín, protagonista também desta película). Não vi no cinema; assisti em casa ao DVD emprestado por um amigo. Carambolas! Que filme! Reúne tudo de bom de vários gêneros, de forma magistral. Adorei - aliás, gosto bastante do cinema argentino. Ao fim, aquela sensação de maravilhamento e vazio, vontade de assistir de novo para ter certeza de que não havia perdido nada. Raro de acontecer. Mas acontece.
No mesmo final de semana, li, também de empréstimo, Morango e chocolate (editora Casa 21), uma HQ erótica da franco-oriental Chenda Khun (nome real de Aurélia Aurita). Esta publicação veio na esteira da HQ de Fréderic Boillet, O espinafre de Yukiko (Conrad), outra HQ emprestada, intimista, sobre o romance do autor com sua modelo. No caso de Morango e chocolate, a amante-quadrinista dá sua versão dos fatos, de forma divertida e feminina - o que não pressupõe, necessariamente, delicadeza ou romantismo.
Surpreendentes, atrativos e reveladores, cada um à sua maneira.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Questão de semântica?

Afinal de contas, garotas e garotos, homens e mulheres de hoje estão "se pegando", "se catando" ou "se conhecendo"? Já inquiri algumas pessoas a respeito e ouvi respostas diversas. Alguns creem que depende mesmo da faixa etária. Ou será que tem a ver com a profundidade da "relação"?
Tenho cá pra mim que são as duas coisas e também a frequência dos "encontros". Por exemplo, até duas vezes os envolvidos estão se "catando", especialmente os mais jovens, em pleno ambiente baladeiro. Mais que isso, as pessoas estão se "pegando" - já fora da balada, longe da turma e de olhares curiosos etc. Os mais velhos com algum horror de comprometimento dirão que estão "se conhecendo" - no sentido bíblico, obviamente.
De novo, uma oportunidade de nos encantarmos com os malabarismos feitos com as palavras, que vão ganhando outros sentidos de acordo com o interesse do usuário, o tal "deslizamento semântico" seguido pela "consagração pelo uso". Ou é só uma chance de perceber que as coisas mais simples e naturais podem ser travestidas de outras - o tal autoengano, em uma de suas variadas formas.

domingo, 23 de maio de 2010

Boas compras I - sapatos lindos da Blushoes


Pode ser que eu me arrependa da divulgação que vou fazer (por exemplo, encontrando uma loja vazia logo em seguida ao assalto da mulherada), mas não posso me furtar a comentar os maravilhosos sapatos da Blushoes, na rua Harmonia, 150, Vila Madalena.
Como muitos já sabem, a beleza me seduz. Sapatos também. Imagine então sapatos bonitos, com design contemporâneo e preço justo - sonho de consumo feminino enfim realizado.
Muito fácil se achar na loja bonita e bem organizada, especialmente com o atendimento solícito e simpaticíssimo do proprietário, Marcos Boghos. E já aviso: difícil, muito difícil sair de lá com um par só.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Gourmandise IV - Kebabel

E numa semana especialmente pândega, fui com amigos ao Kebabel, na rua João Moura, 871 (www.kebabel.com.br), Pinheiros. Kebab de cordeiro maravilhoso, hors-concours. Não menos deliciosa a porção de falafel. As papilas gustativas não se deram por satisfeitas, e pediram ainda um kebab de javali e um mahlabie de damasco. Atendimento cordial e bem-humorado, diante das "alterações" nos pratos solicitadas por uma das participantes do festim. O lugar também é aconchegante, coloridamente decorado.
Vim rolando para casa, satisfeitíssima. Nada que umas horinhas de ergométrica não resolvam...

Gourmandise III - Um evento dionisíaco


Acabo de participar de um evento todo especial, exclusivíssimo: uma degustação na casa de amigos com a presença de uma sommelier. Ideia fantástica de uma amiga, que organizou tudo de forma impecável e com o maior carinho.
Pessoalmente, talvez eu demorasse muito mais a buscar um clube de enólogos/enófilos, não por não me interessar pelo assunto (uma vez que adoro vinhos), mas porque isso
provavelmente se perderia na minha extensa lista de interesses...
Bom, meus amigos resolveram meu problema. E adorei trocar minha grande ignorância por uma tamanho M enquanto degustava goles de Merlot, Cabernet-Sauvignon e os celestiais Pinot Noir e Carmenére, tudo em ótima companhia.

Acima, à esquerda, nós todos concentradíssimos, tratando de tomar nota de tudo direitinho; aqui ao lado, a sommelier Edmara fazendo a apresentação de rótulos da Casa Santa Helena.

Gentileza alumbradora

Nestes tempos escuros, em que a sem-gracez impera, um gesto de gentileza alumbra como um farol. Dia desses mesmo, no supermercado, uma senhora que aguardava o marido pagar as compras ajudou-me a embalar as minhas. Sem dizer nada, assim sem mais. Talvez nem tenha entendido minha surpresa e o agradecimento triplo.
O melhor de tudo foi que isso me fez lembrar de outras situações similares (que não são assim tão numerosas, mas são sempre marcantes). E aí reincidi na minha fé no ser humano. Bom, muito bom!

terça-feira, 18 de maio de 2010

Procura-se Pai Arnapio!


Gente, procura-se o Pai Arnapio U-R-G-E-N-T-E!
Alguém tem o telefone desse conselheiro-curandeiro-sábio-advogado? Se tiver, por favor, me informe. Pai Arnapio já tem uma legião de seguidores somente à espera de seus milagres, ávidos por seus conselhos e mandingas. Quem sabe conseguiremos fazer uma vaquinha e até pagar a recompensa a quem achar o "wanted".
Aliás, um pouco mais e esse cara pode se candidatar a senador - porque vereador ele, que não pode ser bobo nem nada, talvez já seja!

sábado, 15 de maio de 2010

O assunto da vez

O bullying afinal estampa as capas de revistas, páginas de jornais, os noticiários. Como no caso do garoto de Porto Alegre que foi morto na última semana, por ser grande e gordo, alguém fora dos supostos padrões de aceitação social. Mais um crime sem justificativa além da do preconceito, por si só algo injustificável.
O verbo to bully significa "atemorizar ou ferir alguém mais fraco", "obrigar alguém a fazer algo por medo". O bullying é, portanto, o constrangimento finalmente institucionalizado. Sim, porque ele sempre existiu, na forma da intolerância - étnica, religiosa, sexual, de gênero. Ao longo do tempo, uma prática sempre abominável de todos os que se sentem ameaçados pelo diferente.
É preciso, porém, tomar cuidado com o termo e todas as extensões semânticas que ele acarreta. Uma coisa é fazer piada com ele, atribuindo-lhe deliberadamente sentidos absurdos para dessignificá-lo (o que não quer dizer, de maneira alguma, ignorar a dimensão do problema, que precisa mais e mais ser combatido); outra, completamente diferente, é espalhar sentidos que ele não tem só para fazê-lo caber em qualquer situação (como o chatíssimo politicamente correto). Aí não, cocada!

Cabeceira

  • "Arte moderna", de Giulio Carlo Argan
  • "Geografia da fome", de Josué de Castro
  • "A metamorfose", de Franz Kafka
  • "Cem anos de solidão", de Gabriel García Márquez
  • "Orfeu extático na metrópole", de Nicolau Sevcenko
  • "Fica comigo esta noite", de Inês Pedrosa
  • "Felicidade clandestina", de Clarice Lispector
  • "O estrangeiro", de Albert Camus
  • "Campo geral", de João Guimarães Rosa
  • "Por quem os sinos dobram", de Ernest Hemingway
  • "Sagarana", de João Guimarães Rosa
  • "A paixão segundo G.H.", de Clarice Lispector
  • "A outra volta do parafuso", de Henry James
  • "O processo", de Franz Kafka
  • "Esperando Godot", de Samuel Beckett
  • "A sagração da primavera", de Alejo Carpentier
  • "Amphytrion", de Ignácio Padilla

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