A beleza nos humaniza, nos cura do empedernimento imposto pelo dia a dia de mesquinhez, desigualdade, violência e intolerância. Pessoas sensíveis à beleza se emocionam diante do prodígio de outro ser humano. Criar parece um verbo intrinsecamente ligado ao que é belo. Quando algo sai de nossas próprias mãos - texto, pão, bordado, um arranjo de flores, temperos que plantamos -, como não ficar extático diante da criatura, daquilo que nasce, da sua beleza intrínseca? Imagino como devem ficar pais e mães diante da criaturinha autônoma que sai falando e andando em tão pouco tempo. Quanta beleza!
Aí, outro dia, dei de cara com esse vídeo sobre um grupo de crianças e adolescentes paraguaios, a Orquestra Landfill Harmonic, que cria e toca instrumentos feitos de sucata. O maior de todos os prodígios, quase divino, de criar beleza a partir do lixo, do que não é mais, daquilo que ninguém mais vê. Quase amor.
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