Hoje foi um dia muito produtivo. Caminhei no parque, fui à feira e ao supermercado, trabalhei em duas frentes, preparei meu almoço, replantei minhas mudas de temperos, fiz um bolo de fubá com queijo Minas, trabalhei mais, tirei fotos.
Hoje foi um dia feliz simplesmente porque ganhei uma rosa da senhora que vende flores na feira, de quem comprei minhas mudas de temperos. Apego-me a isso em um momento em que a vida não parece tão fácil.
Amanhã será outro dia feliz, apesar das chantagens emocionais vindas de vários lados, porque terá início um curso de patchwork, bordado e literatura que eu já queria fazer há algum tempo.
Mesmo diante de um panorama que se insinua pouco amistoso (família, grana, trabalho), recuso-me o papel de vítima. Sou feliz só pelo fato de ser senhora das minhas escolhas. (Por isso me choca tanto ouvir de alguém que sempre fez suas escolhas, boas ou más, dizer que a vida "sempre foi ruim para ela" - como se a vida fosse uma entidade externa, e não parte dela mesma, das suas decisões).
Tudo me parece uma questão de postura, de como nos colocamos diante dos problemas. Quando poderia estar me lamentando, acusando a vida de não me atender prontamente às necessidades, prefiro ver na rosa ofertada pela vendedora de flores um sinal de renovo. Prefiro respirar fundo e devagar, vivendo cada momento por vez, me lembrando de algo que li outro dia ("depresión: exceso de pasado/ansiedad: exceso de futuro/vivir en presente es estar en paz"). Estou aprendendo a presentificar - e talvez por isso o bordado, o sumiê, a dança, cozinhar, caminhar atenta às batidas dos meu coração tenham sido tão importantes nos últimos tempos. Tornar-me presente no que faço e vivo, para então perceber os presentes que a vida (que eu teço) me dá, para perceber o presente que é a própria vida. Linda, fresca, importante e delicada como uma rosa.
quarta-feira, 26 de março de 2014
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Tudo de bão
Cabeceira
- "Arte moderna", de Giulio Carlo Argan
- "Geografia da fome", de Josué de Castro
- "A metamorfose", de Franz Kafka
- "Cem anos de solidão", de Gabriel García Márquez
- "Orfeu extático na metrópole", de Nicolau Sevcenko
- "Fica comigo esta noite", de Inês Pedrosa
- "Felicidade clandestina", de Clarice Lispector
- "O estrangeiro", de Albert Camus
- "Campo geral", de João Guimarães Rosa
- "Por quem os sinos dobram", de Ernest Hemingway
- "Sagarana", de João Guimarães Rosa
- "A paixão segundo G.H.", de Clarice Lispector
- "A outra volta do parafuso", de Henry James
- "O processo", de Franz Kafka
- "Esperando Godot", de Samuel Beckett
- "A sagração da primavera", de Alejo Carpentier
- "Amphytrion", de Ignácio Padilla
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