sábado, 3 de maio de 2014

Cozinha alquímica

Cozinhar é mais que prazer e terapia, é alquimia. Sinto uma alegria enorme quando algo que fiz fica bom e agrada o meu paladar e o dos convivas, especialmente as receitas que faço pela primeira vez.
Em compensação, fico estupefata quando algo cuja receita segui à risca não dá certo - foi assim com o promissor crème brûlée que fiz outro dia. O sabor tinha ficado perfeito, mas ele simplesmente não assou: sob uma camada um pouco mais firme, ele continuou líquido mesmo após 1 hora de forno. Ainda tentei trapacear, voltando o líquido para uma panela e acrescentando 1 colher de amido de milho, mas a receita se perdeu, até o gosto da baunilha desapareceu. Incroyable!
No mesmo dia, testei uma receita de boeuf bourguignon do Claude Troisgros, que leva um pouco de chocolate meio amargo. Alegria, alegria! Ficou perfeita (nem deu tempo de fotografar). Não foi a primeira vez que fiz o boeuf bourguignon, mas amei poder usar a panela de pressão e ter uma carne maciíssima em vez de ficar 3 horas cozinhando - tudo bem que adoro a ideia de volta às origens e sonho com meu fogão à lenha em algum lugar deste mundo, mas também sou uma mulher prática (aliás, minha vida mudou quando investi numa panela de pressão com válvula de segurança).
Outro dia ainda, fiz uma moqueca e saiu maravilhosa. Não é difícil, mas é aquela história de entender a receita, descobrir as particularidades dos ingredientes - camarão, por exemplo, emborracha quando cozinha demais.
Assim, de descoberta em descoberta, faz-se a cozinha. No caso dos experimentos de confeitaria, vi que o Fermix da Dona Benta é uma porcaria e que a manteiga Ambassador da Président é muito ruim pra cozinhar, pior que margarina nacional comum. Só sei porque usei. Aprendi truques no curso da EduK com a maravilhosa Carole Crema, chef pâtissier e dona do La Vie en Douce. E estou ansiosa para testar tudo, e aprender, aprender.



Atrevimento certeiro: moqueca





Tiro n'água: crème brûlée frustrado

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Cabeceira

  • "Arte moderna", de Giulio Carlo Argan
  • "Geografia da fome", de Josué de Castro
  • "A metamorfose", de Franz Kafka
  • "Cem anos de solidão", de Gabriel García Márquez
  • "Orfeu extático na metrópole", de Nicolau Sevcenko
  • "Fica comigo esta noite", de Inês Pedrosa
  • "Felicidade clandestina", de Clarice Lispector
  • "O estrangeiro", de Albert Camus
  • "Campo geral", de João Guimarães Rosa
  • "Por quem os sinos dobram", de Ernest Hemingway
  • "Sagarana", de João Guimarães Rosa
  • "A paixão segundo G.H.", de Clarice Lispector
  • "A outra volta do parafuso", de Henry James
  • "O processo", de Franz Kafka
  • "Esperando Godot", de Samuel Beckett
  • "A sagração da primavera", de Alejo Carpentier
  • "Amphytrion", de Ignácio Padilla

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