Já estava previsto que uma das aulas do curso do Marcos Ferreira na pós seria uma visita a um ateliê de cerâmica.
Ontem aconteceu a aula nos domínios da Sirlene, uma ceramista geógrafa e antropóloga, segundo definição do Marcos. Achei-a delicadamente engraçada - não encontrei outra maneira de definir aquele saber fazer comentários divertidos com uma voz tão suave. Sabedora de sua própria graça.
Então Marcos pediu-nos para relaxar, entrar em contato com nosso interior, visualizar um lugar que fosse só nosso. Confesso que estava pensando em como iria para a faculdade depois, e não visualizei nada "espiritual". No entanto, era preciso dar forma ao nosso pensamento por meio da flexível argila.
Acabei optando por uma imagem que sempre foi recorrente nos meus sonhos, e que há tempos não vejo neles, a de altas ondas no mar. Agreguei o veleiro comigo, miudinha, à proa. Lembrei-me dessa imagem outro dia, assistindo ao filme Interstellar, do Cristopher Nolan, que tem uma cena incrível com ondas gigantes.
O Marcos fez uma leitura interessante, sobre o veleiro como casa, que procura ficar estável em situações adversas trazidas pelo mar e pelo vento. E se a casa é o meu eu mais profundo, e com ele tenho singrado até as águas mais turbulentas, nisso tudo eu vejo boas perspectivas de aportar.
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Tudo de bão
Cabeceira
- "Arte moderna", de Giulio Carlo Argan
- "Geografia da fome", de Josué de Castro
- "A metamorfose", de Franz Kafka
- "Cem anos de solidão", de Gabriel García Márquez
- "Orfeu extático na metrópole", de Nicolau Sevcenko
- "Fica comigo esta noite", de Inês Pedrosa
- "Felicidade clandestina", de Clarice Lispector
- "O estrangeiro", de Albert Camus
- "Campo geral", de João Guimarães Rosa
- "Por quem os sinos dobram", de Ernest Hemingway
- "Sagarana", de João Guimarães Rosa
- "A paixão segundo G.H.", de Clarice Lispector
- "A outra volta do parafuso", de Henry James
- "O processo", de Franz Kafka
- "Esperando Godot", de Samuel Beckett
- "A sagração da primavera", de Alejo Carpentier
- "Amphytrion", de Ignácio Padilla
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