segunda-feira, 18 de janeiro de 2016
No quintal
Chove atipicamente aqui. A praia fica para segundo plano, mas as plantas agradecem aos céus pela água extra. E, de repente, numa voltinha pelo entorno, magicamente, de um dia para outro, topamos com o pé de acerola carregado de frutinhas lindas e lustrosas e com as flores delicadas da pitangueira se revelando ao lado de uma ou outra pitanga. E a horta por fim iniciada sugere o que deve rolar na petite/rustique cuisine.
segunda-feira, 11 de janeiro de 2016
Manjarzinho de brigadeiro de tapioca - erro que vira acerto
Era pra ser um brigadeiro de tapioca (estou na fase da tapioca, experimentando várias receitas com a goma fresca). Segui à risca a receita do site da Casa e Jardim, mas, por algum mistério da natureza, a consistência do brigadeiro lembrava mais a de um pudim. Impossível enrolar. Então coloquei colheradas da "massa" em forminhas de empada e polvilhei com coco.
Ficou um minimanjar perfeito!
Ficou um minimanjar perfeito!
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sexta-feira, 8 de janeiro de 2016
Notas literárias - Valter Hugo Mãe
"Ficar para tio parece obrigar-nos a uma inversão destes papéis a dada altura. Quase ouço as minhas irmãs dizerem: não casaste, agora tomas conta da mãe e mais destas coisas. Se a luz está paga, a água, refilar porque está tudo caro, há uma porta que fecha mal, estiveram uns homens esquisitos à porta, a senhora da mercearia não deu o troco certo, o cão ladra mais do que devia, era preciso irmos à aldeia ver assuntos e as pessoas. Quem não casa deixa de ter irmãos. Só tem patrões. Viramos uma central de atendimento ao público. Porque nos ligam para saber se está tudo bem, que é o mesmo que perguntar acerca da nossa competência e responsabilizar-nos mais ainda. Como se o amor tivesse agentes. Cupidos que, ao invés de flechas, usam telefones. E, depois, espantam-se: ah, eu pensei que isso já tinha passado, pensei que estava arranjado, naquele dia achei que a doutora já anunciara a cura, eu até fiz uma sopa, no mês passado até fomos de carro ao Porto, jantámos em modo fino e tudo.
Quando passamos a ser pais das nossas mães, tornamo-nos exigentes e cansamo-nos por tudo. Ao contrário de quem é pai de filhas, nós corremos absolutamente contra o tempo, o corpo, os preconceitos, as cores adequadas para a idade. Somos centrais telefónicas aflitas.
Quando passamos a ser pais das nossas mães, tornamo-nos exigentes e cansamo-nos por tudo. Ao contrário de quem é pai de filhas, nós corremos absolutamente contra o tempo, o corpo, os preconceitos, as cores adequadas para a idade. Somos centrais telefónicas aflitas.
[...]
Comemos o sol. Somos, sem grande segredo, seres que comem o sol. Por isso, entre as angústias, sorrimos."
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domingo, 3 de janeiro de 2016
Pelos cantos
A cada dia, ela recebe um toque especial. Nosso refúgio, local de sonho e trabalho.
Parecia que minhas coisas não caberiam aqui, mas, por um passe de mágica, elas foram naturalmente se encaixando.
O que ficou de fora, é porque não cabia.
Assim é a vida, assim é uma casa, assim é uma alma.
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Saltar no escuro exige clareza
Outro dia, recebi uma (raríssima) mensagem do meu irmão mais velho, avisando-me sobre um concurso público para um cargo em São Paulo. Agradeci pelo cuidado e disse que buscaria algo na minha nova morada. Ele ainda se deu o trabalho de insistir sobre a importância do concurso para o caso de minha "nova vida não dar certo". Finalizou com um "pense bem".
Na verdade, eu pensei. Juntei a experiência pregressa de um relacionamento que ora se renovava com o desejo de um futuro diferente, bem mais simples. Minha própria escolha foi simples, baseada na premissa de que as coisas durem enquanto forem boas. Não me preocupo mais com o quando, mas com o quanto.
Talvez por isso, desde que cheguei, tenha internalizado tão bem a nova vida, provocando o espanto de muita gente. Tem sido bom porque é o que quero hoje, enquanto tempo quiser.
Não tema, pois, meu irmão: como os gatos, eu caminho bem no escuro da incerteza. A me guiar, tenho a clareza acerca da impermanência de todas as coisas. Não tema, pois eu não temo.
Na verdade, eu pensei. Juntei a experiência pregressa de um relacionamento que ora se renovava com o desejo de um futuro diferente, bem mais simples. Minha própria escolha foi simples, baseada na premissa de que as coisas durem enquanto forem boas. Não me preocupo mais com o quando, mas com o quanto.
Talvez por isso, desde que cheguei, tenha internalizado tão bem a nova vida, provocando o espanto de muita gente. Tem sido bom porque é o que quero hoje, enquanto tempo quiser.
Não tema, pois, meu irmão: como os gatos, eu caminho bem no escuro da incerteza. A me guiar, tenho a clareza acerca da impermanência de todas as coisas. Não tema, pois eu não temo.
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Tudo de bão
Cabeceira
- "Arte moderna", de Giulio Carlo Argan
- "Geografia da fome", de Josué de Castro
- "A metamorfose", de Franz Kafka
- "Cem anos de solidão", de Gabriel García Márquez
- "Orfeu extático na metrópole", de Nicolau Sevcenko
- "Fica comigo esta noite", de Inês Pedrosa
- "Felicidade clandestina", de Clarice Lispector
- "O estrangeiro", de Albert Camus
- "Campo geral", de João Guimarães Rosa
- "Por quem os sinos dobram", de Ernest Hemingway
- "Sagarana", de João Guimarães Rosa
- "A paixão segundo G.H.", de Clarice Lispector
- "A outra volta do parafuso", de Henry James
- "O processo", de Franz Kafka
- "Esperando Godot", de Samuel Beckett
- "A sagração da primavera", de Alejo Carpentier
- "Amphytrion", de Ignácio Padilla