Sempre amei fotografias. Talvez tenha a ver com minha origem nipônica, com a vida toda ter visto minha mãe com uma camerazinha, simples que fosse. Nossas fotos nunca eram muito boas, mas havia via de regra muitas fotos de momentos importantes e menos importantes. Mas, como as questões imagéticas sempre foram essenciais para mim, foi um caminho natural querer aprimorar a fotografia mais tarde.
Daí, esta semana, num grupo do WhatsApp de colegas de escola técnica, alguém postou uma foto da aula de canteiro. Eu, no canto direito, a face da suprema infelicidade. Não sei se havia acontecido algo ruim no dia, mas eu me lembro de como estava desesperada nessa época para mudar de horário, para trabalhar, para encontrar outras pessoas. Não pude, porque só podíamos mudar de horário no último ano, quando todo mundo tinha que fazer estágio. Também me lembro de ter sido o ano em que mais da metade da turma foi reprovada em Desenho, e tivemos que construir uma maquete de telhado à guisa de recuperação (que nem sequer existia para essa disciplina) - ou seja, motivos havia de sobra para tanto desânimo. Esta foto foi, portanto, o flagrante mais preciso de um instante de infelicidade que eu vivi.
Em compensação, dois anos depois, aconteceu o registro de um encontro de despedida do colégio, também postado no tal grupo. Pareço felicíssima na foto. Porque a epopeia tinha chegado ao fim, mas também porque já estava enturmada com outras pessoas - a foto, aliás, mostra colegas de quatro turmas diferentes das quais fiz parte. Uma sensação de liberdade imensa.
As fotos é que contam essas histórias, eu só faço confirmá-las.
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