Às vezes (muitas, na verdade), vêm nos visitar os milagres cotidianos - uma fala inesperada, um sorriso de um desconhecido, uma rosa, uma proposta de trabalho no momento em que a gente resolve se lançar no nevoeiro. Algumas vezes, depois de uma rejeição, vem uma aceitação, e a gente agradece, mesmo a oferta não sendo assim uma Brastemp - afinal, sabe-se lá o que virá em seguida, se o paraíso não está um pouco mais à frente.
Tem horas que eu me sinto uma fruta sendo batida no liquidificador; às vezes o vórtice é delicioso, às vezes é só atordoante, e um tanto cansativo. Tem dia que fazer o que tem que ser feito é mais difícil, a concentração é zero, acho que por conta do zunido na cabeça pós-liquidificador. E eu só consigo pensar que a vida é louca mesmo, e que o negócio é se deixar levar de quando em quando, não resistir às mudanças, que podem chegar como marolas ou tsunamis.
E a trilha sonora dessa montanha-russa, qual é? Cazuza, lógico (se é que há alguma lógica nisso tudo).
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