quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Um milagrezinho no jardim


Meu antúrio praticamente foi destruído na última chuva de granizo (não que tenha havido muitas, mas do jeito que a coisa anda com o clima, deve haver outras), e resolvi tirar as folhas quebradas, cortar galhos e pagar pra ver.
E então, outro dia, eis que se abriu essa lindeza rubra e cordiforme, para alegrar o coração.

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Fricassé de frango "meio" light

Depois de fazer a batata cabelo de anjo, acabei fazendo o fricassé hoje mesmo - ainda mais depois de desfiar dois peitões de frango.
Peguei uma receita do site Dieta Já e fiz a minha versão, porque não tinha todos os ingredientes.
O maior trabalho é desfiar o frango, que vai para a panela de pressão apenas com água que o cubra até dois dedos acima; quando começar a pressão, deixe-o cozinhar por 15 minutos. Espere sair toda a pressão da panela para então abri-la. Desfie o frango ainda morno (quente, não digo, porque você pode queimar os dedos) e reserve. E aí podemos começar a receita propriamente dita:

Ingredientes:
- 1 peito de frango desossado e desfiado
- 1 cebola descascada e picada
- 1/2 lata de tomate pelatti com molho (o tomate deve estar grosseiramente picado)
- 1/2 pote de cream cheese light
- 1/2 lata de milho verde no vapor
- ervas lavadas e picadas (usei alecrim, salsinha e cebolinha)
- 1 pacote de creme de leite leve 200ml
- 1 colher de chá (rasa) de páprica defumada
- 1 colher de azeite para o refogado
- sal e pimenta-do-reino a gosto
- batata palha para cobrir (usei a que fiz em casa, cabelo de anjo)

Preparo:
Refogue a cebola no azeite. Quando começar a dourar, acrescente o frango e a páprica e mexa bem. Acrescente o tomate e o milho verde; depois de refogar um pouco mais, acrescente as ervas e misture tudo. Deixe cozinhar por mais alguns minutos, desligue e acrescente metade do creme de leite. Coloque sal e pimenta-do-reino, e reserve.
Junte a outra metade do creme de leite ao cream cheese, mexendo bem e aquecendo a mistura em fogo baixo, até ficar homogênea. (Também  pode ser usado meio pote de requeijão light, que é mais cremoso e dispensa o uso do creme de leite.)
Disponha sobre um refratário a camada de frango e, sobre ela, o cream cheese. Leve ao forno por 15 minutos (o cream cheese não gratina; o requeijão, sim). Ao retirar, polvilhe a batata sobre o creme. Sirva em seguida.

Verde atávico

Às vezes eu me surpreendo com a sensação de sempre ter gostado de uma coisa. Como o dia em que, tendo ficado anos sem comer feijão com arroz, descobri que amava feijão. E pensei: por que fiquei tanto tempo sem isso? Em princípio, porque, na vida apressada que levava, só comia lanches? Talvez, mas também porque estava me alimentando automaticamente, sem pensar na comida que me fazia feliz.
Aconteceu a mesma "epifania" com as plantas. Comecei uma hortinha de temperos no meu antigo apartamento, para uso culinário, claro. Tinha já tentado ter um lírio da paz, que resistiu anos, mas por fim morreu. Percebi que aquele verdinho mínimo na janela me deixava contente, e depois sofistiquei a hortinha em grandes baldes de metal com mais ervas. Olhar para elas me trazia um apaziguamento, além, claro, de ideias sobre novos pratos a preparar.
Na nova morada, a sacada do quarto virou um miniviveiro de plantas. Antes as ervas habitavam a espaçosa área de serviço, mas vieram os gatinhos, e deu-se a mudança. E fico pensando em como será quando eu tiver uma casa com jardim e quintal. Plantas, ervas, árvores! E gatos (e quem sabe um cãozinho) loucos para prová-las.
Hoje estava rearranjando as plantas, arrumando sombra para as que não curtem sol direto, aguando um pouco mais as que estavam cabisbaixas com a seca implacável sobre a cidade. E lembrei como minha avó sempre gostou de ter um canteirinho. Quando era pequena, eu gostava de regar o jardim do fundo da casa, quando moramos em Suzano. Depois me desinteressei, mas admirava a constância com que ela mantinha suas ervas e plantas, muitas delas procuradas pelos vizinhos. Minha avó sempre tinha um chá a receitar - talvez tenha herdado o hábito do meu avô, que conhecia ervas e era fã da homeopatia. Com meu avô, ia à feira, hábito que estou retomando agora, até por necessidade prática. Minha mãe tem um pouco de dedo verde, mas é aos meus avós que devo essa imagem afetiva do plantar.
Nunca fui boa em reconhecer espécies vegetais, mas as ervas culinárias começaram a mudar isso. O interesse por aromaterapia também. Acho, porém, que não me interessaria por isso tudo se não tivesse já uma sementinha plantada lá no fundo por meus dois velhos queridos. (Estava inclinada a dizer que o ser humano sempre procura voltar à natureza, mas ultimamente acho que não.)

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Batata cabelo de anjo feita em casa (ou mais comida amarela)

Fricassé leva a terrível batata palha na receita. Queria fazer o prato, mas quando pensava no pacotinho de batata palha... Então, eis que encontrei uma receitinha para fazer a batata sem fritura em casa, no site Cozinhando para 2 ou 1.
Ficou crocante e saborosa, pois foi regada com azeite antes de ir ao forno. Mas rende muito pouco - a receita falava em uma batata inteira para fazer 2 porções de batata palha, e a minha deu um pouquinho, menos de uma porção individual (meia xícara, por aí). Ou seja, é separar mais batatas e reservar um tempinho para secá-las e ficar de olho no forno para que não carbonizem.
Como se pode ver, a minha virou batata cabelo de anjo. Amarelíssima, como tantas coisas que faço.

terça-feira, 19 de agosto de 2014

Comida amarela e dia de cabotia

Andei reparando que faço muita comida amarela - sopas, cremes, massas. Isso quer dizer que preciso colocar mais cor no prato, o que, afinal, é sinônimo de saúde.

Hoje, pra não perder o hábito, fiz mais amarelo. Agora por conta da cabotia, que eu adoro. Como ando querendo internalizar a ideia do não desperdício, tenho pensado mais em termos de cardápio semanal mesmo e das possibilidades de cada alimento. Daí que metade da meia cabotia que eu tinha foi pro forno com alecrim, alho, azeite, pimenta e sal, e a outra metade virou doce, com 1 xícara de açúcar, 3 cravos, 1 colher de manteiga e umas 2 colheres de sopa cheias de coco ralado.
Único porém da cabotia no forno (e demais leguminosas): o tempo para assar. Ela ficou 1 hora ali - ou seja, se estiver morrendo de fome, pensei em outra opção. Agora, se quer comer algo mais saudável, organize-se (é, as coisas boas costumam exigir algum sacrifício).

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Cozinhando para mim - Espaguete com prosciutto e melão

Voltei a cozinhar em casa. Tenho montado um cardápio semanal, compro os ingredientes (só a quantidade necessária, para evitar desperdícios). Por ora, nem tudo é megassaudável, mas só de saber a origem da minha comida já me sinto melhor.
Já tinha feito essa massa com presunto cru e melão, para uma noite comemorativa, e agora repeti. Como não tinha fetuccine, fui de espaguete mesmo.

Para que serve a educação (ou um professor) ou Réquiem para Nicolau

Voltei a pensar muito em educação. Claro que nos últimos anos, como editora da área, falo disso sempre, mas faz um tempo que não exerço minha função de educadora (sim, acredito que seja uma função honorária, reativável a qualquer momento, para aqueles que sentem o chamado autêntico dentro de si). E o cotidiano puro e simples neste mundo cada vez mais maluco tem mostrado a urgência da educação - penso nela quando vou caminhar no parque e vejo pais levando tapas dos filhos pequenos e birrentos, donos conduzindo cães de guarda sem focinheira; penso nela quando vejo gente tentando furar fila, carros passando por cima de bicicletas e de pedestres. Quando leio comentários sem fundamento nas redes sociais, o pipocar de ódios e intolerâncias, as massas sendo simplesmente arrastadas por uns poucos manipuladores "educados".
Talvez eu tenha naturalmente palmilhado os caminhos da educação porque ainda acredito no humano, porque acredito que sem respeito à coletividade o caos completo fica cada vez mais próximo. Talvez por isso pensar em educação seja parte do meu cotidiano - tudo me faz voltar a ela, inclusive a falta dela. Obviamente, falo em educação de forma mais ampla do que a usada para se referir ao trabalho de professores em sala de aula. Educação é o tempo todo, é sempre, é com todas as pessoas que conhecemos. É o que pais devem garantir aos filhos em casa, especialmente com seu próprio (bom) exemplo. Um bom professor não educa só na sala de aula; sua postura e sua ética permanecerão na memória dos alunos, mesmo que sigam outras profissões. 
Também penso em educação ao saber da morte de um mestre como Nicolau Sevcenko. Li há pouco um texto lindo sobre ele, de uma ex-aluna, falando da figura pouco convencional, maravilhosa, de cabelos misteriosíssimos (uma espécie de ninho sobre a cabeça), calças vermelhas e inseparáveis botas, que era capaz de se encantar com uma bolinha de sabão e que parecia ver o mundo com olhos de criança, embora fosse genial (ou talvez por isso mesmo). Deixava-nos mesmo em transe, fosse falando sobre autoritarismo, ou comentando um livro de Henry James. Um arauto da história cultural do Brasil, um discípulo de Sérgio Buarque de Holanda e Eric Hobsbawm, mas uma pessoa única. 
No entanto, para além de todo o conhecimento que Nicolau trazia consigo, encantadoras eram a paixão e a generosidade com que o compartilhava. Sem estrelismos, com total simplicidade. Assim deveriam ser os bons professores - coerentes, afinados com seu modo de vida. Alguém poderá dizer que assim deve ser com todos os profissionais - e estará certo. Mas, embora a responsabilidade por um mundo melhor não seja só deles, bons professores e educadores podem ajudar a criar cidadãos melhores, tolerantes, que olham além das aparências e conseguem perceber que aquele sujeito ali, com um ninho na cabeça, de calças vermelhas e ensaiando passos de Elvis Presley, pode ter muito a lhes ensinar. 
Obrigada, sempre, Nicolau!

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Pudim de chocolate after Dexter



Como nunca pensei em fazer pudim de chocolate?
Na verdade, pensei nisso depois de ver um episódio de Dexter, em que o protagonista e a namorada devoram potes de pudim de chocolate (industrializado, claro), sentados no chão da cozinha.
Aí achei uma receita no site da Nestlé, nos mesmos moldes do tradicional pudim de leite condensado, mas com um ovo a menos e o acréscimo do chocolate em pó (uma xícara de chá).
Muito bom, embora ainda prefira o clássico pudim de leite...

sábado, 2 de agosto de 2014

Cabeceira

  • "Arte moderna", de Giulio Carlo Argan
  • "Geografia da fome", de Josué de Castro
  • "A metamorfose", de Franz Kafka
  • "Cem anos de solidão", de Gabriel García Márquez
  • "Orfeu extático na metrópole", de Nicolau Sevcenko
  • "Fica comigo esta noite", de Inês Pedrosa
  • "Felicidade clandestina", de Clarice Lispector
  • "O estrangeiro", de Albert Camus
  • "Campo geral", de João Guimarães Rosa
  • "Por quem os sinos dobram", de Ernest Hemingway
  • "Sagarana", de João Guimarães Rosa
  • "A paixão segundo G.H.", de Clarice Lispector
  • "A outra volta do parafuso", de Henry James
  • "O processo", de Franz Kafka
  • "Esperando Godot", de Samuel Beckett
  • "A sagração da primavera", de Alejo Carpentier
  • "Amphytrion", de Ignácio Padilla

Arquivo do blog