Meus queridos Carlos e Dulce Seabra criaram com outros amigos o site Dia Mundial da Língua Portuguesa (comemorado no dia 5 de maio), com o intuito de reunir depoimentos sobre nossa relação com a língua mátria. A ideia original era organizar seminários e encontros, mas a pandemia mudou também esses planos. Ficou o site, já enriquecido com webinários e recheado de depoimentos curtos e deliciosos - e eu já deixei lá o meu (a foto acima é a do site).
Ser convidada a falar sobre a língua portuguesa em até cinco minutos me fez pensar nos fatos mais importantes que resumem minha relação com a palavra e com o idioma. Desde o contato com os livros de meu pai e os comprados por minha mãe ao longo de nossa infância e adolescência, passando pelas histórias que eu inventava para contar à minha avó e declamações de Casimiro de Abreu que fazia para meu avô, até chegar às itinerâncias em bibliotecas diversas, o completo encantamento diante da palavra - seja na poesia, na música, seja na prosa, na fala de mestres -, as apresentações teatrais, a escrita tateante, a participação em concursos, as viagens a Brasília como prêmio em dois concursos com mais de dez anos de intervalo, a homenagem à professora de português e reencontro com ela, o trabalho com redação e edição, um prêmio recebido na Biblioteca Mario de Andrade, as oficinas de leitura para jovens da periferia, a viagem a Portugal, a mudança para a Bahia e a redescoberta incessante da língua portuguesa nos infinitos usos que dela fazemos.
Isso tudo para dizer que o Dia da Língua Portuguesa são todos. Sem ela, não sou; sem ela, não soo.
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