Com essa história de não poder sair para pedalar, correr e treinar, tenho tentado fazer alguma coisa em casa. Além do pilates em casa via Zoom, estou me esforçando para usar os treinos do Darebee e as aulas de yoga do canal Namu. Acabo de descobrir que minha antiga professora de tai chi chuan está oferecendo aulas on-line gratuitas também, a ver.
Bueno, e então tive a ideia de comprar uns fones de ouvido bluetooth para ouvir as aulas e não acordar/atrapalhar o marido. Pesquisei umas resenhas de corredores e cheguei a esse Edifier, bom preço, ainda por cima cor-de-rosa. Muito bom, quase não se percebe que está usando, ótimo som, encaixe perfeito, pareamento rápido.
Essa ótima compra, porém, me fez pensar muito no consumo durante a quarentena. Na verdade, por pura ansiedade comprei várias coisas on-line, algumas mais urgentes (lentes de contato, remédios dos pets), outras, nem um pouco (roupas, sapatos). E uma faixa intermediária de compras (os fones, as frutas secas da zona cerealista) me fez ter uma consciência dolorosa de como vivemos numa bolha, de como nosso país é um abismo de desigualdades.
Não consigo parar de pensar nos milhões de brasileiros que não têm sequer água encanada em casa, que dirá frutas secas ou fones de ouvido. Me deu um enjoo fazer compras, mesmo as primordiais presenciais. Me deu ainda mais clareza de como inventamos necessidades para consumir, o próprio sentido do capitalismo, cada vez mais feroz e desagregador. Porque pertencemos a uma classe média baixa e olhe lá, e também porque a crise econômica só se agravou com a pandemia e instalou-se um cenário incerto, em que é praticamente impossível fazer planos a médio e longo prazo, não é muito inteligente nem ético gastar.
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