Então C., amigo dos dois, que eu acabara de conhecer e que estava ali havia alguns minutos apenas, disse que me levaria lá. Perguntei: mas você vai para aquele lado? Ele disse: não, vou para o outro, mas te levo e depois volto.
Nessa hora tive um alumbramento: é isso o que é fundamental numa relação - a disposição de mudar um pouco seu trajeto para que se encontre com o do outro. Como diz aquela canção: eu só quero saber em qual rua minha vida vai encostar na sua. Na verdade, para que essas ruas, esses caminhos se toquem é preciso disposição para fazer acontecer, e não só esperar que aconteça, que o urbanismo seja favorável.
E muito embora no dia seguinte eu tenha visto de forma insuportavelmente clara como a relação recém-finda era justamente o contrário disso (não ter havido a cessão de um milímetro sequer, um mínimo desvio para que os caminhos se encontrassem, o que resultou em dois caminhos tristemente separados, paralelos sem um infinito que os fizesse se encontrar, já que somos nós mesmos finitos), esse milagre/alumbramento/sincronicidade me fez perceber o que de fato é importante para mim. C. foi uma espécie de anjo enviado para me lembrar.
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