Tirei mais quinze dias de férias. Não, não devo viajar. De novo, vou ficar por aqui, cuidando de coisas de casa, gastando com cachorro e coisas de casa, cozinhando, lavando roupa e louça. Com sorte, vou retomar minha horta e vou conseguir me exercitar entre um temporal e outro, além de ler, estudar, organizar meu bullet journal e talvez bordar um pouco. (Pronto, já reclamei, porque um pouco também é importante, para manter a sanidade em época de chuva a qualquer momento.)
Claro que de todo o trabalho não remunerado o (único) que me agrada é cozinhar. Porque cozinhar tem seu quinhão de criatividade, além de ser mesmo uma capacidade mágica, processar seu próprio alimento do jeito que quiser. Isso me alegra montão: saber que posso fazer quase qualquer coisa, desde que tenha os ingredientes necessários e não necessite de artefatos estapafúrdios.
Outro dia, porém, inventei de fazer um bolo que levava chocolate e coco, e queria justamente usar o coco fresco que comprei na feira de orgânicos em Salvador. A foto era completamente enganosa, de um banco de dados, e não condizia com a receita. Mas eu quis acreditar que uma correspondia à outra. E me dei mal: o bolo ficou com gosto de farinha, a mousse de coco não firmou (tudo bem que eu não tinha creme de leite fresco e tentei de novo usar leite de coco de caixinha). Nem provei, joguei fora.
Para redimir meu espírito da frustração, resolvi fazer outro bolo, simples, de iogurte e farinha de amêndoas, que achei no site Eu Como Sim, que costuma ter receitas bem honestas. Sucesso absoluto: bolo úmido mas fofinho, com uma leve crocância das amêndoas em contraste com as raspas de limão e a glaçagem da geleia de morango. Acabou rapidamente, claro.
Isso foi no mesmo dia - o primeiro das férias parte 2 - em que fiz estrogonofe para aproveitar a batata palha que compramos para o cachorro-quente, sopa de abóbora cabotiá da feira orgânica com o camembert que estava na geladeira e pão de inhame também da feira da Reforma Agrária. Ou seja, passei na cozinha metade do tempo em que estive acordada. Mas foi gratificante, porque tudo ficou bom, e o espírito também se alimenta desse prazer.
Nenhum comentário:
Postar um comentário