terça-feira, 28 de maio de 2019

Aprendendo com os erros na receita de cookies

Fiz duas vezes a receita de cookies triplo chocolate do Lucas Corazza. Na primeira vez, os cookies ficaram mais rasos do que eu gostaria; o gosto, porém, ficou perfeito. 
Na segunda vez, a massa ficou muito mole e se espalhou completamente pela forma. Como sobrou metade da massa no congelador, resolvi (a pedido do marido) assar mais cookies hoje. O fato de o preparo estar congelado, portanto mais firme, me animou a tentar. 
No final das contas, não houve jeito, os cookies se espalharam na forma de novo. Mas deixei mais tempo no forno, e eles ficaram gostosos. Guga chamou a atenção para o gosto de sal. Estou chegando à conclusão de que o bicarbonato que acabei colocando a mais influenciou o sabor e a textura espalhada. Também acho que no processo de crémage deu algum chabu - talvez açúcar de menos, ou a qualidade do açúcar. A manteiga estava na textura correta, então não acho que tenha sido "culpa" dela. 
Tudo isso só vem confirmar como a confeitaria é uma ciência exata. É muito mais fácil salvar um pão (embora este seja sujeito a tantas variáveis) do que um doce. Só me resta, portanto, continuar praticando, fazendo muito cookies, mas com a matrícula na academia sempre renovada.

Aprimorando delícias: brownie triplo chocolate e mais quiche


Já comentei aqui sobre o curso do Lucas Corazza na Eduk, de cookies, brownies e cheesecakes. No final de semana foi a vez de testar o brownie triplo chocolate, cuja massa leva chocolate derretido em vez de apenas cacau. Maravilhoso! Nunca comi um brownie tão fofo e ao mesmo tempo úmido na medida. Receita aprovadíssima!
Quanto às quiches, tenho feito com uma certa constância e estou até me permitindo inventar um pouco, caso dessa quiche de tomate seco (feito por mim algumas horas antes) e queijo ementhal. Ia colocar manjericão, mas acabei esquecendo. Ficou levíssima, com o ementhal suavizado por leite e creme de leite. O tomate, a bem da verdade, ficou mais confit do que seco, porque seriam necessárias muitas horas para secá-lo de verdade. De todo modo, ficou delicioso - açúcar, sal grosso moído, azeite e depois de 1h30 o acréscimo de tomilho e alecrim secos. 

domingo, 26 de maio de 2019

No cinema e na TV, o protagonismo dos antigos coadjuvantes

Sempre que visitava o site da Netflix me chamava a atenção o banner da série Queer Eye, produção original da plataforma. Não sabia exatamente do que se tratava, embora a temática parecesse óbvia. Então resolvi assistir um episódio. Fiquei apaixonada! Os Fab Five, Jonathan, Tan, Karamo, Bobby e Antoni, cada um responsável por uma área na "repaginada" de pessoas comuns, são mesmo maravilhosos. Diferentemente de outros programas do tipo, não estão preocupados em jogar fora as referências de ninguém, mas sim em valorizar o bem-estar das pessoas nas diversas áreas - autoimagem, autoestima, convívio familiar e social, o que envolve mudanças/melhorias no visual, nos cuidados pessoais, na alimentação, no ambiente, nas relações. Os fabulosos também compartilham suas experiências de exclusão e aceitação e aprendem enquanto ensinam, e nos emocionam enquanto transformam a vida de duas irmãs cujo churrasco é um sucesso, a senhora religiosa e amorosa que tem um filho gay e quer reformar um centro comunitário, o homem trans que rompeu com a família, a menina também expulsa do lar adotivo ao se assumir lésbica, o caminhoneiro de coração gigante que não acredita haver jeito para sua feiura, o gerente de um camping que usa camisas furadas e deseja retomar o contato com o filho adolescente. O que vejo de mais importante nesse programa é como ele ajuda a desconstruir estereótipos sobre o público LGBT - são pessoas comuns, profissionais de todas as áreas, com família, amigos, casa, em busca de seus sonhos, de paz, amor e aceitação. Ponto. Digam adeus à ideia de que gays e lésbicas só vivem na balada e só querem saber de drogas e sexo e bafos. 
Me parece que o processo de desconstrução de imagens tem sido bem amplo, não só na direção do público LGBT. Tenho visto muitas produções no cinema e na TV que mostram pessoas comuns, uma diversidade cada vez maior na criação de personagens, inclusive entre os protagonistas. As mulheres, por exemplo, que durante tanto tempo foram mais pretextos que protagonistas, não só começaram a ganhar destaque nesse sentido como também têm deixado de ser retratadas como divas. Se Sandra Bullock mostrou que uma mulher bonita pode ser engraçada, Melissa McCarthy ensina que uma mulher engraçada - e gorda - pode ser a estrela de seu filme. Adoro Melissa McCarthy! Com certeza, graças a ela e outras atrizes comediantes, tem havido mais filmes com personagens com as quais podemos nos identificar - como no divertido Entre vinho e vinagre, que vi outro dia também na Netflix, com a ótima Maya Rudolph, que aliás contracena com McCarthy e Kristen Wiig (duas das Caça-Fantasmas) no hilário Missão Madrinha de Casamento. Essas atrizes têm nos ajudado a ver suas personagens não apenas como mulheres feias ou bonitas, magras ou gordas, glamourosas ou engraçadas, frágeis ou fortes, mas como mulheres acima de tudo. Porque as questões que trazem ao centro de seus papéis são questões femininas. 
Há mais diretoras também, embora numa proporção muito menor que a ala masculina. Aliás, muitas atrizes têm se tornado roteiristas, produtoras e diretoras de seus filmes, atalhando assim o resultado de suas obras. Contudo, para além de Eliane, Laís, Anna, Tata, Petra - para citar só diretoras brasileiras -, o caminho ainda é longo.
Também os negros têm sido melhor representados no cinema. Como heróis, protagonistas, atores e diretores, e não só serviçais, coadjuvantes. Aqui o caminho também é muito, muito longo, mas mostra que fazer barulho tem resultados - caso dos protestos de atrizes e atores negros no Oscar. Embora ainda seja tabu, o racismo tem cada vez mais sido confrontado, inclusive como temática contemporânea - se Mississipi em chamas (Alan Parker) já cortava na pele, o excelente Corra! (Jordan Peele) cria a alegoria mais próxima do real que pode haver. Mesmo o belo filme islandês Inspire, expire, dirigido por uma mulher, Ísold Uggadottír, traz uma mulher negra como uma das protagonistas - ela, irmanada à personagem branca por serem ambas párias na sociedade contemporânea, mas por isso mesmo solidárias uma à outra.
Só tenho a dizer: o protagonismo mudou de mãos, bebês! Enfim!

quarta-feira, 22 de maio de 2019

Cookie de frigideira com gotas de caramelo e sorvete de baunilha talhado que lembra Galak

No último final de semana, fiz uma experiência com cookie: testei a receita da Raiza Costa feita na frigideira. Usei as gotas de chocolate gold que tinha. Também fiz um sorvete de baunilha com creme de leite recém-talhado (a caixinha de Bate Chantily da Piracanjuba estava vencida) - acabou ficando com gosto de chocolate Galak,  vejam só, apesar de a textura incomodar um pouco, pegando na língua ao final.
Hoje o teste de cookies foi com a receita do chef confeiteiro Lucas Corazza, do curso dado por ele na Eduk, de cookies, cheesecakes e brownies. Os cookies ficaram deliciosos, embora tenham se espalhado mais do que deviam na assadeira (vou testar preparar um salame da massa e congelá-lo antes de assar). 
Aliás, que aula boa a do Lucas, muito bem explicada, dinâmica e útil! A oferta de aulas da Eduk também é ótima, só é preciso mesmo se organizar para aproveitar os cursos, cujos destaques são a gastronomia, a fotografia e o artesanato. 
Todos esses testes de cookies se devem à minha percepção de que, apesar da minha campanha pelos pães saudáveis, as pessoas gostam de um docinho, uma guloseima de vez em quando - caso das broas, sucesso de público, mais até do que os bolos. 

quarta-feira, 15 de maio de 2019

Comida que alegra o coração

Na semana passada, não estava a fim de nada. Só queria dormir. Trabalhar, cozinhar, me exercitar, nada. Mas não teve jeito, tinha trabalho a fechar, tinha marido para alimentar, casa pra cuidar - deixei só a mim mesma de lado, como costuma acontecer comigo e com milhões de mulheres. O ânimo, a alma, estava um caco. A chuva forte, que derrubou outro pedaço do muro e isolou o litoral norte de Salvador, só aumentou o caos, interno e externo - não conseguimos nem ir ao show de Djavan, cujos ingressos comprei há mais de um mês. Fiquei meio catatônica, sem saber se era infelicidade ou não, depressão leve ou não.
No início desta semana, retomei tudo, pelo menos de fora pra dentro. Não me jogando de vez, mas já fazendo alguma coisa. O sono persiste, e quando possível durmo um pouco. Trabalho. Resolvo pendências de casa. Vou ao mercado algumas vezes. E cozinho.
Resolvi cozinhar coisas de que gosto e que não vão explodir meu colesterol, apesar da manteiga, se feitas para compartilhar. Porque concluí que amo manteiga, caramelo, queijo, e esses ingredientes me fazem feliz. Daí fiz quiche, croque monsieur, maçã com crumble de aveia e caramelo ao leite. E fiquei feliz. Mesmo sem resolver questões internas, saber que sou eu quem pode conferir sabor à minha vida já é um passo gigantesco.

sábado, 11 de maio de 2019

Consumo sustentável, microeconomia e as verdadeiras redes sociais

Valorizo cada vez mais os pequenos produtores, até porque caminho nessa direção desde sempre, encantada pela criatividade, pela força do artesanal, pela economia solidária. 
Tenho ainda poucos fornecedores nessa linha - por ora, o do mel orgânico do Vale do Capão, que me entrega o produto em Salvador, meu vizinho Mr Blond, com os ovos de galinha caipira, e os meninos da Gato Maloko, que me socorrem sempre que preciso de um móvel sob medida muito bem feito e de viés ecológico, como essa fruteira de madeira que atendeu a pequenas mudanças na cozinha.
Quando estivemos na Feira da Reforma Agrária, há quase um ano, fiquei emocionada e querendo muito ter mais contato com esse comércio sustentável. Embora o momento sociopolítico atual seja tão desanimador, pouco a pouco vamos caminhando em direção a um estilo de vida mais ético, inclusivo, ecológico - arriscaria até dizer, ecumênico, uma real tradução da ideia de rede

Primeira FLIPF e A Queijaria: o que é que a Praia do Forte tem?

Conversando com minha amiga Liu pelo WhatsApp, soube que haveria na Praia do Forte uma feira literária, a primeira do gênero no lugar. Logo tentamos combinar de ela e o marido virem pra cá e daí irmos juntos à FLIPF. Infelizmente, eles não conseguiram chegar e fomos, eu e Guga (que não estava botando muita fé no evento), para lá, já no final da tarde.
Quando chegamos, muita coisa devia ter acontecido. Pelo menos, ainda chegamos em tempo de visitar o espaço das editoras baianas. Quase comprei uma reedição de Orixás, de Pierre Verger, mas lembrei dos gastos com a casa e desisti. Em compensação, achei um livro mais do tamanho do meu bolso, O sal é um dom, de Mabel Velloso, que outro dia estava sendo oferecido no Shopping Iguatemi para quem almoçasse ou jantasse em alguns restaurantes do shopping, em um evento que homenageava a culinária do Recôncavo. 
Estava rolando também uma exposição na Escola São Francisco, no centrinho, de textos literários premiados, produzidos por alunos de toda a Bahia, uma fofura. 
Mas, talvez, o melhor da ida à Praia do Forte tenha sido descobrir uma filial de A Queijaria na rua principal. A proprietária, Mariana, é irmã do criador da casa, em SP. O lugar é pequeno e lindo, os queijos, maravilhosos. Provamos vários, e acabamos levando o Pico Alto, saborizado em gim. Tem consistência de boursin, mas lembra no sabor um gorgonzola suave. Comemos ao chegar em casa, no lugar de jantar, e no outro dia fiz um risoto com peras e nozes, muito bom. 
Em suma - a Praia do Forte vale sempre a visita. Tem feira de livros, queijos, sorvete, pizza, comida mexicana, música boa, tartarugas. Tem alto astral. Pudesse eu, teria uma casinha lá, fácil, fácil. 

Cabeceira

  • "Arte moderna", de Giulio Carlo Argan
  • "Geografia da fome", de Josué de Castro
  • "A metamorfose", de Franz Kafka
  • "Cem anos de solidão", de Gabriel García Márquez
  • "Orfeu extático na metrópole", de Nicolau Sevcenko
  • "Fica comigo esta noite", de Inês Pedrosa
  • "Felicidade clandestina", de Clarice Lispector
  • "O estrangeiro", de Albert Camus
  • "Campo geral", de João Guimarães Rosa
  • "Por quem os sinos dobram", de Ernest Hemingway
  • "Sagarana", de João Guimarães Rosa
  • "A paixão segundo G.H.", de Clarice Lispector
  • "A outra volta do parafuso", de Henry James
  • "O processo", de Franz Kafka
  • "Esperando Godot", de Samuel Beckett
  • "A sagração da primavera", de Alejo Carpentier
  • "Amphytrion", de Ignácio Padilla

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