Tive uma experiência muito estranha na semana passada. Não sei ainda se estava sonhando, ou num estado de semivigília, mas no meio da noite despertei (acho) com a sensação clara de que tinha cinco corações, todos batendo descontroladamente. Achei que ia pifar, com aquele descompasso crescendo no peito de forma sufocante...
Aí percebi que não estava nem conseguindo respirar. Pensei (sonhei?) então que precisava respirar fundo para não sucumbir, precisava aquietar meus corações com uma respiração calma e pausada.
Funcionou. Respirei assim por uns minutos e adormeci.
Embora não tenha chegado a nenhuma conclusão, se estava acordada ou dormindo, esse episódio insólito me fez pensar na minha dificuldade em fazer essa coisa vital, desde sempre. Respiro pela boca quase o tempo todo, e preciso pensar para respirar pelo nariz, soltar pela boca etc. Por isso gosto de (tentar) nadar - vou aquietando a respiração de acordo com os movimentos, o som silenciador da água.
E foi respirar fundo que me salvou do pesadelo acordada. Aliás, cada vez mais vou percebendo como não respirar bem me atrapalha em quase tudo. Na hora de fazer uma atividade física, às vezes é preciso que o professor me lembre de usar a respiração - não basta saber encaixar o quadril. Dançando, fazendo tai chi. Fazendo tai chi, vi como meus movimentos eram apressados porque não acompanhavam a respiração compassada propícia à prática. Numa subida, quase coloco os bofes pra fora, embora seja capaz de caminhar quilômetros sem drama. Quando me meti a fazer um curso de mergulho (só aquela parte na piscina), usei apenas 30% de oxigênio do cilindro - o instrutor me olhou espantado: você não respira???
As poucas vezes que fiz yoga, e também no tai chi, ouvia do professor que a respiração ajudava a colocar em contato consigo mesmo. Pensando bem, também por isso acabei procurando a terapia - para aprender a respirar e assim mergulhar mais fundo, sem medo de me afogar.
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Tudo de bão
Cabeceira
- "Arte moderna", de Giulio Carlo Argan
- "Geografia da fome", de Josué de Castro
- "A metamorfose", de Franz Kafka
- "Cem anos de solidão", de Gabriel García Márquez
- "Orfeu extático na metrópole", de Nicolau Sevcenko
- "Fica comigo esta noite", de Inês Pedrosa
- "Felicidade clandestina", de Clarice Lispector
- "O estrangeiro", de Albert Camus
- "Campo geral", de João Guimarães Rosa
- "Por quem os sinos dobram", de Ernest Hemingway
- "Sagarana", de João Guimarães Rosa
- "A paixão segundo G.H.", de Clarice Lispector
- "A outra volta do parafuso", de Henry James
- "O processo", de Franz Kafka
- "Esperando Godot", de Samuel Beckett
- "A sagração da primavera", de Alejo Carpentier
- "Amphytrion", de Ignácio Padilla
Sol, Sol... respirar é tão essencial que precisamos dela pra viver!!! É algo vital! Talvez por isso fique tão descompassada quando descompassamos a vida... Retomar o fôlego e "normalizar" a respiração talvez seja mesmo um dos melhores caminhos para retomarmos o controle de nós mesmas!!!
ResponderExcluirBjs
Pois é, querida! E só de pouco tempo para cá é que venho prestando mais atenção a isso - se por um lado é assustador, por outro sinto alívio de perceber a tempo que o que deve ser feito é relativamente simples, ou pelo menos "natural", parte de mim mesma. :)
Excluirbeijos!
É o aprendizado de todos nós, que estamos na correria sabe lá desde que encarnação...
ResponderExcluirBeijos mil - e te espero para aquele café aqui em casa!
Marisa
Ufa! Entrei numa nova correria doida - tô meio cansada! Mas vai ser ótimo parar e tomar um cafezito com mi amiga. :)
Excluirbeijos!
Ufa, ando cansada, sabia? Mas vai ser ótimo parar um pouco e tomar um cafezito contigo. :)
Excluirbeijos!
Venha, venha!
ResponderExcluirNa semana que vem estou aqui direto, a partir de segunda!
Bjs, bjs,
Marisa