Sempre que dá, troco ingredientes nas receitas para que elas fiquem mais saudáveis. Caso da páprica misturada ao leite de coco no lugar do dendê quando faço moqueca (o dendê é ótimo, mas pesa em um almoço no meio da semana), ou do leite de coco no lugar do creme de leite para o creme de milho. Às vezes, diluo um pouco o leite de coco, para reduzir as calorias.
Já tentei fazer algumas receitas fit, e até comprei um livrinho da Lucília Diniz que é vendido em bancas de jornal. Não é algo que costuma me animar muito, mas mesmo assim comprei xylitol para experimentar em algumas receitas - aqui em casa, não funcionou tão bem, porque ele pode dar um pouco de dor de barriga; então, uso nos pães para quem quer restringir o açúcar.
De todo jeito, tenho um pé atrás com a total descaracterização da comida, ou, pior, com a moda de se tirar absolutamente tudo que supostamente dá alergia: lactose, glúten, açúcar. Claro que se associam a essas substâncias os processos inflamatórios que podem adoecer uma pessoa, mas é preciso pensar um pouco além: muito mais do que comemos pode nos fazer mal porque ingerimos quantidades absurdas de agrotóxicos e outras substâncias químicas bizarras, presentes nos conservantes, espessantes e adoçantes dos alimentos processados. Não é só o açúcar refinado usado no bolo que fará mal; pode ser também o ovo cheio de hormônios, a farinha sem nutrientes, a margarina repleta de gordura não saudável.
Hoje, no Brasil e no mundo, comemos mal, mas a solução mais imediata não está em seguir a moda fit, e sim em melhorar a qualidade do que colocamos no prato. Sempre que possível (e isso dá mais trabalho que comprar docinhos feitos sem açúcar, sem farinha e sem leite), comprar do pequeno produtor, evitar os ultraprocessados, como aconselha o Guia Alimentar da População Brasileira. É difícil pensar em gastar um pouco mais com alimentação em um país em crise, mas certamente vamos economizar com nossa saúde, não tendo de buscar médicos, remédios e tratamentos caros.
Por isso, sou totalmente a favor da comida de verdade no lugar da comida simplesmente fit. Comida com sabor, menos produtos químicos, que dê alegria de fato, e não apenas "ausência de culpa", a quem prove. Às vezes, é melhor um pouco de manteiga de verdade para fazer um cheesecake do que simplesmente esmigalhar o biscoito no fundo da taça - como fiz no final de semana, seguindo uma "dica fit" de sobremesa. A frustração do sabor só traz mais vontade de comer um docinho, que me perdoem os fitólatras de plantão.
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