Ontem fiz massa fresca de espinafre com ragu de linguiça. Ficou uma delícia, sem modéstia. O talharim ficou mais pra papardelle, que eu adoro. Usei o varalzinho que comprei há um tempão.
Outro dia, quando fiz ragu de shitake, um conhecido no Facebook, amigo de uma amiga, disse que aquilo não era ragu, que eu mudasse o nome. Além da ousadia de alguém vir me dizer o que eu devo fazer com a minha comida, fiquei pensando em como as pessoas dão importância a bobagens como o nome consagrado das comidas. Eu mesma já pensei brevemente assim: ah, como uma feijoada sem carnes pode ser chamada de feijoada? Não pode.

Aos defensores das tradições estanques, só tenho a lamentar. Aos preciosistas, sugiro que levem em conta, ao nomear pratos, as técnicas de preparo ou ingredientes principais ou origem do nome. Feijoada tem principalmente feijão, ragu vem do francês ragôuter, avivar o gosto, o que pode ser qualquer coisa cozida por muito tempo para extrair sabor. Não vou, claro, chamar de Boeuf Bourguignon ou Filé Wellington um prato sem carne, porque o nome já diz qual o ingrediente principal. Mas de resto acho que a galera devia relaxar, pensar nas questões mais importantes no mundo de hoje e curtir uma comidinha bem-feita e pronto.
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