sexta-feira, 31 de março de 2017

Equipamentos para leitores

Acerca de equipamentos para leitores, além de óculos, marcadores de página e de texto e luminárias, há os leitores de livros digitais, que também podem ler PDFs.
Sim, eu comprei um Kindle. Só agora, quando ele deve estar meio fora de moda, limitado aos leitores de fato que desejam garantir a companhia de um bom livro mas não querem carregar peso demais.
Como ando ávida por voltar a estudar, escrever, ler, até pensei num tablet, mas era muito mais caro - além de ser mais pesado também. Aí me decidi pelo leitorzinho.
Fiz a compra pela Amazon, o pedido foi imediatamente despachado, chegou rapidamente. E eu fiquei encantada com a proteção de tela caleidoscópica, com temas ligados a texto (teclados de máquina de escrever, lápis, fontes tipográficas) - uma lindeza!
Puxei meus PDFs para a biblioteca - lê-los vai requerer um pouco mais de paciência, especialmente os que foram gerados com duplas de páginas.

domingo, 26 de março de 2017

Estreando trilhas no pedal

A ideia era ir até Jacuípe com Gleice, tomarmos um mingau e voltarmos. Cerca de 18 km, distância que eu faço durante a semana.
Mas Wendel se juntou a nós - ele queria companhia para espiar a largada da Prova do Gantois, no Castelo Garcia d'Ávila. E lá fomos nós, num ritmo mais puxado do que o de costume. Chegando à Praia de Forte, uma ladeira considerável para chegar até o castelo. Eu estava com a língua de fora por conta da puxada na estrada, pedi um tempo para beber água e tomar meu Carb-up. Aí subi, com a marcha mais leve de todas, devagarinho. Aos poucos, ia chegando gente da competição, de carro ou bicicleta. Quem passava nos cumprimentava como se fôssemos competidores também, um luxo.
Porém, quando chegamos ao castelo, descobrimos que a largada era apenas à tarde. Então só nos restou dar um giro, admirar a vista linda e pedalar correndo até a barraca de caldo de cana de Barra do Pojuca. Para isso, tomamos uma estradinha de chão que descia diretamente até lá. Segundo Guga, não é bem uma trilha, mas para mim foi a primeira no meu currículo, cheia de britas, valetas e trechos de areia. 
Ainda paramos na volta na Clinvet para de novo cooptar Joelma aos pedais. Até levantar a bike de Gleice para a foto levantei. 
Há um ano atrás, quem diria que eu faria tudo isso? Pois é, fiz. Faço. E mais ainda farei.

sábado, 18 de março de 2017

Crônica ciclística

Saio pra pedalar mais tarde do que gostaria. Já faz bastante calor, e quase desisto. Então me lembro de que desistir significa um dia a menos de pedal, um dia a menos de exercício, de condicionamento e serotonina, e vou. Não com as vestes novas, porque decido fazer um pedal um pouco mais curto, que não carece de tanta tecnologia assim.
Como é sábado, o bairro está tomado por carros, motoristas de finais de semana, muita gente no meio da rua. Vou devagar, até chegar à rodovia. Engato a marcha mais pesada, e sigo concentrada no caminho e nos meus movimentos. Há bastante tráfego na estrada, mas nada que assuste. Cheiro de capim queimado e bicho morto, gente nos esparsos pontos de ônibus, o carrinho de rocambole que um dia ainda vou provar, o pessoal do speed escoltado por algum carro bacanudo, outros ciclistas solitários. Sempre alguém olha com curiosidade para a mulher que pedala sozinha na estrada; quase sempre alguém cumprimenta.
Volta e meia ajeito os tênis nos pedais, e penso que logo comprarei sapatilhas. Isso me faz pensar nos óculos apropriados, em uma bicicleta mais robusta. Fazer o que se gosta também nos leva facilmente ao consumo (e penso também nos utensílios gastronômicos que compõem minhas listas intermináveis para a cozinha). De repente, à minha direita, a vista linda dos coqueiros com o mar ao fundo.
No retorno, percebo que terei de apelar ao CarbUp. Paro e tomo o conteúdo com gosto de qualquer coisa, mas de inegável poder energizador. Mais à frente, ensaio pegar a caramanhola enquanto pedalo; perco um pouco o equilíbrio, mas insisto e consigo - ainda vai ser preciso muito para chegar à destreza necessária.
Para evitar a confusão sabática de carros e pessoas, tomo outro caminho para casa. Atenta aos freios, quase não vejo um carro que entra rapidamente na rua por onde desço. Por sorte, o motorista também reduz quando me vê.
Por mais que sinta minha evolução nos pedais, vejo como cada saída é uma e como não é possível ligar o piloto automático, se distrair ao pedalar. Flutuar sobre rodas exige total concentração. No fundo, como tudo na vida que realmente importa (que eu importo, trago para dentro de mim).

sexta-feira, 17 de março de 2017

Bolo cenouroso com especiarias

Vi outro dia no programa da Rita Lobo esse bolo de cenoura com especiarias. A cenoura parecia servir de base para uma mistura de muitas especiarias, e isso já me fez gostar da receita.
Fiz hoje meia receita, e adorei. O meu bolo ficou com um aspecto bem... cenouroso. Os pedacinhos de cenoura estão em toda parte, bem diferente do bolo da Rita Lobo, bem mais discreto. De todo jeito, ficou leve, um pouquinho esponjoso, nada enjoativo. O perigo é não conseguir parar de comer.

Manguitos e questões de gênero

Hoje descobri um item incrível para ciclistas: os manguitos, mangas de tecido UV para proteger os braços durante o pedal. Também existem os pernitos, mas o custo-benefício não é tão interessante - enquanto os manguitos custam 40 reais, os pernitos custam 110 reais. Melhor comprar uma calça - e foi o que fiz, conseguindo um desconto considerável na loja de bike.
Poderia ter comprado no Mercado Livre por um valor beeeem mais baixo, mas, como comecei a pedalar aos sábados uma distância maior, quis logo ter novas vestes à mão.
Também por essas distâncias cada vez maiores (18 km, depois 26, 5, depois 30) estou pensando em aprender a trocar pneu/câmara de bicicleta, e por isso comprei um kit de reparo na mesma loja. Comentei sobre essa vontade que tenho na primeira loja onde entrei, acompanhando o marido. O vendedor/dono da loja fez uma cara de incredulidade e nem respondeu, logo voltando a dar atenção a Guga, como se eu não tivesse dito nada que valesse um pio. Aliás, as poucas vezes em que comentei isso sempre tive como resposta a dúvida masculina acerca da capacidade feminina de trocar um pneu; mais ainda, de cuidar de si mesma.
Até mesmo quando saí para pedalar com minha professora de pilates, percebi uma superproteção incômoda - ainda soube depois que isso se devia à minha suposta "insegurança" em pedalar na estrada. Isso porque eu já havia ido sozinha à Praia do Forte.
O ciclismo ainda é uma atividade dominada por homens. Ainda bem que tem crescido o número de grupos de pedal só de mulheres, no Brasil e no mundo. Porque embora eu goste de pedalar sozinha (também não tive muita opção), sentindo o vento no rosto, me superando a cada saída, juntas somos mais fortes, sempre, em todas as circunstâncias.

sábado, 11 de março de 2017

A chegada dos bannetons

Não é fácil achar bannetons, esses cestos de ratan para modelagem dos pães, por aqui. Nem mesmo em São Paulo. A "dica" dos especialistas é sempre a de se trazer "do exterior", importando ou comprando durante uma viagem ou pedindo a algum amigo viajante que traga.
Outro dia, porém, num post do Luiz Américo Camargo, do Pão Nosso, vi essa outra dica de um site brasileiro que só vende bannetons e entrega em todo o Brasil. Cada banneton custa menos de 60 reais, o que não é barato, mas não chega a ser extorsivo - e como a possibilidade de trazer "do exterior" anda distante, achei por bem experimentar o site.
O atendimento foi ótimo, os bannetons chegaram relativamente rápido (pensando que havia Carnaval no meio) e inteirinhos. Agora é experimentar nas novas fornadas para chegar àquele formato lindo, listrado.
Pelo jeito, só me falta um forno profissional...

sexta-feira, 10 de março de 2017

Fearless girl

Diante do touro de bronze de Wall Street, surgiu, no Dia da Mulher, uma desafiadora menina. Ainda não definitiva no local, a escultura pretende mostrar o papel das mulheres no mundo, especialmente o dos negócios.
Vejo muito mais nesse enfrentamento. Vejo a luta diária de milhões para serem ouvidas, respeitadas, valorizadas.
No Dia da Mulher, que deveria ser o dia de lembrar e apoiar a luta pelos direitos da mulher, e não apenas dia de comprar flores e bombons, saí com uma fita lilás presa à bolsa. Não vi uma única mulher, nos dois shoppings por onde passei, usando roxo ou lilás, como havia sido conclamado nas redes sociais. Sei que no centro de Salvador houve marcha das mulheres, normalmente as mais carentes/negras, como também em São Paulo, mas nos lugares aonde fui (de maioria branca e classe média) parecia que nada estava acontecendo. Minto: a livraria Saraiva estava vendendo a rodo, após anunciar descontos para mulheres nos livros de moda, gastronomia, romance, autoajuda, maternidade - mas não nos de engenharia, contabilidade, títulos acadêmicos etc. Preciso comentar?
Na menina sem medo de Wall Street, ela mesma uma homenagem temporária, vejo o quanto falta conquistarmos, em igualdade de direitos, de salários, de oportunidades, em não sermos abusadas de alguma forma todos os outros dias. O quanto falta para os próprios companheiros compreenderem o absurdo da fala presidencial, de que o papel da mulher é cuidar da família, dos filhos e atuar como fiscal de supermercado.

terça-feira, 7 de março de 2017

Bolo de fubá, pão de ervas e divisão de tarefas

Ontem, fiz um bolo de fubá da Panelaterapia (achei denso e seco) e o pão rústico de ervas (delícia) da Heloisa Bacellar, publicado no Paladar.
Na verdade, só pude fazer as duas coisas porque esta é a semana de Guga na preparação do almoço e lavagem de louça. Às vezes, a louça fica dois dias na pia, mas já disse a ele (que estava pensando em desistir do acerto) que ele assumir parte das tarefas me ajuda imensamente. Mais do que isso: é positivo para o relacionamento pois aumenta a responsabilidade dele nos cuidados com a NOSSA casa. Afinal, uma casa não é só o lugar aonde se levam, por direito, os amigos, mas um lugar do qual se cuida, uma extensão da alma de cada um.
Esse combinado semanal é super-recente, coisa de um mês. Me ajuda tanto que resolvi ajudar mais um pouco, preparando e congelando arroz e feijão no domingo, para ele só ter que descongelar e preparar alguma carne. Até a salada já estava lavada. Também lavei a louça que sujei ao fazer bolo e pão.
Outro dia, li um texto cujo autor dizia não ajudar a mulher porque na verdade ele fazia o que de fato lhe cabia - quer dizer, não era nenhum favor compartilhar os afazeres diários e ele SABIA disso. Não é fácil chegar a esse nível de consciência na nossa sociedade machista. Não é fácil se dispor a fazer algo quando a vida inteira houve alguém (uma mulher, normalmente) fazendo algo por/para você - por que se rebelar contra o conforto? E a chegada à consciência, por mais contraditório que pareça, se faz na caminhada, ainda que a esmo, sem que se saiba o que se está buscando. Praticar a alteridade já é um pouco mais longe, mas até ali também se chega.
Por ora, fico com a felicidade de ter mais tempo - para mim, para criar inclusive coisas para nós dois, fora do sem-tempo das repetições obrigatórias.

sábado, 4 de março de 2017

Cada vez mais longe

Hoje fui até a Praia do Forte. Pedalando. Deixando pensamentos pra trás, cada vez mais concentrada, integrada com minha respiração e meus movimentos. Encarando as subidas, aliviando nas descidas, alternando marchas. Constante.
Foram 26,5 km, cerca de 1h30min. Não me preocupei com o "quanto tempo", mas em ir cada vez mais longe. Tão mais fácil que da primeira vez, mesmo com o sobe e desce após Barra do Pojuca.
Um sujeito me perguntou depois, enquanto eu bebia água num empório do bairro, se sempre pedalava sozinha. Eu, sozinha?
Estou sempre comigo, a melhor companhia.

sexta-feira, 3 de março de 2017

Leva-me pra lua

Minha professora de pilates, que já se tornou uma amiga, comemorou hoje 4 anos de casamento com seu namorado há 10, aliás parceiro de pedal do meu marido. Na semana passada, ela me pediu que fizesse um cartazinho mais arrumado, com alguma arte e os dizeres "Te amo" etc. Seria parte das surpresas que ela planejava fazer.
Matutei essa ideia dos dizeres, mas não encampei. Porque eu nem aventaria hipótese de fazer um simples cartazete com mensagem, mas uma ilustração. E quando ilustro dificilmente uso texto, a menos que seja uma charge.
Bueno, a semana passou, e nada surgiu. Hoje, já dia da comemoração, disse a ela que enviaria a ilustra. Até pensei que ela não teria tempo de imprimir, e ela já havia até solucionado a questão da
"mensagem" com chocolates em forma de letras, mas mesmo assim quis fazer uma homenagem. Ajudar a festejar o amor. Ele não é importante? Porra.
Comecei a separar tecidos e papéis de origami, as tesouras, cantarolando "Leva-me pra lua", que é docemente interpretada pela Ana Caram e já estava na minha cachola há uns três dias. E daí, sem muito planejamento prévio, mas total processamento interno, foi surgindo a ilustra. Com lua, gatos, o amor saindo pela chaminé enquanto o casal apaixonado conversa, faz planos, se reapaixona.
Hoje nem trabalhei, por conta disso. E foi ótimo. Me fez lembrar que criar nos salva da morte - não a inevitável, fisiológica, para a qual todos caminhamos, mas a que obscurece os dias, que cega, que cala, que imobiliza.
A criação é meia-irmã da coragem, tem poder mágico de cura e pode nos levar a toda parte. Até à lua.

Cuca de banana com foto, enfim

Outra receita que já fiz algumas vezes, mas ainda não tinha foto. Hoje, aliás, foi o dia em que ela ficou mais bonita.
Esta receita de cuca de banana é do Receita de Família, superfácil de fazer. Eu adicionei canela em pó à massa e à farofa, e substituí parte da farinha de trigo branca por integral. Também usei só cinco bananas cortadas em rodela no lugar de 8 e uma colher a menos de açúcar na massa. Na verdade, reduzi quantidades na farofa também. Um sucesso para aqueles dias em que as bananas abundam.

quinta-feira, 2 de março de 2017

Meu emburrecimento e os labirintos de Christopher Nolan

Estou pra escrever sobre o Christopher Nolan há meses. Empaquei. Achei chato tudo o que comecei. Mas não abandonei a ideia - ou melhor, ela não me abandonou.
A questão é que estou me sentindo emburrecer. Talvez seja um resultado do panorama geral, das informações fáceis, dos absurdos cotidianos, mas é sobretudo porque parei de estudar, de pesquisar, de ler outra coisa que não seja material didático. Quer dizer, tenho até voltado a ler literatura, achados maravilhosos como obras de Jhumpa Lahiri e Patricia Highsmith, mas o estudo mais profundo mesmo, este ficou de lado. Já havia sentido essa diferença na minha última incursão à pós-graduação; agora, o quadro se agravou.
Aí resolvi simplificar o texto sobre o Nolan. Ia fazer uma lista dos filmes que vi (Amnésia, A origem, Interestelar, mas também Batman begins e O grande truque, por que não?), apontar algumas especificidades e então me deter nos labirintos que me parecem caracterizar seu cinema. Não simples quebra-cabeças, mas, um pouco ao gosto de Borges, jogos de espelhos, passagens secretas, mundos infinitos. Aquelas cenas em que universos, sejam mentais ou espaciais, se desdobram. Uma clareza metafórica às vezes só alcançada com o cinema, mas perfeitamente cabível numa biblioteca total, na memória infinda de uma personagem, num mapa impossivelmente mensurável.
Poderia até comparar os filmes de Nolan com Matrix, o primeiro. Afinal, também há nele os universos paralelos, o questionamento do que é verdade/real ou não. Mas Matrix é noir, sombrio, subterrâneo. Os filmes labirínticos de Nolan (Amnésia, A origem e Interestelar) são quase insuportavelmente solares, de uma luminosidade assemelhada a Deus e o Diabo na Terra do Sol, a O estrangeiro de Camus. Clareza cegante, como em Informe de ciegos, de Ernesto Sabato (ainda que nesta obra os cegos percorram um escuro submundo). Nolan tem muita proximidade, nesse sentido, do mundo latino ou mediterrâneo.
Mas isso é tudo, no momento, que posso dizer. Vai, ideia minha, ser gauche na vida.

quarta-feira, 1 de março de 2017

Bolo de cacau com tâmaras e nozes

Quando Nana vem ao Brasil, normalmente traz muitas frutas secas, deliciosas. Da última vez, ela trouxe um carregamento especial de tâmaras de todo tipo, com graus diversos de dulçor.
Herdamos parte do carregamento, mas até hoje não o tínhamos vencido. Ainda sobraram várias tâmaras ultradoces, e então resolvi procurar alguma receita de bolo integral que as utilizasse.
O blog Diga Maria tinha exatamente o que eu procurava, até mais: um bolo integral de cacau, tâmaras e nozes. Leva laranja também, mas eu não tinha em casa (e deve combinar divinamente). Leva azeite como gordura, e o chileno que achamos por aqui foi perfeito por sua neutralidade. Ainda há o toque especial de uma calda fria de mel, derramada quando o bolo já está pronto.
O melhor é que não precisa de batedeira - tudo é delicadamente misturado à mão. O resultado é um bolo nada enjoativo, com súbitas doçuras da tâmara seca que se diluiu no calor da massa. Um arraso!

Cabeceira

  • "Arte moderna", de Giulio Carlo Argan
  • "Geografia da fome", de Josué de Castro
  • "A metamorfose", de Franz Kafka
  • "Cem anos de solidão", de Gabriel García Márquez
  • "Orfeu extático na metrópole", de Nicolau Sevcenko
  • "Fica comigo esta noite", de Inês Pedrosa
  • "Felicidade clandestina", de Clarice Lispector
  • "O estrangeiro", de Albert Camus
  • "Campo geral", de João Guimarães Rosa
  • "Por quem os sinos dobram", de Ernest Hemingway
  • "Sagarana", de João Guimarães Rosa
  • "A paixão segundo G.H.", de Clarice Lispector
  • "A outra volta do parafuso", de Henry James
  • "O processo", de Franz Kafka
  • "Esperando Godot", de Samuel Beckett
  • "A sagração da primavera", de Alejo Carpentier
  • "Amphytrion", de Ignácio Padilla

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