terça-feira, 31 de julho de 2018

Da natureza de cada um ou A dor e a delícia dos pets

Cely costumava dizer que meus blogs só falavam de coisas bonitas, e ela gostava disso. Talvez isso tenha me influenciado a não enfiar o pé na jaca, em consideração à minha querida e saudosa amiga. Mas acho que é uma tendência pessoal mesmo, só gritar quando todos os recursos se esgotaram. E não é só falar de coisas bonitas, mas também evitar as imagens negativas de modo geral.
Por isso relutei em colocar uma imagem de Cong após a segunda briga feia com Balu, na semana passada. Fico condoída só de olhar, por mais engraçada que seja sua semelhança com Rocky Balboa. Mas hoje fotografei Zen num dos seus infinitos momentos de glamour e não resisti, porque as duas imagens falam muito sobre nossos pets e a personalidade de cada um. O macho alfa desafiador mas meigo e o magrelinho lânguido e falastrão.

domingo, 29 de julho de 2018

Novos sabores: pão de cranberries e pão integral de banana, cacau e avelãs

Tinha acabado de assistir às aulas de culinária saudável na pós quando me ocorreu fazer um pão que levasse purê de fruta no lugar do açúcar. Se pudesse juntar cacau, imaginei, ficaria ótimo. E com um punhado de nozes para perfumar e nutrir, melhor ainda. 
Achei algumas receitas de pão de banana, uma com banana e cacau e mais uma porção de adições (sementes, linhaça, aveia, mel), e resolvi criar a minha, levando em conta as proporções das já experimentadas por mim e por outros. 
Também fiz um pão integral com cranberries, uma pequena adaptação do pão integral que costumo fazer. As cranberries deram um toque especial, com seu gosto doce e só um pouquinho azedo. 
As duas experiências deram muito, muito certo. Os dois pães ficaram muito saborosos e macios. O pão com banana, além de não ter açúcar adicionado, também não tem lactose. 
Fiquei especialmente feliz porque já estava um pouco enjoada dos pães que tenho feito (e olha que a lista é grande), aliás, como acontece com a cozinha de modo geral - prefiro a variação, a descoberta, a pesquisa. Quando a pesquisa leva a um resultado ótimo, então, só quero mesmo ir além. 

terça-feira, 24 de julho de 2018

Curtindo um som ao modo Zen


Retomando a horta

Já falei algumas vezes da dificuldade em termos uma horta. Naturalmente dá muito trabalho, fica cansativo para uma pessoa só cuidar de tudo e ainda há todas as ações/eventos externos: sapos, sol, calor, cachorros e gatos, viagem. Daí que a horta foi ficando de lado, apesar do nosso desejo de termos coisas frescas e orgânicas à mão. Que bom seria se fosse fácil!
Até mesmo as mudas de temperos foram sendo abandonadas. Fui desanimando às primeiras murchadas, deixando-as minguarem de vez. Cuidar de seres vegetais acabou entrando na mesma categoria de disposição de ir à academia, aquela coisa necessária, mas via de regra escamoteada. Do mesmo modo que ir à academia, só uma resolução enérgica, para além de mim, poderia trazer a prática horticultora de volta ao cotidiano. Não adiantava só anotar na agenda a palavra "horta", era preciso contar até 1 e sair a campo.
Foi o que fizemos no final de semana. Propus ao marido, que de novo falava da vontade de ter algumas espécies frutíferas, irmos ao horto aqui perto para buscar uma muda de jabuticaba e talvez uma amoreira. Lá fomos nós, cheios de vontade, e voltamos com jabuticabeira, amoreira, laranjeira, um pé de limão-siciliano, sementes de coentro e mudas de alecrim, manjericão, hortelã-graúda, salsinha, cebolinha, rúcula e couve. 
Ontem, passei parte da manhã replantando os temperos e hortaliças, enquanto o marido buscava os melhores lugares para as árvores. Aproveitei para preparar mudas de sálvia, tomilho e agrião - a ver se dão as caras desta vez. Fiquei com dor na mão direita de preparar a terra, imagine só. Limpei, arei, distribuí composto. Coloquei palha de coqueiro sobre as hortaliças para protegê-las do sol forte. Parece que as replantadas gostaram do lugar, observemos. 
Como sinal de bom augúrio, ganhamos uma fruta-pão, algo que eu nunca tinha visto, só lido em A ilha perdida, livro da série Vaga-Lume escrito por Maria José Dupré. Ou seja, os vizinhos continuam nos mostrando que é possível consumir o que se produz, só é preciso perseverar, entender que o tempo da natureza não é o do consumo, do pegue-pague. 

quarta-feira, 18 de julho de 2018

Comemoração de aniversário parte 2

No dia oficial do aniversário, jantar só com maridón. Já tínhamos garantidos o vinho e a sobremesa (fondue de chocolate), ambos deliciosos, que ganhei de Sylvia e Edgard, respectivamente. O jantar foi uma baked potato com salada de folhas, iscas de frango, manga e tomate ao molho de mostarda, limão e mel. Tudo delicioso!
Este novo ano já começa com as bênçãos das comemorações felizes, que bom!

segunda-feira, 16 de julho de 2018

Aniversário adiantado é tudo de ótimo


Este ano resolvi comemorar meu aniversário com antecedência, para não atrapalhar a festa de 90 anos da avó de Guga, minha quase xará de data. Assim, pensei, ela não se constrangeria com a presença de várias pessoas que não conhece.
Fiquei muito contente, porque a galera compareceu em peso. Eu é que não fotografei, uma falha que cometo quase sempre, quando fico indo e vindo da cozinha. A sorte é que Cris clicou o momento dos parabéns, junto do marido e do bolo de chocolate que quase não saiu após explosão do pirex (que não devia ser verdadeiro) e da erupção da massa 2 (e lá se foi mais de meio quilo de chocolate e de manteiga).
Ainda por cima, ganhei muitos mimos dos amigos, só coisas de que gosto. De comer, de beber, de vestir, de ver, de cheirar. Uma delícia!

quarta-feira, 11 de julho de 2018

Vestindo ideias

Voltei à mesma loja que me encantou outro dia para escolher meu presente de aniversário. Achei essa camiseta linda, com palavras bordadas que parecem ter sido tiradas do meu briefing para a Gosto de Sol.
Adoro quando tantas coisas queridas se juntam assim, uma sopa de letrinhas benfazeja.

quinta-feira, 5 de julho de 2018

Onde cabemos ou Da poesia de viver

Assim como algumas vezes nos decepcionamos ao tentar vestir algo e perceber que não nos cai bem, acontece também de, numa só tacada, vestirmos roupas que parecem terem sido feitas pra nós. Na semana passada, tive essa experiência em uma loja à qual nunca tinha prestado atenção. Vi na vitrine, quase indo embora do shopping, uma peça com estampa bonita, ao lado de outra também bonita. Depois, o cartaz de "promoção". Pensei: não custa dar uma espiada.
Para minha surpresa, havia muitas peças com minha cara, com preço mais acessível do que em outras lojas onde costumo comprar. Surpreendentemente, o que me caía bem era tamanho P. A vendedora, em nenhum momento, tentou me empurrar nada, nem me propôs combinações bizarras de roupas. Foi super atenciosa, ágil, eficiente e simpática. Pronto. Achei uma loja para chamar de minha.
No fundo, o que aconteceu na lojinha acontece na vida o tempo todo. Uma amiga das antigas, Cris, costumava dizer que só ficava "onde cabia sua alma". Eu tomei pra mim, já devo ter dito isso, tal verdade. Quando a coisa aperta, e a vida traz tempestade, traço meus planos de fuga A, B e C. E às vezes a vida vem num abraço, suave como a brisa. Tudo se encaixa, de forma natural - às vezes, tão natural que esquecemos de agradecer.
Viver é pura poesia. Nem sempre doce, nem sempre trágica - poesia.

Bicho de pé enquanto experimentação para aniversário

Vi várias receitas de bicho de pé na internet. A maioria apontava a facilidade em se fazer o doce. Só usar leite condensado, gelatina e manteiga.
Bom, a começar pela cor, não é bem essa a cor do docinho que comemos em boas confeitarias. Ele tende a ser mais claro e tem uma textura macia. O meu ficou granuloso - claro que também por conta da umidade local, que já afetou a gelatina em pó -, o que quer dizer que não é só misturar os ingredientes e pronto. É preciso dissolver a gelatina em água quente antes.
Depois achei uma receita da Helena Gasparetto, com chocolate branco e um pouco de creme de leite, que talvez valha a pena testar para os preparativos de aniversário.
Mas que ninguém se engane: comi o pratinho todo, granuloso e vermelhão, mesmo com o paladar (ou talvez por isso) prejudicado pela gripe+sinusite dos últimos dias.

domingo, 1 de julho de 2018

Vestindo a camisa, ou melhor, o dólmã

Achei, outro dia, essa belezinha numa loja de uniformes. Agora é só achar a ocasião para estrear.

Frango ao curry e leite de coco

Já fiz algumas vezes essa receita do ótimo Figos e Funghis, da Fabiana Pinfildi, com uma ou outra variação. Hoje adicionei, no final, um pouquinho de quiabo tostado no lugar da vagem pedida na receita. Ficou bom, como sempre.

Caldo de inhame orgânico com calabresa

Fiz o máximo para aproveitar os produtos que compramos na feira da Reforma Agrária, em Salvador. Algumas coisas, como o quiabo, se perderam mais ou menos rápido, pela falta de agrotóxicos, graças a Deus. Mas a maioria foi bem aproveitada - agora parece que só restou mesmo a beterraba, que vou ter que usar nos próximos dias, em vários formatos.
Um dos últimos produtos na geladeira foi o inhame. Fomos a uma festinha de São Pedro do pilates, e o delicioso caldo de aipim com carne seca feito pela Cris me fez lembrar do inhame e da calabresa que tinha na geladeira. Cozinhei o inhame descascado no vapor, fritei um pouco a calabresa, acrescentei o inhame amassado e caldo de carne. Ficou bem bom, temperado na medida.

Bolo mousse chocolatudo da Raiza Costa

Confeitaria é um troço difícil pra caramba. Nem tanto para chegar ao sabor, mas para deixar tudo bonitinho, com cara de loja de doces. Eu não tenho a manha de espatular, confeitar, essas coisas. Faço bolos gostosos, mas não necessariamente bonitos. Mesmo assim, adoro experimentar novas receitas, ainda mais que agora estou deixando para comer doces no final de semana, e apenas o que seja de fato incrível. Claro que volta e meia posso ceder a um Snickers, mas tenho preferido realmente o que faça diferença, como os cookies Mr. Cheney, perfeitos, ou o que faço em casa e dá certo.
Por isso comprei o livro da Raiza Costa, que já mencionei aqui, o Confeitaria escalafobética. Algumas receitas precisam de ingredientes bem específicos, mas nada que não se encontre por aqui (ainda mais levando em conta que ela vive nos Estados Unidos, e tem acesso a pequenos produtores de coisas maravilhosas e orgânicas, como creme de leite, mel, frutas vermelhas).
O bolo mousse de chocolate, por exemplo, só pede ingredientes possíveis, ainda que precise de muita manteiga e muito chocolate meio amargo - o que, por aqui, sai um pouco caro, e portanto é preciso planejar a compra para não pagar uma fortuna em barras de chocolate.
Também quis fazer o bolo para saber se seria difícil prepará-lo para meu aniversário, logo mais.
O resultado? Embora tenha ficado meio tortinho (forno, talvez?), o bolo é uma delícia, superchocolatudo. Cumpre o que promete, a ponto de as páginas da receita no livro serem plastificadas, pois Raiza garante que será um bolo que vamos querer fazer muitas vezes na vida, e as páginas não devem correr o risco de serem respingadas com farinha e gordura.

Cabeceira

  • "Arte moderna", de Giulio Carlo Argan
  • "Geografia da fome", de Josué de Castro
  • "A metamorfose", de Franz Kafka
  • "Cem anos de solidão", de Gabriel García Márquez
  • "Orfeu extático na metrópole", de Nicolau Sevcenko
  • "Fica comigo esta noite", de Inês Pedrosa
  • "Felicidade clandestina", de Clarice Lispector
  • "O estrangeiro", de Albert Camus
  • "Campo geral", de João Guimarães Rosa
  • "Por quem os sinos dobram", de Ernest Hemingway
  • "Sagarana", de João Guimarães Rosa
  • "A paixão segundo G.H.", de Clarice Lispector
  • "A outra volta do parafuso", de Henry James
  • "O processo", de Franz Kafka
  • "Esperando Godot", de Samuel Beckett
  • "A sagração da primavera", de Alejo Carpentier
  • "Amphytrion", de Ignácio Padilla

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