segunda-feira, 27 de dezembro de 2010
Um ano de blog!
Obrigada aos visitantes, habitués e eventuais.
terça-feira, 14 de dezembro de 2010
Pra viver é melhor sempre rir
Imagine se o show de circo for acrescido de improvisos inteligentes, com palhaços-atletas em um campo de futebol. Esta é a fórmula do espetáculo Jogando no quintal, da Cia. do Quintal, que acaba de comemorar oito anos de carreira, em uma série de apresentações no Sesc Pompeia.
Eu já conhecia de ouvir falar, mas nunca tinha visto um espetáculo do grupo. E indico: dá para quase (quase é o ideal!) morrer de rir.
quinta-feira, 4 de novembro de 2010
Aller-retour
Sim, as grandes cidades se assemelham. Na indumentária, no transporte, nos diferentes rostos (por mais que os franceses teimem em não se misturar). Claro que a pátina da História reveste a arquitetura parisiense, devidamente preservada, o que não mais acontece nas paragens bandeirantes. Mas quase me sentia em qualquer lugar do Brasil, tantas vezes encontrei os patrícios pelas ruas de Paris, mais de uma vez ao dia! Reflexos do nosso crescimento econômico, bien sûr.
Também senti algumas vezes a tristeza que devem ter sentido Mersault e Gregor Samsa, porque, embora balbucie razoavelmente o idioma francês, parecia que eu estava falando baleês ou um dialeto somente compreensível por entomólogos. Quando desencanei de vez e passei a falar algo próximo do húngaro ou do sânscrito, como que por mágica todos os ouvidos se destamparam, e eu vivi o verdadeiro milagre do Pentecostes - entendia tudo e era plenamente compreendida, dando até informações a outros pobres estrangeiros como eu e recebendo elogios pelo meu "ótimo francês", com um leve "accent du soleil". Uma beleza!
Ainda por cima, depois do mergulho nos arrondissements de Haussmann e no fausto real de jardins e palácios, vivenciei a Paris contemporânea assistindo à "manife" contra a reforma previdenciária. Num breve final de semana, uma ida a Marseille, via TGV, e à linda Aix-en-Provence, terra de lavandas e calissons, doces finos à base de amêndoas e batata!
Afortunada que sou, vivi uma semana como turista e outra como habituée, pois nos últimos dias me juntei a dois amigos queridos que me mostraram a cidade do ponto de vista dos parisienses. Talvez por tudo isso minha sensação de déjà vu tenha sido tão forte...
Ah, sim - não se enganem: Paris é mesmo linda!
O metrô de Paris, tão antiguinho; o cartaz de uma exposição (entre outras coisas, sobre a estrangeiridade) no Shoah, museu do Holocausto; la manife; o Vieux Port de Marseille; eu e os queridos Carlos e Flavio.
segunda-feira, 1 de novembro de 2010
Gourmandise VI - feijoada
domingo, 29 de agosto de 2010
Por uma fresta
Não se pode falar em desespero sem pensar em seu oposto. Afinal, desesperar é não saber mais o que esperar, é ver a luz se apagando lenta mas inelutavelmente quando se está sozinho num poço escuro. Sensação horrível.
Um dia desses, li uma história que me parecia desde o início totalmente desesperançada: Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios, de Marçal Aquino. O narrador-personagem parece o tempo todo encerrado num quarto onde não deixa passar uma brecha de luz – escolha sua. Também pudera, escolheu viver um amor aprioristicamente desgraçado. Mas quem o pode julgar? Até o cenário contribui para essa desolação: uma cidadezinha perdida no imenso território paraense. Personagens igualmente perdidas, imersas em lembranças, negando-se o futuro. Quase um autorretrato de Francis Bacon.
Embalei na trama triste, tão conformada quanto o narrador em relação ao seu destino. E perto do final, uma réstia de luz – como a da lua cheia no meu rosto, por uma fresta da janela do quarto, de quando em quando, nesta imensa cidade. Uma única pergunta: você não teria esperança?
Um choque para mim, que até então acreditara na sua completa desesperação. A lua por trás da nuvem. E não pude deixar de me lembrar de um episódio de Sandman, de Neil Gaiman, em que o protagonista, o Senhor dos Sonhos, está no inferno, numa disputa mediada pelo diabo “em pessoa”. Como em O aprendiz de feiticeiro, Sandman e seu oponente, o demônio Chorozon, se lançam a um embate em que um tenta subjugar o outro, porém apenas com palavras, sem transformações. Um deles é uma mosca, o outro a aranha que devora a mosca; a cobra que devora a aranha, o búfalo que esmaga a cobra. Por fim, o demônio afirma, triunfante: ele é a besta, a antivida, a escuridão. “Sou a esperança”, responde Sandman. E o inferno silencia.
Mais não digo, porque não é preciso dizer nada.
Diez canciones desesperadas
Além de ser uma pretensão inútil - afinal, cada um tem sua própria lista, sabe onde lhe aperta o calo -, seria preciso ter clareza (será possível neste caso?) quanto ao que se considera triste. A melodia? A letra? Tratar-se de uma música dor de cotovelo? Na relação apresentada pelo semanário, confundem-se canções melancólicas, "épicas", rasga-coração e de protesto, não se levam em conta as nuances da tristeza. E, absurdo dos absurdos, não há Cole Porter, Jacques Brel, Gilbert O'Sullivan! Da lista "nacional", só duas me pareceram de fato fraternalmente tristes, O mundo é um moinho e Amor, meu grande amor. Questão de repertório? Gosto? Enfim.
Se eu fosse fazer uma lista dessas, escolheria uma categoria de tristeza, a das canções desesperadas (singela homenagem a Neruda). Misturaria canções nacionais e internacionais. Todas igualmente tristes, sem primeiro lugar. Talvez os graus de desespero diferissem um pouco entre si, mas manteriam o espírito do "não sei que fazer". Desse modo, o homem que quer ser "a sombra da sombra" da amada tomaria um último trago com aquele que teme os "olhos morenos, que metem mais medo que um raio de sol". Seria mais ou menos assim:
segunda-feira, 16 de agosto de 2010
Pedagogia consuetudinária
Cabelos secos, a pequena continua sua viagem até o final da narrativa. E vai buscar, incansável, outros itinerários, indo cada vez mais longe na aventura do saber.
sábado, 14 de agosto de 2010
O martírio da mortadela
A maior parte do tempo, bem bacana. Mas houve momentos em que me senti, pelos movimentos da massagista, como uma bola de mortadela Ceratti indo ao encontro do fatiador elétrico. Até a promessa (mas não a garantia) de sair fininha é a mesma!
Vislumbres urbanos
- Ia comprar um carro.
- Isso demora meia hora.
Silêncio curto.
- Uma casa própria. Também um bom seguro de vida.
- Uma hora.
Mais silêncio, agora profundo. De repente, lembrando o mais importante:
- E brinquedos!
O outro assente, cerimonioso, diante da esperteza do amigo.
domingo, 1 de agosto de 2010
Comentário expresso II
sábado, 24 de julho de 2010
Gourmandise V - Lá da Venda
Lá estava eu na Vila Madalena, após mais uma passada na Blushoes (já comentada aqui como dica de boas compras), desta vez apresentando a loja à minha amiga Marisa, quando uma moça de uma loja vizinha deu a dica da Lá da Venda, do outro lado da rua.
Trata-se de uma mistura de loja, restaurante e café, com ar bem brasileiro-interiorano. Depois de uma entrada cheia de objetos de decoração charmosos e artesanais, demos de cara com um balcão com ares de venda mesmo.
Diante de doces absurdamente bonitos na sua simplicidade, partimos para um creme de manga servido em copo americano, delicioso e refrescante. Mas não pudemos resistir a uma porção de ambrosia - creio que a melhor que já comi na minha vida! Tudo servido com capricho e simpatia dos atendentes.
Aquela prateleira com latas de doces e conservas, especialmente a de pessegada, me deu uma nostalgia danada e me fez lembrar imediatamente dos doces feitos no tacho por dona Lola e sua família no romance Éramos seis, de Maria José Dupré. Alguém duvida de que comprei uma latinha?
domingo, 18 de julho de 2010
Em direção aos 40 com Speranza!
Nada disso seria tão divertido se não fossem os amigos fiéis e queridos, que, na sua conversa sempre animada, desfilam por assuntos diversos, como a origem casamenteira de Santo Antonio, técnicas de caminhada, mergulho e escalada, aulas na universidade, mundo editorial, ginástica laboral, a performance de Lima Duarte como D. Lázaro e a influência escolar sobre a índole - afinal, "a escola nunca acaba". E isso, é lógico, vai dando mote a conversas futuras, perpetuando as relações, inspirando os novos encontros...
... mas nem todo mundo estava contente: enquanto Marcelo saboreia, feliz, seu pedaço de pizza, o pequeno encapuzado ao fundo luta contra o tédio desde a mais tenra idade.
São as vidas!
terça-feira, 13 de julho de 2010
sábado, 3 de julho de 2010
Nossa cota diária de humanidade
Sempre separo roupas para doar no inverno e nessas ocasiões dramáticas. Dá para entregar as doações nas estações de metrô, terminais rodoviários e também em supermercados e postos da Defesa Civil. Os postos de arrecadação existem em diversos estados. Além de roupas, é importante enviar alimentos não perecíveis e produtos de higiene pessoal.
Volta e meia aparecem os oportunistas (pessoas que desviam doações, é possível crer nisso?), mas o que vale é o trabalho de formiga de tanta gente honesta e solidária que ainda consegue se ver na face do outro.
Aliás, podíamos mesmo incluir em nossos afazeres um gesto diário de solidariedade ou gentileza, até que isso fosse tão natural quanto tomar café, sair para trabalhar, praticar esportes, ir ao cinema, manter um blog...
Raciocínio rápido
sábado, 26 de junho de 2010
Sociologia karaokesca
sábado, 5 de junho de 2010
Mais duas belas ideias
A primeira é uma ação da prefeitura municipal que visa à distribuição de mudas de árvores entre os habitantes que o desejarem. Não pagam nada pelas mudas, nem pela visita de um técnico que faz todo o serviço, inclusive criar um espaço adequado para o plantio na calçada do morador. Veja mais em http://www.fernandopolis.sp.gov.br/Portal/Noticias.asp?ID=2368.
Já a segunda é um movimento de estímulo a pacientes com câncer do Hospital Mário Penna; as palavras doadas on-line (http://www.doepalavras.com.br/) são exibidas em TVs a esses pacientes.
Isso só confirma que não é preciso ter ideias tão mirabolantes para tornar melhores nossa vida e nossa vida com os outros.
quinta-feira, 3 de junho de 2010
segunda-feira, 31 de maio de 2010
Li e assisti e gostei
Bom, foi assim com El secreto de sus ojos, de Juan José Campanella (o mesmo diretor do ótimo O filho da noiva, com o impagável Ricardo Darín, protagonista também desta película). Não vi no cinema; assisti em casa ao DVD emprestado por um amigo. Carambolas! Que filme! Reúne tudo de bom de vários gêneros, de forma magistral. Adorei - aliás, gosto bastante do cinema argentino. Ao fim, aquela sensação de maravilhamento e vazio, vontade de assistir de novo para ter certeza de que não havia perdido nada. Raro de acontecer. Mas acontece.
No mesmo final de semana, li, também de empréstimo, Morango e chocolate (editora Casa 21), uma HQ erótica da franco-oriental Chenda Khun (nome real de Aurélia Aurita). Esta publicação veio na esteira da HQ de Fréderic Boillet, O espinafre de Yukiko (Conrad), outra HQ emprestada, intimista, sobre o romance do autor com sua modelo. No caso de Morango e chocolate, a amante-quadrinista dá sua versão dos fatos, de forma divertida e feminina - o que não pressupõe, necessariamente, delicadeza ou romantismo.
Surpreendentes, atrativos e reveladores, cada um à sua maneira.
quinta-feira, 27 de maio de 2010
Questão de semântica?
Tenho cá pra mim que são as duas coisas e também a frequência dos "encontros". Por exemplo, até duas vezes os envolvidos estão se "catando", especialmente os mais jovens, em pleno ambiente baladeiro. Mais que isso, as pessoas estão se "pegando" - já fora da balada, longe da turma e de olhares curiosos etc. Os mais velhos com algum horror de comprometimento dirão que estão "se conhecendo" - no sentido bíblico, obviamente.
De novo, uma oportunidade de nos encantarmos com os malabarismos feitos com as palavras, que vão ganhando outros sentidos de acordo com o interesse do usuário, o tal "deslizamento semântico" seguido pela "consagração pelo uso". Ou é só uma chance de perceber que as coisas mais simples e naturais podem ser travestidas de outras - o tal autoengano, em uma de suas variadas formas.
domingo, 23 de maio de 2010
Boas compras I - sapatos lindos da Blushoes
Como muitos já sabem, a beleza me seduz. Sapatos também. Imagine então sapatos bonitos, com design contemporâneo e preço justo - sonho de consumo feminino enfim realizado.
Muito fácil se achar na loja bonita e bem organizada, especialmente com o atendimento solícito e simpaticíssimo do proprietário, Marcos Boghos. E já aviso: difícil, muito difícil sair de lá com um par só.
sexta-feira, 21 de maio de 2010
Gourmandise IV - Kebabel
Vim rolando para casa, satisfeitíssima. Nada que umas horinhas de ergométrica não resolvam...
Gourmandise III - Um evento dionisíaco
Pessoalmente, talvez eu demorasse muito mais a buscar um clube de enólogos/enófilos, não por não me interessar pelo assunto (uma vez que adoro vinhos), mas porque isso
provavelmente se perderia na minha extensa lista de interesses...
Bom, meus amigos resolveram meu problema. E adorei trocar minha grande ignorância por uma tamanho M enquanto degustava goles de Merlot, Cabernet-Sauvignon e os celestiais Pinot Noir e Carmenére, tudo em ótima companhia.
Acima, à esquerda, nós todos concentradíssimos, tratando de tomar nota de tudo direitinho; aqui ao lado, a sommelier Edmara fazendo a apresentação de rótulos da Casa Santa Helena.
Gentileza alumbradora
O melhor de tudo foi que isso me fez lembrar de outras situações similares (que não são assim tão numerosas, mas são sempre marcantes). E aí reincidi na minha fé no ser humano. Bom, muito bom!
terça-feira, 18 de maio de 2010
Procura-se Pai Arnapio!
sábado, 15 de maio de 2010
O assunto da vez
O verbo to bully significa "atemorizar ou ferir alguém mais fraco", "obrigar alguém a fazer algo por medo". O bullying é, portanto, o constrangimento finalmente institucionalizado. Sim, porque ele sempre existiu, na forma da intolerância - étnica, religiosa, sexual, de gênero. Ao longo do tempo, uma prática sempre abominável de todos os que se sentem ameaçados pelo diferente.
É preciso, porém, tomar cuidado com o termo e todas as extensões semânticas que ele acarreta. Uma coisa é fazer piada com ele, atribuindo-lhe deliberadamente sentidos absurdos para dessignificá-lo (o que não quer dizer, de maneira alguma, ignorar a dimensão do problema, que precisa mais e mais ser combatido); outra, completamente diferente, é espalhar sentidos que ele não tem só para fazê-lo caber em qualquer situação (como o chatíssimo politicamente correto). Aí não, cocada!
quarta-feira, 21 de abril de 2010
Quando o sonho vence a intolerância
Li "O diário de Anne Frank" muito molecota; já nem me lembrava da personalidade madura e até ranzinza da menina-autora. Minha amiga Adriana Rachman é que trouxe à memória o relato da garota judia que viveu anos com sua família num porão, escondendo-se dos nazistas. Deu-me até vontade de reler o livro, especialmente as passagens tocantes e tristes que falam do sonho de Anne de se tornar escritora - o que, de fato, não pelas vias normais, aconteceu. O mais bacana disso tudo foi assistir ao vídeo que mostra a exposição sobre Anne Frank, produzida pelo Instituto Plataforma Brasil nos CEUs e que vai ganhar um espaço na Av. Paulista também. Na exposição nos CEUs, é feita uma relação entre os sofrimentos da jovem judia e os dos jovens que vivem na periferia das grandes cidades. As monitoras, meninas fofas da própria comunidade, foram preparadas pela Adriana - que está merecidamente encontrando lugar entre pessoas legais, a quem pode mostrar seu ótimo trabalho.
Vejam o vídeo no YouTube:
O lugar das unhas coloridas ao sol
domingo, 14 de março de 2010
A magia pop do karaokê
Tal transformação é ainda mais inevitável quando se opta pelos boxes, ou seja, pelo aluguel de uma sala fechada apenas para os amigos, com sistema de som próprio, sofazinhos e uma mesa ao centro para os comes e bebes, que podem ser parte de um pacote previamente fechado. Quem já foi ao karaokê mais tradicional, aberto a todos, com fila, disputa com cantores profissionais e exposição a um público muitas vezes exigente, como o da Chopperia Liberdade, vai preferir o aconchego do boxe repleto de amigos compreensivos, de afinação variada. Ah, sim: isso se, mesmo achando brega, anti-intelectual e esquisito, pagar para ver.
Um dos karaokês que funciona somente com sistema de boxe é o Karaokê Box Kampai, na Av. Liberdade, 638. Ainda que faça isso somente uma vez na sua vida, junte uma turma legal e pague para ver. Se ao final você não tiver achado tão divertido, as testemunhas do mico ao menos serão poucas e bem selecionadas...
domingo, 7 de março de 2010
Oficina Escola de Lutheria da Amazônia
A importância das unhas amarelas na megalópole
As moças que quiserem experimentar vão conseguir um efeito de choque. Nas breves 24 horas em que minhas unhas ficaram pintadas com essa cor, ouvi comentários de todo tipo, inclusive os elencados acima. O que mais me chamou a atenção, porém, foi o fato de virem quase todos da ala masculina. Conservadorismo? Ou será que os moços estão mais atentos ao que acontece ao redor? Hummmm, algo para se pensar!
Não é que queira defender o amarelo como cor da moda - achei até que ficava eu mesma muito amarela com aquelas unhas. Mas vi acontecer algo parecido quando usei galochas decoradas pela primeira vez, há dois anos. Olhares indisfarçados, masculinos e femininos, por onde passava - fenômeno sociológico interessante, em especial num lugar onde galochas, decoradas ou não, são praticamente um produto de primeira necessidade.
Forçando um pouco o gancho (com base, contudo, em eventos correlatos), é bem curioso que numa cidade tão grande, uma megalópole, tantas coisas miúdas ainda provoquem espanto e coisas de espantar assomem normais. Até parece que aquela Pauliceia cantada por Mario de Andrade só fez crescer, mas em nada mudou seu espírito controverso, gigante e provinciano...
domingo, 28 de fevereiro de 2010
A quantas anda a relação com a língua-mãe?
Descubra seu grau de intimidade com a língua-mãe visitando o blog da doce Dulce Seabra:
http://dububbles.blogspot.com/2010/02/com-hifen-ou-sem-hifen.html
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
Que canela você chutaria?
Eu chutaria a canela de quem precisa dar carteirada para aparecer ou para sobreviver sem a competência necessária. De quem brada, sem nenhuma vergonha: "Vou falar com fulano, que conheço desde tantos anos de idade! Meu padrinho de casamento! Pai do meu namorado! Irmão do meu sogro! Vizinho da minha tia!"
Claro que há um montão delas (de outros impostores e pessoas covardes em geral). Mas esta seria uma canela merecidamente chutada!
E você? Que canela escolheria?
domingo, 21 de fevereiro de 2010
Encontro da Velha Guarda no Ugues
Quando acontecem esses encontros, mesmo que tenhamos mudado muito, tenho sempre a sensação de que o tempo não passou, que a conversa com os amigos é retomada do ponto em que parou no dia anterior. Mas fazia uns três anos que não via o Botelho, uns três que não topava com Camargo na rua e pelo menos dois que não encontrava Marise. O papo, sempre bom; o tempo, pouco para tanto assunto.
As novidades da vez ficaram por conta da linda Tarsila, filhota do Bot que eu ainda não conhecia, e do livro publicado pelo mesmo mancebo, via editora Annablume, O urbano em fragmentos: a produção do espaço e da moradia pelas práticas do setor imobiliário. Já comecei a leitura e logo vou postar um comentário no http://seroquesoa.blogspot.com/
Em um encontro com queridos e tantas notícias boas, até é possível esquecer o grasnado de algumas moçoilas agitadas em uma mesa logo atrás da nossa. E também perdoa-se o bolinho de bacalhau não ser propriamente de bacalhau - é, o Ugues também não é mais o mesmo...
domingo, 7 de fevereiro de 2010
Gourmandise II - Pastelaria Rainha Brasileira
Nesse dia, fui com amigos à tal pastelaria (que não é a Pastelaria Brasileira, perto dali), na rua Monteiro de Melo, Lapa.
Mesas lotadas, com gente entrando e saindo, e um mundo de pastéis e esfihas pra encher nossos olhos gulosos. Experimentei o "especial" de camarão e palmito, um escândalo! Valia por três pastéis e, mesmo assim, no entusiasmo do momento, ainda tracei um "simplesinho", de queijo, que poderia ser comparado em tamanho a um pequeno travesseiro.
Claro que não comi mais nada no decorrer do dia. Não porque o pastel não fosse bom ou ficasse "conversando" no estômago, como os lanches do McDonald's, mas porque realmente o espaço tinha acabado. Só o bom e velho chá verde pra fazer tudo voltar à normalidade.
Mas fica a dica: o lugar é uma pastelaria tradicional, limpinha e disputada, com variedade grande de pastéis, salgados e também doces (que nem aguentamos olhar, no final, tão empazinados estávamos). Tem garapa da boa. E o melhor é o preço, bem acessível.
Muito a propósito
Meu amigo Marcelo me deu, assim sem mais (o que caracteriza os melhores regalos, como as alpargatas belíssimas que recebi de minha amiga Lu na outra semana), um livro sobre a artista plástica chinesa Pan Yuliang, A artista de Xangai (Editora Record).
A história, romanceada pela norte-americana Jennifer Cody Epstein, trata da trajetória de uma mulher chinesa, desde o momento em que é vendida pelo tio para um bordel até sua ascensão e libertação como artista plástica pós-impressionista.
Não fosse ainda por cima um enredo bem tramado, a história já teria vindo muito a propósito, em um momento em que ainda ouço alguns homens querendo justificar seu comportamento pelas teorias do século XIX. De que são como são porque "a natureza os fez assim"; eles "caçam" enquanto nós, mulheres pré-históricas, "cuidamos da casa e das crias".
Não parece estranho, se resolvermos entrar, mesmo que por um momento, nesse barco furado teórico, que somente as mulheres tenham buscado a tal evolução? Afinal, um dia elas se tocaram de que não queriam só cuidar da casa e das crias. E a partir daí muitas têm mudado seu destino.
Para ser completamente justa, é claro que os homens (e as mulheres também, por que não?) de fato evoluídos não precisam dessa justificativa fisiológica. Isso é coisa de quem não banca suas escolhas e morre de medo de ficar sozinho consigo mesmo. Certamente, um cara assim não teria me dado um livro como esse...
sábado, 16 de janeiro de 2010
Perda de fato
Tomara que haja muita gente boa para continuar o trabalho da criadora da Pastoral da Criança. E que nós, os cheios de esperança, possamos viver como ela, fazendo apenas aquilo em que acreditamos.
segunda-feira, 11 de janeiro de 2010
Onde você mora tem o quê?
Sempre que digo que vou me mandar da minha cidade, pululam defensores da metrópole. O que vou fazer em outro lugar, se aqui há de tudo? E eu me ponho a pensar que dificilmente vou encontrar uma pizza como a daqui, um sanduíche de mortadela tão generoso, lojas de tudo o que pode se pode imaginar. De outro lado, tudo é muito over - muita poluição, muito trânsito, muita muvuca. Eu, que ainda por cima moro no centro, me sinto no vórtice do furacão. Muitas vezes adoro, mas algumas vezes odeio (e Baioque do Chico Buarque seria uma trilha sonora perfeita para essa relação com la ville).
Daí fico curiosa em saber: o que há de bom e de ruim no lugar onde moram meus amigos, mesmo os mais distantes? E estou falando das coisas pitorescas, das minudências, do nada óbvio; o que atrai e o que irrita, visto com lentes de aumento do morador atento.
Aguardo os testemunhos!
terça-feira, 5 de janeiro de 2010
Alter ego
(A Docinho que visitou minha mesa de trabalho ontem - e que teve sua imagem sequestrada pelo scanner local - pertence ao meu amigo Marcelo Alencar, editor, ilustrador, contador de causos e grande colecionador de bonequinhos bacanas)
Se fue!
Isso significa que os verdugos não são eternos. Além de uma porção de coisas que passam pela nossa cabeça.
Ufa, ufa, ufa!
sábado, 2 de janeiro de 2010
A beleza de uma salada
sexta-feira, 1 de janeiro de 2010
Os pagadores de promessas
Isso é ruim? Claro que não. Mas pode ser menos estressante (e eu não vou acreditar se me disserem que fazem assim por causa da "adrenalina"), se tudo isso for espalhado ao longo do ano: cuidados consigo, com os outros e com seu espaço. A essa proposta, ouviremos a ladainha da falta de tempo (sobre a qual já palpitei em texto que mora no blog http://seroquesoa.blogspot.com/, vizinho deste).
De todo jeito, que bom é fazer promessas que pretendemos cumprir! Porque isso é sinal de que ainda temos esperança - que é, afinal, o que nos faz acordar e viver a cada dia.
(O título da postagem, claro está, é uma homenagem a Anselmo Duarte, que morreu em 2009, 47 anos depois de transformar a obra de Dias Gomes em filme homônimo - na minha modesta opinião, um dos mais tocantes do cinema brasileiro)
Tudo de bão
Cabeceira
- "Arte moderna", de Giulio Carlo Argan
- "Geografia da fome", de Josué de Castro
- "A metamorfose", de Franz Kafka
- "Cem anos de solidão", de Gabriel García Márquez
- "Orfeu extático na metrópole", de Nicolau Sevcenko
- "Fica comigo esta noite", de Inês Pedrosa
- "Felicidade clandestina", de Clarice Lispector
- "O estrangeiro", de Albert Camus
- "Campo geral", de João Guimarães Rosa
- "Por quem os sinos dobram", de Ernest Hemingway
- "Sagarana", de João Guimarães Rosa
- "A paixão segundo G.H.", de Clarice Lispector
- "A outra volta do parafuso", de Henry James
- "O processo", de Franz Kafka
- "Esperando Godot", de Samuel Beckett
- "A sagração da primavera", de Alejo Carpentier
- "Amphytrion", de Ignácio Padilla