segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Um ano de blog!

Hoje faz um ano que o conversê on-line começou. De forma muito despretensiosa, algumas vezes até funcionando como veículo de utilidade pública. Mas o mais importante foi a diversão proporcionada pelos encontros com gente nova e gente já querida.
Obrigada aos visitantes, habitués e eventuais.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Pra viver é melhor sempre rir

Não a ponto de parecermos meio lesados, mas é fato que de vez em quando precisamos mesmo desopilar o fígado. E o que seria mais indicado que um espetáculo circense?
Imagine se o show de circo for acrescido de improvisos inteligentes, com palhaços-atletas em um campo de futebol. Esta é a fórmula do espetáculo Jogando no quintal, da Cia. do Quintal, que acaba de comemorar oito anos de carreira, em uma série de apresentações no Sesc Pompeia.
Eu já conhecia de ouvir falar, mas nunca tinha visto um espetáculo do grupo. E indico: dá para quase (quase é o ideal!) morrer de rir.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Aller-retour

Já fui e já voltei. Nem consegui mandar notícias e fotos durante a viagem (fiquei na primeira semana num albergue cujos computadores do cyber café não permitiam o envio de anexos). Mas, de volta à muvuca do metrô paulistano, posso dizer que me sinto em Paris!

Sim, as grandes cidades se assemelham. Na indumentária, no transporte, nos diferentes rostos (por mais que os franceses teimem em não se misturar). Claro que a pátina da História reveste a arquitetura parisiense, devidamente preservada, o que não mais acontece nas paragens bandeirantes. Mas quase me sentia em qualquer lugar do Brasil, tantas vezes encontrei os patrícios pelas ruas de Paris, mais de uma vez ao dia! Reflexos do nosso crescimento econômico, bien sûr.

Também senti algumas vezes a tristeza que devem ter sentido Mersault e Gregor Samsa, porque, embora balbucie razoavelmente o idioma francês, parecia que eu estava falando baleês ou um dialeto somente compreensível por entomólogos. Quando desencanei de vez e passei a falar algo próximo do húngaro ou do sânscrito, como que por mágica todos os ouvidos se destamparam, e eu vivi o verdadeiro milagre do Pentecostes - entendia tudo e era plenamente compreendida, dando até informações a outros pobres estrangeiros como eu e recebendo elogios pelo meu "ótimo francês", com um leve "accent du soleil". Uma beleza!

Ainda por cima, depois do mergulho nos arrondissements de Haussmann e no fausto real de jardins e palácios, vivenciei a Paris contemporânea assistindo à "manife" contra a reforma previdenciária. Num breve final de semana, uma ida a Marseille, via TGV, e à linda Aix-en-Provence, terra de lavandas e calissons, doces finos à base de amêndoas e batata!

Afortunada que sou, vivi uma semana como turista e outra como habituée, pois nos últimos dias me juntei a dois amigos queridos que me mostraram a cidade do ponto de vista dos parisienses. Talvez por tudo isso minha sensação de déjà vu tenha sido tão forte...

Ah, sim - não se enganem: Paris é mesmo linda!



O metrô de Paris, tão antiguinho; o cartaz de uma exposição (entre outras coisas, sobre a estrangeiridade) no Shoah, museu do Holocausto; la manife; o Vieux Port de Marseille; eu e os queridos Carlos e Flavio.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Gourmandise VI - feijoada

Nunca tinha me aventurado no preparo de uma feijoada. Mas ouvir o namorado falar de um jeito tão saudoso de um bom feijão me fez pegar em armas, utensílios e "pertences" e ir à luta.
Peguei duas receitas na internet para fazer uma comparação e consultei um especialista em feijoada, meu ex-chefe Fernando. De cada um dos modus operandi tomei o que me parecia mais interessante e coerente, defini um novo tempo de preparo e acrescentei meus próprios ingredientes na finalização (o principal ingrediente, claro, é a paciência, para dessalgar, desengordurar, acrescentar cada tipo de carne no tempo certo etc.).
Os truques básicos utilizados:
- manter uma proporção de mais ou menos 1:2 entre feijão e carnes/embutidos (meio quilo de feijão e um quilo de carnes dá para seis pessoas se lambuzarem);
- deixar o feijão umas 4 horas de molho (não muito mais que isso, ou ele vai desmanchar no cozimento com as carnes);
- dessalgar as carnes por pelo menos 12 horas, trocando a água 3 ou 4 vezes;
- tirar a gordura das carnes: primeiro colocá-las separadamente em uma vasilha com água fria e limão, lavar em água corrente e então mergulhar cada tipo de carne em água quente com um pouco de pinga por 20 minutos - passar então para a retirada mecânica da gordura, na ponta da faca;
- acrescentar as carnes (após uns 40 minutos de cozimento do feijão somente em água que cubra os grãos pelo menos dois dedos) por grau de dificuldade de cozimento - por exemplo, carne-seca, lombo e costelinha, nessa ordem -, com um intervalo de 20 minutos entre uma carne e outra;
- acrescentar os embutidos (paio, toucinho, linguiça, previamente cortados em lâminas);
- depois de mais uns 20 minutos de cozimento, em fogo baixo, com a panela tampada, preparar o refogado, com azeite (ou a gordura de um pouco de bacon), cebola, cebolinha, salsa, uma pimenta-malagueta picada, alho - e nadica de sal;
- retirar então um pouco de caldo e grãos de feijão e esmagar, misturando ao cheirosíssimo refogado - a mistura mágica vai para a panela, onde apura mais um pouco;
- se ainda ficar muito salgado, acrescentar uma batata crua descascada por alguns minutos - um pouco mais de água também faz milagres!
E voilà, o prato, acompanhado pela couve só de leve assustada pelo azeite quente (para não perder a crocância), um arroz branco básico e a farinha copioba branca transformada em farofa de manteiga por Guga, beirou, modéstia às favas, o impecável!
O que pode ser melhor num domingo nublado, após o cumprimento de um dever cívico, na companhia perfeita?

domingo, 29 de agosto de 2010

Por uma fresta

Pois é, necessário um refresco depois do cancioneiro lacrimoso!
Não se pode falar em desespero sem pensar em seu oposto. Afinal, desesperar é não saber mais o que esperar, é ver a luz se apagando lenta mas inelutavelmente quando se está sozinho num poço escuro. Sensação horrível.
Um dia desses, li uma história que me parecia desde o início totalmente desesperançada: Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios, de Marçal Aquino. O narrador-personagem parece o tempo todo encerrado num quarto onde não deixa passar uma brecha de luz – escolha sua. Também pudera, escolheu viver um amor aprioristicamente desgraçado. Mas quem o pode julgar? Até o cenário contribui para essa desolação: uma cidadezinha perdida no imenso território paraense. Personagens igualmente perdidas, imersas em lembranças, negando-se o futuro. Quase um autorretrato de Francis Bacon.
Embalei na trama triste, tão conformada quanto o narrador em relação ao seu destino. E perto do final, uma réstia de luz – como a da lua cheia no meu rosto, por uma fresta da janela do quarto, de quando em quando, nesta imensa cidade. Uma única pergunta: você não teria esperança?
Um choque para mim, que até então acreditara na sua completa desesperação. A lua por trás da nuvem. E não pude deixar de me lembrar de um episódio de Sandman, de Neil Gaiman, em que o protagonista, o Senhor dos Sonhos, está no inferno, numa disputa mediada pelo diabo “em pessoa”. Como em O aprendiz de feiticeiro, Sandman e seu oponente, o demônio Chorozon, se lançam a um embate em que um tenta subjugar o outro, porém apenas com palavras, sem transformações. Um deles é uma mosca, o outro a aranha que devora a mosca; a cobra que devora a aranha, o búfalo que esmaga a cobra. Por fim, o demônio afirma, triunfante: ele é a besta, a antivida, a escuridão. “Sou a esperança”, responde Sandman. E o inferno silencia.
Mais não digo, porque não é preciso dizer nada.

Uma canção ensolarada

Diez canciones desesperadas

Vi, por um acaso, uma lista publicada na Veja das músicas mais tristes de todos os tempos, nacionais e internacionais. Bah!
Além de ser uma pretensão inútil - afinal, cada um tem sua própria lista, sabe onde lhe aperta o calo -, seria preciso ter clareza (será possível neste caso?) quanto ao que se considera triste. A melodia? A letra? Tratar-se de uma música dor de cotovelo? Na relação apresentada pelo semanário, confundem-se canções melancólicas, "épicas", rasga-coração e de protesto, não se levam em conta as nuances da tristeza. E, absurdo dos absurdos, não há Cole Porter, Jacques Brel, Gilbert O'Sullivan! Da lista "nacional", só duas me pareceram de fato fraternalmente tristes, O mundo é um moinho e Amor, meu grande amor. Questão de repertório? Gosto? Enfim.
Se eu fosse fazer uma lista dessas, escolheria uma categoria de tristeza, a das canções desesperadas (singela homenagem a Neruda). Misturaria canções nacionais e internacionais. Todas igualmente tristes, sem primeiro lugar. Talvez os graus de desespero diferissem um pouco entre si, mas manteriam o espírito do "não sei que fazer". Desse modo, o homem que quer ser "a sombra da sombra" da amada tomaria um último trago com aquele que teme os "olhos morenos, que metem mais medo que um raio de sol". Seria mais ou menos assim:

Bom dia, tristeza - Adoniran Barbosa e Vinicius de Moraes
Ne me quitte pas - Jacques Brel
Lígia - Tom Jobim
Beatriz - Edu Lobo e Chico Buarque
N'oubliez jamais - Joe Cocker
A flor e o espinho - Nelson Cavaquinho, Guilherme de Brito e Alcides Caminha
With a little help from my friends - The Beatles
Soneto - Chico Buarque
Begin the beguine - Cole Porter
E como é difícil pensar em tristeza num domingo de sol, ainda falta uma para completar a lista. Alguma sugestão?

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Pedagogia consuetudinária

Ótima prática adotada por minha cunhada: dar um livro para minha sobrinha ler enquanto ela seca suas longas madeixas.
Cabelos secos, a pequena continua sua viagem até o final da narrativa. E vai buscar, incansável, outros itinerários, indo cada vez mais longe na aventura do saber.

sábado, 14 de agosto de 2010

O martírio da mortadela

Ganhei uma massagem numa promoção de uma marca de água.
A maior parte do tempo, bem bacana. Mas houve momentos em que me senti, pelos movimentos da massagista, como uma bola de mortadela Ceratti indo ao encontro do fatiador elétrico. Até a promessa (mas não a garantia) de sair fininha é a mesma!

Vislumbres urbanos

Numa rua da Aclimação/Liberdade, ouço o diálogo de dois meninotes de 11 anos:
- Ia comprar um carro.
- Isso demora meia hora.
Silêncio curto.
- Uma casa própria. Também um bom seguro de vida.
- Uma hora.
Mais silêncio, agora profundo. De repente, lembrando o mais importante:
- E brinquedos!
O outro assente, cerimonioso, diante da esperteza do amigo.

domingo, 1 de agosto de 2010

Comentário expresso II

...juro que sou capaz de aceitar ideias divergentes das minhas, o que não significa concordar com elas. Sobretudo quando só me resta mesmo aceitá-las, porque vêm de meus superiores...

sábado, 24 de julho de 2010

Gourmandise V - Lá da Venda

As coisas fortuitas definitivamente me encantam!
Lá estava eu na Vila Madalena, após mais uma passada na Blushoes (já comentada aqui como dica de boas compras), desta vez apresentando a loja à minha amiga Marisa, quando uma moça de uma loja vizinha deu a dica da Lá da Venda, do outro lado da rua.
Trata-se de uma mistura de loja, restaurante e café, com ar bem brasileiro-interiorano. Depois de uma entrada cheia de objetos de decoração charmosos e artesanais, demos de cara com um balcão com ares de venda mesmo.
Diante de doces absurdamente bonitos na sua simplicidade, partimos para um creme de manga servido em copo americano, delicioso e refrescante. Mas não pudemos resistir a uma porção de ambrosia - creio que a melhor que já comi na minha vida! Tudo servido com capricho e simpatia dos atendentes.
Aquela prateleira com latas de doces e conservas, especialmente a de pessegada, me deu uma nostalgia danada e me fez lembrar imediatamente dos doces feitos no tacho por dona Lola e sua família no romance Éramos seis, de Maria José Dupré. Alguém duvida de que comprei uma latinha?



domingo, 18 de julho de 2010

Em direção aos 40 com Speranza!

Mais um aniversário, mais um passinho em direção aos 40, mais uma vez comemorando na Pizzaria Speranza (Rua Treze de Maio, 1004) - na minha opinião, imbatível no posto de melhor pizzaria de São Paulo.
Nada disso seria tão divertido se não fossem os amigos fiéis e queridos, que, na sua conversa sempre animada, desfilam por assuntos diversos, como a origem casamenteira de Santo Antonio, técnicas de caminhada, mergulho e escalada, aulas na universidade, mundo editorial, ginástica laboral, a performance de Lima Duarte como D. Lázaro e a influência escolar sobre a índole - afinal, "a escola nunca acaba". E isso, é lógico, vai dando mote a conversas futuras, perpetuando as relações, inspirando os novos encontros...

... mas nem todo mundo estava contente: enquanto Marcelo saboreia, feliz, seu pedaço de pizza, o pequeno encapuzado ao fundo luta contra o tédio desde a mais tenra idade.
São as vidas!

terça-feira, 13 de julho de 2010

Raciocínio rápido II

Fusão, difusão ou confusão? Como é tênue a linha que as separa!

Comentário expresso

Marília Gabriela no lugar de Heródoto Barbeiro no Roda Viva?
Nossa.

sábado, 3 de julho de 2010

Nossa cota diária de humanidade

Meu coração fica particularmente apertado com as notícias de destruição pelas enchentes no Nordeste. E fica feliz e emocionado com as iniciativas para ajudar nossos irmãos tão sofridos, que nem bem se recuperam do flagelo da seca logo têm que lidar com o castigo das chuvas.
Sempre separo roupas para doar no inverno e nessas ocasiões dramáticas. Dá para entregar as doações nas estações de metrô, terminais rodoviários e também em supermercados e postos da Defesa Civil. Os postos de arrecadação existem em diversos estados. Além de roupas, é importante enviar alimentos não perecíveis e produtos de higiene pessoal.
Volta e meia aparecem os oportunistas (pessoas que desviam doações, é possível crer nisso?), mas o que vale é o trabalho de formiga de tanta gente honesta e solidária que ainda consegue se ver na face do outro.
Aliás, podíamos mesmo incluir em nossos afazeres um gesto diário de solidariedade ou gentileza, até que isso fosse tão natural quanto tomar café, sair para trabalhar, praticar esportes, ir ao cinema, manter um blog...

Raciocínio rápido

...ainda é melhor ser obrigado a fazer algo que fazer algo só porque "todo mundo faz".

sábado, 26 de junho de 2010

Sociologia karaokesca


Insisto no caráter de experiência sociológica do karaokê. Aliás, ao lado da alimentação, é uma das mais ricas e reveladoras vivências coletivas que existem.
Ontem mesmo, no meu bota-fora da Fundação, além da revelação de novos talentos, a grande surpresa da noite - a presença e dobradinha musical dos meus dois ex-chefes, fantastique!
Uma verdadeira prova de apreço, perdendo apenas para uma declaração musical de amor que lá teve lugar. Tudo acontece num karaokê!


sábado, 5 de junho de 2010

Mais duas belas ideias

As belas ideias, especialmente quando seus criadores não almejam nada em troca, são emocionantes. Queria só registrar a do Disque Árvore, em Fernandópolis, interior de São Paulo, e a do Doe Palavras, iniciativa do Hospital Mário Penna, em Belo Horizonte. Ambas bastante simples, mas de efeitos indiscutivelmente positivos.
A primeira é uma ação da prefeitura municipal que visa à distribuição de mudas de árvores entre os habitantes que o desejarem. Não pagam nada pelas mudas, nem pela visita de um técnico que faz todo o serviço, inclusive criar um espaço adequado para o plantio na calçada do morador. Veja mais em http://www.fernandopolis.sp.gov.br/Portal/Noticias.asp?ID=2368.
Já a segunda é um movimento de estímulo a pacientes com câncer do Hospital Mário Penna; as palavras doadas on-line (http://www.doepalavras.com.br/) são exibidas em TVs a esses pacientes.
Isso só confirma que não é preciso ter ideias tão mirabolantes para tornar melhores nossa vida e nossa vida com os outros.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Comentário minimalista sobre o tempo

Brrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Li e assisti e gostei

Não sou nenhuma neófila, isso é fato. As coisas se dão a conhecer, e pronto.
Bom, foi assim com El secreto de sus ojos, de Juan José Campanella (o mesmo diretor do ótimo O filho da noiva, com o impagável Ricardo Darín, protagonista também desta película). Não vi no cinema; assisti em casa ao DVD emprestado por um amigo. Carambolas! Que filme! Reúne tudo de bom de vários gêneros, de forma magistral. Adorei - aliás, gosto bastante do cinema argentino. Ao fim, aquela sensação de maravilhamento e vazio, vontade de assistir de novo para ter certeza de que não havia perdido nada. Raro de acontecer. Mas acontece.
No mesmo final de semana, li, também de empréstimo, Morango e chocolate (editora Casa 21), uma HQ erótica da franco-oriental Chenda Khun (nome real de Aurélia Aurita). Esta publicação veio na esteira da HQ de Fréderic Boillet, O espinafre de Yukiko (Conrad), outra HQ emprestada, intimista, sobre o romance do autor com sua modelo. No caso de Morango e chocolate, a amante-quadrinista dá sua versão dos fatos, de forma divertida e feminina - o que não pressupõe, necessariamente, delicadeza ou romantismo.
Surpreendentes, atrativos e reveladores, cada um à sua maneira.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Questão de semântica?

Afinal de contas, garotas e garotos, homens e mulheres de hoje estão "se pegando", "se catando" ou "se conhecendo"? Já inquiri algumas pessoas a respeito e ouvi respostas diversas. Alguns creem que depende mesmo da faixa etária. Ou será que tem a ver com a profundidade da "relação"?
Tenho cá pra mim que são as duas coisas e também a frequência dos "encontros". Por exemplo, até duas vezes os envolvidos estão se "catando", especialmente os mais jovens, em pleno ambiente baladeiro. Mais que isso, as pessoas estão se "pegando" - já fora da balada, longe da turma e de olhares curiosos etc. Os mais velhos com algum horror de comprometimento dirão que estão "se conhecendo" - no sentido bíblico, obviamente.
De novo, uma oportunidade de nos encantarmos com os malabarismos feitos com as palavras, que vão ganhando outros sentidos de acordo com o interesse do usuário, o tal "deslizamento semântico" seguido pela "consagração pelo uso". Ou é só uma chance de perceber que as coisas mais simples e naturais podem ser travestidas de outras - o tal autoengano, em uma de suas variadas formas.

domingo, 23 de maio de 2010

Boas compras I - sapatos lindos da Blushoes


Pode ser que eu me arrependa da divulgação que vou fazer (por exemplo, encontrando uma loja vazia logo em seguida ao assalto da mulherada), mas não posso me furtar a comentar os maravilhosos sapatos da Blushoes, na rua Harmonia, 150, Vila Madalena.
Como muitos já sabem, a beleza me seduz. Sapatos também. Imagine então sapatos bonitos, com design contemporâneo e preço justo - sonho de consumo feminino enfim realizado.
Muito fácil se achar na loja bonita e bem organizada, especialmente com o atendimento solícito e simpaticíssimo do proprietário, Marcos Boghos. E já aviso: difícil, muito difícil sair de lá com um par só.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Gourmandise IV - Kebabel

E numa semana especialmente pândega, fui com amigos ao Kebabel, na rua João Moura, 871 (www.kebabel.com.br), Pinheiros. Kebab de cordeiro maravilhoso, hors-concours. Não menos deliciosa a porção de falafel. As papilas gustativas não se deram por satisfeitas, e pediram ainda um kebab de javali e um mahlabie de damasco. Atendimento cordial e bem-humorado, diante das "alterações" nos pratos solicitadas por uma das participantes do festim. O lugar também é aconchegante, coloridamente decorado.
Vim rolando para casa, satisfeitíssima. Nada que umas horinhas de ergométrica não resolvam...

Gourmandise III - Um evento dionisíaco


Acabo de participar de um evento todo especial, exclusivíssimo: uma degustação na casa de amigos com a presença de uma sommelier. Ideia fantástica de uma amiga, que organizou tudo de forma impecável e com o maior carinho.
Pessoalmente, talvez eu demorasse muito mais a buscar um clube de enólogos/enófilos, não por não me interessar pelo assunto (uma vez que adoro vinhos), mas porque isso
provavelmente se perderia na minha extensa lista de interesses...
Bom, meus amigos resolveram meu problema. E adorei trocar minha grande ignorância por uma tamanho M enquanto degustava goles de Merlot, Cabernet-Sauvignon e os celestiais Pinot Noir e Carmenére, tudo em ótima companhia.

Acima, à esquerda, nós todos concentradíssimos, tratando de tomar nota de tudo direitinho; aqui ao lado, a sommelier Edmara fazendo a apresentação de rótulos da Casa Santa Helena.

Gentileza alumbradora

Nestes tempos escuros, em que a sem-gracez impera, um gesto de gentileza alumbra como um farol. Dia desses mesmo, no supermercado, uma senhora que aguardava o marido pagar as compras ajudou-me a embalar as minhas. Sem dizer nada, assim sem mais. Talvez nem tenha entendido minha surpresa e o agradecimento triplo.
O melhor de tudo foi que isso me fez lembrar de outras situações similares (que não são assim tão numerosas, mas são sempre marcantes). E aí reincidi na minha fé no ser humano. Bom, muito bom!

terça-feira, 18 de maio de 2010

Procura-se Pai Arnapio!


Gente, procura-se o Pai Arnapio U-R-G-E-N-T-E!
Alguém tem o telefone desse conselheiro-curandeiro-sábio-advogado? Se tiver, por favor, me informe. Pai Arnapio já tem uma legião de seguidores somente à espera de seus milagres, ávidos por seus conselhos e mandingas. Quem sabe conseguiremos fazer uma vaquinha e até pagar a recompensa a quem achar o "wanted".
Aliás, um pouco mais e esse cara pode se candidatar a senador - porque vereador ele, que não pode ser bobo nem nada, talvez já seja!

sábado, 15 de maio de 2010

O assunto da vez

O bullying afinal estampa as capas de revistas, páginas de jornais, os noticiários. Como no caso do garoto de Porto Alegre que foi morto na última semana, por ser grande e gordo, alguém fora dos supostos padrões de aceitação social. Mais um crime sem justificativa além da do preconceito, por si só algo injustificável.
O verbo to bully significa "atemorizar ou ferir alguém mais fraco", "obrigar alguém a fazer algo por medo". O bullying é, portanto, o constrangimento finalmente institucionalizado. Sim, porque ele sempre existiu, na forma da intolerância - étnica, religiosa, sexual, de gênero. Ao longo do tempo, uma prática sempre abominável de todos os que se sentem ameaçados pelo diferente.
É preciso, porém, tomar cuidado com o termo e todas as extensões semânticas que ele acarreta. Uma coisa é fazer piada com ele, atribuindo-lhe deliberadamente sentidos absurdos para dessignificá-lo (o que não quer dizer, de maneira alguma, ignorar a dimensão do problema, que precisa mais e mais ser combatido); outra, completamente diferente, é espalhar sentidos que ele não tem só para fazê-lo caber em qualquer situação (como o chatíssimo politicamente correto). Aí não, cocada!

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Quando o sonho vence a intolerância

Li "O diário de Anne Frank" muito molecota; já nem me lembrava da personalidade madura e até ranzinza da menina-autora. Minha amiga Adriana Rachman é que trouxe à memória o relato da garota judia que viveu anos com sua família num porão, escondendo-se dos nazistas. Deu-me até vontade de reler o livro, especialmente as passagens tocantes e tristes que falam do sonho de Anne de se tornar escritora - o que, de fato, não pelas vias normais, aconteceu. O mais bacana disso tudo foi assistir ao vídeo que mostra a exposição sobre Anne Frank, produzida pelo Instituto Plataforma Brasil nos CEUs e que vai ganhar um espaço na Av. Paulista também. Na exposição nos CEUs, é feita uma relação entre os sofrimentos da jovem judia e os dos jovens que vivem na periferia das grandes cidades. As monitoras, meninas fofas da própria comunidade, foram preparadas pela Adriana - que está merecidamente encontrando lugar entre pessoas legais, a quem pode mostrar seu ótimo trabalho.

Vejam o vídeo no YouTube:

http://www.youtube.com/watch?v=WQQJ8fbIxPw

O lugar das unhas coloridas ao sol

Aha! Poucas semanas depois do meu post sobre as unhas amarelas, eis que surge Glorinha Kalil comentando a "moda das unhas coloridas" - não é que a mulherada usar amarelo, azul, verde e laranja nas unhas pegou? Conservadores de plantão, tremeis!

domingo, 14 de março de 2010

A magia pop do karaokê


Podem falar o que quiserem - que é brega, anti-intelectual, esquisito etc. Mas só quem vai a um karaokê para ter uma ideia precisa da magia que se opera nesse lugar. Karaokê é pop, algo quase visceral. Pessoas quietinhas se soltam com o microfone nas mãos. Mesmo não havendo palco, o palco está ali, espiritualizado, fazendo dos tímidos e não tímidos estrelas musicais.
Tal transformação é ainda mais inevitável quando se opta pelos boxes, ou seja, pelo aluguel de uma sala fechada apenas para os amigos, com sistema de som próprio, sofazinhos e uma mesa ao centro para os comes e bebes, que podem ser parte de um pacote previamente fechado. Quem já foi ao karaokê mais tradicional, aberto a todos, com fila, disputa com cantores profissionais e exposição a um público muitas vezes exigente, como o da Chopperia Liberdade, vai preferir o aconchego do boxe repleto de amigos compreensivos, de afinação variada. Ah, sim: isso se, mesmo achando brega, anti-intelectual e esquisito, pagar para ver.
Um dos karaokês que funciona somente com sistema de boxe é o Karaokê Box Kampai, na Av. Liberdade, 638. Ainda que faça isso somente uma vez na sua vida, junte uma turma legal e pague para ver. Se ao final você não tiver achado tão divertido, as testemunhas do mico ao menos serão poucas e bem selecionadas...

domingo, 7 de março de 2010

Oficina Escola de Lutheria da Amazônia

Estava aqui relendo alguns cadernos de viagem e percebi que já devia ter postado algo sobre o projeto da Oela - Oficina Escola de Lutheria da Amazonia, que não por acaso está na lista do Tudo de bão.
Quando fui finalmente à Amazônia, troquei a viagem de barco, que duraria quatro dias, de Manaus a Belém, por visitas às comunidades locais. Não as comunidades indígenas, mas as urbanas, na periferia das capitais. O projeto da Oela fica numa dessas comunidades, uma invasão, o bairro Zumbi II, em Manaus. Foi o lugar escolhido por Rubens Gomes, professor, músico e luthier, para morar e criar uma escola de lutheria para meninos e meninas pobres.
Normalmente, quando se fala em terceiro setor, tudo parece muito bonito no início e pode nos decepcionar em seguida. Não é o que acontece na Oela. Embora já tenham recebido muitos prêmios e alcançado reconhecimento de órgãos bastante importantes - Unicef, Ashoka, FSC, só para citar alguns -, a Oela e seu pessoal têm um ar de paixão recente. Sabe como é? Tudo é novo, tudo é belo, tudo faz sentido. Mesmo com mais de uma década de existência.
Meninos e meninas constroem seus próprios instrumentos e produzem outros instrumentos para seu ganha-pão, sem atravessadores. Têm aulas de música, informática, educação ambiental. Parecem felizes, à vontade, zelosos daquele lugar que conquistaram. Desfilam aquele orgulho bom de quem descobriu ser alguém. Os funcionários da Oela também mostram amor por aquilo que fazem, como a alagoana Charlene.
Rubens faz questão de ainda morar por lá - como o número de alunos aumentou, teve de mudar para outra casa, na mesma rua. O caboclo alto de fala mansa me recebeu com carinho, partilhou seu almoço e um pouco da sua música, tirada de um violão Manaós - marca dos instrumentos fabricados pela Oela. E me fez acreditar ainda mais na efetividade das boas ideias quando em consonância com a essência de quem as leva a termo.
Para saber mais sobre os projetos desenvolvidos pela Oela, acesse http://www.oela.org.br/. E apaixone-se você também.

A importância das unhas amarelas na megalópole

Não, não são sintoma de icterícia, hepatite ou do hábito de fumar. São simplesmente unhas cobertas de verniz amarelo; mais especificamente, do esmalte Amarelo Real, da Risqué.
As moças que quiserem experimentar vão conseguir um efeito de choque. Nas breves 24 horas em que minhas unhas ficaram pintadas com essa cor, ouvi comentários de todo tipo, inclusive os elencados acima. O que mais me chamou a atenção, porém, foi o fato de virem quase todos da ala masculina. Conservadorismo? Ou será que os moços estão mais atentos ao que acontece ao redor? Hummmm, algo para se pensar!
Não é que queira defender o amarelo como cor da moda - achei até que ficava eu mesma muito amarela com aquelas unhas. Mas vi acontecer algo parecido quando usei galochas decoradas pela primeira vez, há dois anos. Olhares indisfarçados, masculinos e femininos, por onde passava - fenômeno sociológico interessante, em especial num lugar onde galochas, decoradas ou não, são praticamente um produto de primeira necessidade.
Forçando um pouco o gancho (com base, contudo, em eventos correlatos), é bem curioso que numa cidade tão grande, uma megalópole, tantas coisas miúdas ainda provoquem espanto e coisas de espantar assomem normais. Até parece que aquela Pauliceia cantada por Mario de Andrade só fez crescer, mas em nada mudou seu espírito controverso, gigante e provinciano...

domingo, 28 de fevereiro de 2010

A quantas anda a relação com a língua-mãe?

Quer testar seus conhecimentos acerca do Novo Acordo Ortográfico?
Descubra seu grau de intimidade com a língua-mãe visitando o blog da doce Dulce Seabra:
http://dububbles.blogspot.com/2010/02/com-hifen-ou-sem-hifen.html

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Que canela você chutaria?

Postagem extra com enquete: se você pudesse escolher uma canela pra chutar, qual seria? Sou antiviolência, mas não posso negar esse desejo fisiológico quando em vez.
Eu chutaria a canela de quem precisa dar carteirada para aparecer ou para sobreviver sem a competência necessária. De quem brada, sem nenhuma vergonha: "Vou falar com fulano, que conheço desde tantos anos de idade! Meu padrinho de casamento! Pai do meu namorado! Irmão do meu sogro! Vizinho da minha tia!"
Claro que há um montão delas (de outros impostores e pessoas covardes em geral). Mas esta seria uma canela merecidamente chutada!
E você? Que canela escolheria?

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Alter ego II



Encontro da Velha Guarda no Ugues

Ontem encontrei três bons e velhos amigos em um lugar há muito conhecido, o boteco Ugues (esquina da Marquês de Itu com a Martim Francisco).
Quando acontecem esses encontros, mesmo que tenhamos mudado muito, tenho sempre a sensação de que o tempo não passou, que a conversa com os amigos é retomada do ponto em que parou no dia anterior. Mas fazia uns três anos que não via o Botelho, uns três que não topava com Camargo na rua e pelo menos dois que não encontrava Marise. O papo, sempre bom; o tempo, pouco para tanto assunto.
As novidades da vez ficaram por conta da linda Tarsila, filhota do Bot que eu ainda não conhecia, e do livro publicado pelo mesmo mancebo, via editora Annablume, O urbano em fragmentos: a produção do espaço e da moradia pelas práticas do setor imobiliário. Já comecei a leitura e logo vou postar um comentário no http://seroquesoa.blogspot.com/
Em um encontro com queridos e tantas notícias boas, até é possível esquecer o grasnado de algumas moçoilas agitadas em uma mesa logo atrás da nossa. E também perdoa-se o bolinho de bacalhau não ser propriamente de bacalhau - é, o Ugues também não é mais o mesmo...

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Gourmandise II - Pastelaria Rainha Brasileira

O nome é ótimo, e gerou vários trocadilhos ao longo da última sexta-feira.
Nesse dia, fui com amigos à tal pastelaria (que não é a Pastelaria Brasileira, perto dali), na rua Monteiro de Melo, Lapa.
Mesas lotadas, com gente entrando e saindo, e um mundo de pastéis e esfihas pra encher nossos olhos gulosos. Experimentei o "especial" de camarão e palmito, um escândalo! Valia por três pastéis e, mesmo assim, no entusiasmo do momento, ainda tracei um "simplesinho", de queijo, que poderia ser comparado em tamanho a um pequeno travesseiro.
Claro que não comi mais nada no decorrer do dia. Não porque o pastel não fosse bom ou ficasse "conversando" no estômago, como os lanches do McDonald's, mas porque realmente o espaço tinha acabado. Só o bom e velho chá verde pra fazer tudo voltar à normalidade.
Mas fica a dica: o lugar é uma pastelaria tradicional, limpinha e disputada, com variedade grande de pastéis, salgados e também doces (que nem aguentamos olhar, no final, tão empazinados estávamos). Tem garapa da boa. E o melhor é o preço, bem acessível.

Muito a propósito

Na última quinta, em meio às tentativas muvucadas (e frustradas) de fechar um material, ganhei um presente.
Meu amigo Marcelo me deu, assim sem mais (o que caracteriza os melhores regalos, como as alpargatas belíssimas que recebi de minha amiga Lu na outra semana), um livro sobre a artista plástica chinesa Pan Yuliang, A artista de Xangai (Editora Record).
A história, romanceada pela norte-americana Jennifer Cody Epstein, trata da trajetória de uma mulher chinesa, desde o momento em que é vendida pelo tio para um bordel até sua ascensão e libertação como artista plástica pós-impressionista.
Não fosse ainda por cima um enredo bem tramado, a história já teria vindo muito a propósito, em um momento em que ainda ouço alguns homens querendo justificar seu comportamento pelas teorias do século XIX. De que são como são porque "a natureza os fez assim"; eles "caçam" enquanto nós, mulheres pré-históricas, "cuidamos da casa e das crias".
Não parece estranho, se resolvermos entrar, mesmo que por um momento, nesse barco furado teórico, que somente as mulheres tenham buscado a tal evolução? Afinal, um dia elas se tocaram de que não queriam só cuidar da casa e das crias. E a partir daí muitas têm mudado seu destino.
Para ser completamente justa, é claro que os homens (e as mulheres também, por que não?) de fato evoluídos não precisam dessa justificativa fisiológica. Isso é coisa de quem não banca suas escolhas e morre de medo de ficar sozinho consigo mesmo. Certamente, um cara assim não teria me dado um livro como esse...

sábado, 16 de janeiro de 2010

Perda de fato

Com a correria da semana, não deu tempo de postar meu pesar sincero com a morte de Zilda Arns, no último dia 12, após um terremoto no Haiti. Isso sim, é uma perda para o Brasil e para a humanidade, que fica - parafraseando John Donne - qualitativamente diminuída com sua ausência.
Tomara que haja muita gente boa para continuar o trabalho da criadora da Pastoral da Criança. E que nós, os cheios de esperança, possamos viver como ela, fazendo apenas aquilo em que acreditamos.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Onde você mora tem o quê?

Com essa chuvarada que assola 1/3 do Brasil, fico me perguntando: o que faz as pessoas continuarem morando em um mesmo lugar - além de segurança, preguiça, apego etc. -, o que as faz pensar que ali vale a pena viver apesar de tudo?
Sempre que digo que vou me mandar da minha cidade, pululam defensores da metrópole. O que vou fazer em outro lugar, se aqui há de tudo? E eu me ponho a pensar que dificilmente vou encontrar uma pizza como a daqui, um sanduíche de mortadela tão generoso, lojas de tudo o que pode se pode imaginar. De outro lado, tudo é muito over - muita poluição, muito trânsito, muita muvuca. Eu, que ainda por cima moro no centro, me sinto no vórtice do furacão. Muitas vezes adoro, mas algumas vezes odeio (e Baioque do Chico Buarque seria uma trilha sonora perfeita para essa relação com la ville).
Daí fico curiosa em saber: o que há de bom e de ruim no lugar onde moram meus amigos, mesmo os mais distantes? E estou falando das coisas pitorescas, das minudências, do nada óbvio; o que atrai e o que irrita, visto com lentes de aumento do morador atento.
Aguardo os testemunhos!

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Alter ego

Tem dias que sou mesmo assim, como a superpoderosa Docinho. Tudo a ver com minha atual fase chuta-canelas...


(A Docinho que visitou minha mesa de trabalho ontem - e que teve sua imagem sequestrada pelo scanner local - pertence ao meu amigo Marcelo Alencar, editor, ilustrador, contador de causos e grande colecionador de bonequinhos bacanas)

Se fue!

Gente, o Erasmo Dias se foi! O invasor da PUC na década de 70, artífice das torturas promovidas pela ditadura militar, elezinho, bateu as botas de cano alto.
Isso significa que os verdugos não são eternos. Além de uma porção de coisas que passam pela nossa cabeça.
Ufa, ufa, ufa!

sábado, 2 de janeiro de 2010

A beleza de uma salada

Já comentei o godó, mas não comentei que, numa das vezes que o fiz, minha amiga Naiara ficou responsável pela salada (como sempre). Não poderia, portanto, deixar de publicar uma foto da linda salada que antecedeu o prato garimpeiro (não menos belo, mas com uma certa "rudeza" e seu ar meio agreste) - isso é que é ecletismo à mesa!

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Os pagadores de promessas

Quem será que inventou as promessas de final/começo de ano? Serão um desdobramento da culpa judaico-cristã? Com certeza, coadunam-se com as faxinas, esvaziamento e organização de gavetas, happy-hours apressadas com amigos que não vemos o ano inteiro (o coroamento daquele cafezinho prometido por meses!), consultórios médicos e laboratórios de análises clínicas lotados etc. ao fim de mais 365 dias de vida.
Isso é ruim? Claro que não. Mas pode ser menos estressante (e eu não vou acreditar se me disserem que fazem assim por causa da "adrenalina"), se tudo isso for espalhado ao longo do ano: cuidados consigo, com os outros e com seu espaço. A essa proposta, ouviremos a ladainha da falta de tempo (sobre a qual já palpitei em texto que mora no blog http://seroquesoa.blogspot.com/, vizinho deste).
De todo jeito, que bom é fazer promessas que pretendemos cumprir! Porque isso é sinal de que ainda temos esperança - que é, afinal, o que nos faz acordar e viver a cada dia.

(O título da postagem, claro está, é uma homenagem a Anselmo Duarte, que morreu em 2009, 47 anos depois de transformar a obra de Dias Gomes em filme homônimo - na minha modesta opinião, um dos mais tocantes do cinema brasileiro)

Cabeceira

  • "Arte moderna", de Giulio Carlo Argan
  • "Geografia da fome", de Josué de Castro
  • "A metamorfose", de Franz Kafka
  • "Cem anos de solidão", de Gabriel García Márquez
  • "Orfeu extático na metrópole", de Nicolau Sevcenko
  • "Fica comigo esta noite", de Inês Pedrosa
  • "Felicidade clandestina", de Clarice Lispector
  • "O estrangeiro", de Albert Camus
  • "Campo geral", de João Guimarães Rosa
  • "Por quem os sinos dobram", de Ernest Hemingway
  • "Sagarana", de João Guimarães Rosa
  • "A paixão segundo G.H.", de Clarice Lispector
  • "A outra volta do parafuso", de Henry James
  • "O processo", de Franz Kafka
  • "Esperando Godot", de Samuel Beckett
  • "A sagração da primavera", de Alejo Carpentier
  • "Amphytrion", de Ignácio Padilla

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