segunda-feira, 27 de junho de 2011

Redescobrindo Woody Allen

Há épocas em que parece não haver nada de interessante no cinema; há outras, felizmente, que nem sabemos a qual filme assistir, tantas são as opções!
É o que tem acontecido nos últimos dias. Entre quatro filmes igualmente atraentes, acabamos escolhendo o último de Woody Allen a estrear por aqui, Meia-noite em Paris.
Não bastasse a delícia de passear pela noite de Paris com o protagonista (Owen Wilson, em ótima interpretação), nos deixamos levar pela aparente leveza da trama, que tem muitos momentos divertidos e até abusa de alguns estereótipos "turísticos" (aquilo que todo mundo TEM que conhecer ou espera encontrar em Paris). Se Woody Allen parece querer satisfazer o público dando pistas óbvias das personagens (por exemplo, uma das músicas mais conhecidas de Cole Porter tocando em um bar dos anos 20 anuncia nosso encontro com o próprio compositor), também se diverte com as informações básicas que qualquer um que se pretenda sofisticado TEM que ter. Nada disso impede, claro, que nos divirtamos com a breve e ótima performance de Adrien Brody como Salvador Dalí.
Olhando mais fundo, enxergamos uma camada de crítica ao tempo que se vive e também à idealização de outras épocas, outros lugares, outras vidas, a essa saudade do não vivido. E talvez tenha sido justamente esse recorte de sentimentos comuns, pincelados com humor e esperança - com sutilezas, mas sem excesso de ironias e dobras psicológicas -, que fez tão agradável minha redescoberta de Woody Allen.

4 comentários:

  1. Como é bom redescobrir. Acho que é isso que ele tenta fazer, também, com esse roteiro. É delicioso, de sair delirante. Você assistiu "Dirigindo no escuro"? Acho que ele se redime com os franceses, agora.

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  2. Não assisti, Fá! Vou ver também.
    Sim, acho que ele se redime com os franceses e reconquista admiradores com a nova fase.
    beijo!

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  3. Eu tenho certeza que o Woody está envelhecendo bem bem. Tenho amado todos os últimos filmes dele! Amanhã vou ver esse. Fico muito feliz que vc tenha curtido, porque eu estou indo muito no pique de curtir e apostando na sabedoria desse cineasta. Sempre! ;-)

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  4. Ah, veja, veja! Você vai adorar. :)
    E ainda não fui ver "Marguerite" e Dépardieu; vamos ver se nos próximos dias... Aliás, estreou outro com Dépardieu - quanta coisa boa!

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Cabeceira

  • "Arte moderna", de Giulio Carlo Argan
  • "Geografia da fome", de Josué de Castro
  • "A metamorfose", de Franz Kafka
  • "Cem anos de solidão", de Gabriel García Márquez
  • "Orfeu extático na metrópole", de Nicolau Sevcenko
  • "Fica comigo esta noite", de Inês Pedrosa
  • "Felicidade clandestina", de Clarice Lispector
  • "O estrangeiro", de Albert Camus
  • "Campo geral", de João Guimarães Rosa
  • "Por quem os sinos dobram", de Ernest Hemingway
  • "Sagarana", de João Guimarães Rosa
  • "A paixão segundo G.H.", de Clarice Lispector
  • "A outra volta do parafuso", de Henry James
  • "O processo", de Franz Kafka
  • "Esperando Godot", de Samuel Beckett
  • "A sagração da primavera", de Alejo Carpentier
  • "Amphytrion", de Ignácio Padilla

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