terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Ragù de linguiça e shitake

Comprei uma revista Prazeres da Mesa há muito tempo, e só agora resolvi testar uma receita. Fiz o ragù de linguiça e shitake com algumas adaptações. A principal delas é que não tinha polenta para acompanhar, só cuscuz marroquino. (Eu nem sabia que cuscuz marroquino é feito à base de sêmola de trigo, e por um momento confundi a farinha amarela que tinha guardada.)
Processei um pouco o cuscuz e então acrescentei caldo de carne. Ficou bom, embora a polenta sempre combine mais com o ragù.
No lugar do vinho branco, usei vinho tinto. A linguiça escolhida foi a de lombo. Usei tomates pelatti e tomate fresco, cebola, alho, sal e pimenta-do-reino. Infelizmente não tinha nenhuma erva para realçar os sabores.
O shitake foi hidratado e depois misturado ao refogado de alho e cebola, e tudo depois acrescentado à linguiça refogada e embebida em vinho. Por fim, o molho "rústico" de tomate e os acertos de tempero.
Já imagino aperfeiçoamentos quando tivermos por fim nossa horta de temperos.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Do pão sob o calor tropical

Os pães também têm se adaptado às mudanças. Maior umidade, maior calor. De fato, o tempo de descanso do levain e da massa, a temperatura da água, a temperatura do forno têm que ser outros. Se antes a conta era de 6 horas para descanso, aqui deve ser de 3 a 4 horas (o que é ótimo para aplacar a ansiedade do marido pelo pão quentinho). O levain (que já completou um ano!) também cresce muito mais rápido.
Resolvi usar uma forma de fundo removível para assar o pão e ele ficou assim, lindão.

sábado, 14 de novembro de 2015

Adaptação

Ouvi muita gente falar da lenta adaptação dos gatos às mudanças. Que seria preciso deixar Chico e Zen um bom tempo dentro de casa antes de soltá-los pelo sítio. Que demoraria para eles aceitarem a nova casa.
De fato, foi traumático para eles saírem do banheiro após o furacão da mudança (eram oito homens para lá e para cá, empacotando coisas, arrastando caixas, entoando suas vozes estrangeiras) e perceberem que a casa onde moravam há um ano e meio havia sumido. Depois, foram levados para outra casa, onde ficaram em um quarto com banheiro (muito confortável, mas desconhecido) por dois dias. Então foram levados de carro, cada um em sua bolsa de transporte, para um lugar barulhento, repleto de pessoas e vozes estranhas. Na hora de passar pelo raio x do aeroporto, cada um num colo, nem se mexeram.
Duas horas e meia dentro de um avião, mais 40 minutos de carro e chegaram a uma terceira casa. Posso imaginar o choque, a sensação de pesadelo do qual não se desperta: o que será que vem agora?, devia passar por suas cabecinhas felinas. Então os cachorros já instalados vieram exacerbar o contato com outra realidade, outras vidas.
Mas eis que se deu a mágica da natureza: depois de serem soltos aos poucos pela casa e pelo terreno, Chico e Zen começaram sua exploração de terra, mato, sítio do vizinho. Já nos deram sustos, como Chico, que ficou horas sob uma touceira no terreno vizinho sem conseguir voltar, depois de ter sumido de casa por toda a manhã. A cada dia, porém, chegam os dois cheios de novidades, novos aprendizados. Nos ensinando como a vida deve ser: cada dia, um novo dia.

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Da beleza em meio ao caos

E quando você está no meio do caos, pensando com ansiedade em como resolverá questões de ordem prática, vem uma amiga querida, recém-chegada de uma viagem incrível, e traz um presente que é pura beleza.
Por alguma razão, ela achou que eu pratico caligrafia. Associou ao desenho sazonal, provavelmente. Eu achei emblemático: ferramentas para compor de forma mais bela uma nova escritura.
Obrigada, Lu, pelo afeto de sempre, acompanhado dessa beleza inesperada, bem-vinda e bendita.

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Dos despojos - who are you?

Pois tenho estado dividindo o tempo entre trabalho e arrumações. Não tenho nem tido vontade de cozinhar, para se ver como a coisa é séria.
Então, chega a hora mais difícil, a de descartar lembranças. Cerquei a tarefa, calculei, posterguei, até que não deu mais: ia ter que abrir caixas, cadernos, pastas para decidir o que ia, o que ficava.
Até me espantei com ainda ter conservado coisas que já acreditava "idas" na última mudança. Houve uma tarde que me deliciei lendo cartas trocadas com uma amiga (que revi no último sábado) quando tínhamos entre 15 e 17 anos. Ri da nossa inocência, dos "grandes problemas" que nos assolavam - trabalhos de escolha e por qual menino nos decidir, afinal. Li um cartão de uma amiga, na época recente, mas hoje entre os antigos, que me perguntava como mantinha meu bom humor - na verdade, nem lembrava que era tão bem-humorada assim.
Já um amigo recém-conhecido no colégio dizia que eu não devia estar sempre "preocupada", que, se tinha, como ele adivinhava, ideias "revoltosas", deveria expô-las.
Encontrei ainda cartas trocadas com colegas do restauro - nem me lembrava das tais cartas, mas foi uma delícia relembrar, pela resposta das meninas, o que tínhamos vivido naquele espaço em comum.
Havia diversas cartas e cartões de um amigo que nunca mais vi, vizinho de meus primos no Rio (cujo contato também perdi). Algumas correspondências de uma tia que eu queria como madrinha de crisma - desisti de me crismar, mas essa tia ficou como uma pessoa querida.
Encontrei também textos meus e tive um arrepio: realmente, o que escrevemos mostra o que somos, em cada momento. No caso, com 15, 16 anos, uma alma meio "emo". Nem me reconheço, embora não possa negar que era eu. Também. (Acabo de receber de um amigo uma carta que Graciliano Ramos escreveu para sua irmã, que ensaiava os primeiros passos na literatura - a bronca do irmão famoso dizia respeito a escrever apenas sobre o que conhecemos. E se nada ou pouco conhecemos? Bom.)
O pior foi ter descoberto que eu havia guardado tantas agendas. Deu um trabalhão descartá-las.
E fiquei especialmente surpresa por perceber como a memória apaga tanta coisa. Bilhetinhos de pessoas que nem imagino quem sejam se contrapõem ao fato de eu me lembrar da roupa que vestia em determinada ocasião. Sim, é o caso da importância que damos aos fatos, da tal memória seletiva. Mas é assustador perceber como os eventos vividos simplesmente... somem. Como tudo acontece ao mesmo tempo, não percebemos as nossas próprias transformações. Somente quando precisamos parar e olhar com distanciamento para os fatos é que nos damos conta disso tudo, como se observássemos os fotogramas de um filme, um a um.
Não, não temos controle de nada. E muitas vezes nem conseguimos apreender os acontecimentos, que passam por nós como as águas de um rio. Mais um motivo para me preocupar menos com os vaivéns da vida. Não só as coisas mudam o tempo todo, como também elas simplesmente podem desaparecer. Simplesmente.

sábado, 24 de outubro de 2015

Encontros e despedidas III




Na pizzaria favorita, lugar de tantas comemorações, a pizza favorita. Mais amigos do "meio" (dois já haviam ido embora - Karlo e Tati). Lembramos vários causos, pensamos no futuro. Dividimos esperanças.
Ter amigos é assim.

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Quem diria?

Nunca imaginei que faria uma lista de presentes de casa/vida nova.
Fiz, por sugestão de uma amiga, e ganhamos coisas lindas para nossa casinha. A lista era pequena, só com aquilo de que de fato precisamos, e tudo com a nossa cara (por isso tudo tão lindo!).
Obrigada, queridos, que nos presentearam principalmente com sua amizade e carinho!

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Encontros e despedidas II

Mais um encontro de até logo. Nem fotografei a mesa, com dois tipos de pães, bolo cremoso de chocolate com geleia de damasco e sorvete definitivo de doce de leite. Pelos depoimentos e pela sobra quase zero, estava tudo gostoso.
Nas fotos, não aparece todo mundo que esteve aqui. Faltaram Alê e Ju, Eliane e Tô, que já tinham ido embora na hora das selfies. Porque quando a gente tem muito assunto as fotos acabam ficando em segundo plano.
O que eu mais gostei de observar foi como meus amigos de épocas e lugares diversos se deram bem. Houve alguns reencontros, mas também quem nunca tinha se encontrado, mesmo sendo da mesma área. Das diversas formações e trabalhos que tive, trouxe esses queridos - e foi lindo vê-los juntos celebrando comigo uma nova fase. Para simbolizar isso, só mesmo a presença das novíssimas gerações, Antonia e Rafaela, duas que carreguei no colo, que conheci ainda na barriga das mamães Eliane e Karen.
Em nenhum momento me senti melancólica, porque sei que esses amigos estarão comigo sempre, até quando vida quiser. E não caberia mesmo melancolia numa reunião cheia de risadas, causos, lembranças, histórias compartilhadas, aulas sobre levain, caminhos atuais, novidades, alegria, amizade, esperança.

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Brincando de projetar

Ah, se na minha época de Federal tivesse acesso a esses programas de arquitetura! Bom, talvez eu não aprendesse a usar lapiseira, prancheta, esquadros, escalímetro etc. Mas que o SweetHome é divertido, ah, isso é!

domingo, 11 de outubro de 2015

Sorvete de doce de leite

Depois da mousse de doce de leite, fiquei mais a fim de fazer o sorvete. Usei a mesma lógica do sorvete de Nutella: dois ingredientes, e só. Para cerca de 200g de doce de leite (usei La Serenissima), usei uns 300mL de creme de leite fresco. Aqueci os dois no fogo baixo só até dissolver o doce de leite, deixei esfriar e então levei à geladeira.
Com o bowl da sorveteira já gelado, bati o creme por 20 minutos e levei à geladeira no pote de inox. Ficou igualzinho ao da Abuela Goye!
Acaba de chegar e já entrou para meu Top 5 dos sorvetes caseiros.

domingo, 27 de setembro de 2015

Encontros e despedidas I

Se depois de assar quatro pães, um bolo, um quibe e um cheesecake dupla face eu não tivesse me queimado, seria um milagre. Mas essa queimadura, logo tratada com sulfato de neomicina+bacitracina, não foi nada perto da alegria de cozinhar para um primeiro grupo de amigos de quem me despedi. Como não cabe tanta gente em casa (mesmo reduzindo bastante o número de convivas), decidi dividir os queridos em grupos, levando em conta as afinidades.
São pessoas muito importantes para mim, que têm estado comigo em muitos momentos alegres, mas que se mostraram ainda mais leais em momentos muito difíceis. Nem sempre nos encontramos o quanto queremos, mas esses amigos sempre estiveram por perto - inclusive fisicamente. Por coincidência, todos se tornaram meus vizinhos há pouco, embora nos conheçamos há muito.
Em um tempo de tanta loucura, ódio, violência, deturpação de valores humanos, poder estar perto de quem nos quer bem, poder compartilhar a mesa com pessoas queridas, trocar palavras luminosas, fruir o afeto, tem um poder de cura inestimável.

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Música-tema com calor e possibilidades


Vamos viver no Nordeste, Anarina
Vamos viver no Nordeste
Deixarei aqui, meus amigos, meus livros
Minhas riquezas, minha vergonha
Deixarás aqui, tua filha, tua avó, teu marido
Teu amante

Aqui, faz muito calor
No Nordeste faz calor também
Mas lá tem brisa
Vamos viver de brisa, Anarina
Vamos viver de brisa

domingo, 20 de setembro de 2015

Pão de mandioca com levain

Ainda não tinha experimentado fazer o pão de mandioca do Pão Nosso.
Lembrei então que tinha uma farinha de mandioca ótima, trazida da Bahia, e pus mãos à obra, ou melhor, à sova.
Interessante como a massa ficou mais densa e cresceu toda sólida na primeira fermentação. Como já era tarde, levei à geladeira e confirmei assim que os pães que "dormiram ao fresco" saíram todos bonitos, com ótimo sabor e belos alvéolos. Isso para não falar que não tenho mais ficado até de madrugada esperando o forneamento ou acordado hipercedo para terminar de modelar e assar...

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Beleza interior do pão de nozes e damasco


Resolvi adaptar a receita do pão de nozes do Pão Nosso. Mudei a quantidade dos ingredientes (para um pão de 500g, usei 250g de farinha branca, 50g de farinha integral, 100g de levain refrescado, 200mL de água e 6g de sal) e acrescentei nozes e damascos picados (meio no olho, coisa de 3/4 de xícara de chá).
Desta vez, a pestana não abriu e o pão não caramelizou. Mas o interior, meu Deus, que coisa boa!
Ah, sim: parte do desejo por damasco surgiu porque outro dia comprei pães da Beth Bakery e o que se intitulava pão com sementes de girassol e damasco devia ter um damasco só. Era gostoso, mas achei meio propaganda enganosa...

domingo, 13 de setembro de 2015

sábado, 12 de setembro de 2015

Bolo de milho com leite de coco e polenta

Nunca achei muita graça em bolo de milho até provar um divino em Delfinópolis, Minas Gerais. Estava numa pousada muito bacana, com café da manhã incluso - como normalmente acontece em Minas, um lauto café, com gostosuras feitas ali: bolos, geleias, queijos.
Outro dia, fiz arroz de coco e sobrou meia garrafa de leite. Também havia sobrado, de outro almoço, meia lata de milho no vapor. Pensei: por que não fazer um bolo de milho com leite de coco?
As receitas que encontrei normalmente falavam em milho e coco ralado. Mas então resolvi adaptar uma da Panelaterapia, substituindo o leite por leite de coco e a farinha de milho por polenta.
Quando o bolo estava no forno havia uns 20 minutos, o gás acabou! Deixei-o dentro do forno e fiquei esperando o caminhão de gás trazer um botijão novo. Pensei que poderia ter embatumado, solado, mas não. Depois de mais uns 15 minutos de forno, modéstia às favas, ficou uma delícia!

Ingredientes:
1/2 lata de milho no vapor sem água
2 ovos
1 xícara (café) de óleo de canola
1/2 xícara (chá) de leite de coco
1/2 xícara (chá) + 1 colher (sopa) de açúcar demerara
1/2 xícar (chá) polenta
1/2 colher (sopa) de fermento químico em pó

Preparo:
Unte uma forma com margarina/manteiga e enfarinhe. Pré-aqueça o forno a 180 graus.
Bata no liquidificador os ingredientes líquidos, os ovos e o milho. Acrescente o açúcar e bata mais um pouco; faça o mesmo com a polenta. Por fim, acrescente o fermento, batendo apenas para misturar. Despeje sobre a forma untada e enfarinhada e leve ao forno por cerca de 30-40 minutos.

Aligot de batata-doce

Quando eu vi a receita do Henrique Fogaça, fiquei logo a fim de experimentar com batata-doce. E no lugar de iscas de carne, por que não bracciola? O único senão é que deveria ter feito a bracciola na panela de pressão, para ficar mais macia.
Para o aligot, usei a mesma quantidade de purê de batata para os dois queijos ralados somados (usei gruyère e mussarela). Para preparar o purê, usei batata-doce, manteiga, leite e sal a gosto.

Creme de castanha-do-pará

Fiz, com base numa receita do Ovos Quebrados,
como se fosse um brigadeiro (usei duas gemas, 1 lata de leite condensado, 80g de castanha moída no processador, 100mL de creme de leite - mais do que a receita pedia).
Calhou que fiz também um bolinho de baunilha bem básico. O creme combinou divinamente com ele!
Também experimentei colocar um pouco da maravilhosa geleia de cupuaçu que Carol me trouxe de Belém. Não preciso nem dizer que ficou perfeito, né?

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Tartine de pera e queijo de cabra com mel

Do livro Le Pain Quotidien. Bom, bom! Só fiquei com preguiça de buscar o raminho de tomilho...

segunda-feira, 31 de agosto de 2015

A placidez engordativa da mousse de doce de leite

Receita da Dedo de Moça. Boa, mas ainda um tanto doce. Talvez valha a pena aumentar a proporção de creme de leite e/ou acrescentar claras em neve.

sábado, 29 de agosto de 2015

Tajine de novo

Mesma receita da Heloisa Bacellar. Mas hoje ficou mais bonitinho.

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

A casinha pequenina

... onde cabem tantos projetos e quereres;
... cujas janelas dão para o mar e o infinito;
... cercada de verde;
... cheia de amor.

terça-feira, 18 de agosto de 2015

Torta de maçã rapidíssima

Massa feita com biscoito maisena e manteiga (usei quase 1 pacote de biscoito para cerca de 100g de manteiga derretida). O recheio foram duas maçãs descascadas e picadas - primeiro, ficaram marinando no suco de 1 limão siciliano, com 1 colher de sopa de açúcar cristal. Depois de meia hora, foram coadas e misturadas a canela, cravo em pó, noz-moscada, sal, pimenta-do-reino (tudo meio a gosto) e 1 colher de sopa de farinha de trigo.
Coloquei na forma de aro removível sobre a massa já espalhada e levei ao forno (cerca de 180 graus) por 20 minutos.
A única questã aqui é o tempo de forno: se deixar demais, é possível queimar a massa; se deixar de menos, ela vai ficar mais quebradiça.

domingo, 16 de agosto de 2015

Frugalidade dominical - tomates recheados

Continuo tentando mudar a cor dos meus pratos - menos amarelo, por favor! E hoje quis testar uma refeição mais frugal, com outras cores.
Gosto muito das receitas da Fabiana do Figos e Funghis. Ela deu essa dica dos tomates recheados com brócolis e queijo branco. Eu não tinha queijo branco, então misturei o brócolis com requeijão light e um pouco de parmesão ralado. Fiz o mesmo acompanhamento que ela sugere, de cogumelos - misturei os funghi secchi que tinha aqui. Ficam uma delícia com azeite e shoyu.
(Claro que, como demorei a começar o preparo, ao final estava com uma fome monstruosa - até limpei o prato com uma fatia do meu pão de cardamomo e mel.)

sábado, 15 de agosto de 2015

Ratatouille que vira pizza

Já tinha feito pizza em casa uma vez, mas não gostei do resultado (acho que foi a receita do Sebess).
Encontrei a receita do Panelaterapia, e me pareceu boa, além de fácil de fazer.
Fiz um disco pequeno, mezzo mozarella, mezzo ratatouille. No meu caso, ela ficou no forno de 15 a 20 minutos. E ficou muito, muito boa!

Kabuki e o pertencimento

Apesar da minha parcial japonesidad, nunca tinha assistido a uma apresentação de teatro japonês típico, Nô ou Kabuki. Minhas referências eram fotográficas ou musicais (Caetano falando de "kabuki, máscara" ou Gil citando o "teatro Nô, japonês").
Entonces, saindo da aula de fotografia, vi um cartaz com a programação de uma companhia japonesa de kabuki. E alguns dias depois lá estava eu, conferindo ao vivo o que os ancestrais fazem há quatro séculos.
No início, tive medo de que o público fosse desrespeitoso com uma cultura tão diversa como a japonesa, por mais que ela esteja popularizada na comida, nos animes, no karaokê. Algumas pessoas cochichavam, outras tossiam e uma meia dúzia saiu do teatro ainda na primeira parte da apresentação.
Quando anunciaram o intervalo, senti alívio, pois imaginei que era a oportunidade dos descontentes de saírem dali. Mas, para minha surpresa, a esmagadora maioria do público ali ficou, sem nem se levantar para o intervalo.
Havia, sim, trechos falados/cantados em japonês, que lembravam um pouco aquelas novelas japonesas transmitidas por algum canal nacional. Mas os gestos e a dança, valorizados pela luz e alguns efeitos simples e incríveis (como a teia de aranha feita de mil fios lançada pelo vilão), eram delicados, precisos, lindos. Fujima Kanjuro, despido de máscara e roupas extravagantes, envergando apenas kimono, elegantes calças hakama e meias, transformava a realidade ao redor com movimentos que pareciam mínimos, mas eram plenos de gestos e significados. Houve um momento em que me lembrei do flamenco, pelo girar das mãos, pela batida (muito mais contida, é verdade) dos pés no chão. Creio que, principalmente, pela intencionalidade.
De novo, de algum modo e emocionada, entendi tudo. Algo lá dentro dizia que aquilo pertencia a mim, que eu pertencia também àquela beleza.

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Très rustique - Ratatouille, une fois de plus

Estava a fim de fazer ratatouille. Não encontrei a receita do Olivier no site - até devo ter impressa, mas resolvi buscar alguma outra.
Achei uma no Dedo de Moça com a cara do ratatouille do desenho homônimo. Preparo bem diferente do que já havia feito. Tostar berinjela e abobrinha separadamente (nesse momento, adicionei sal e pimenta-do-reino), depois refogar cebola, alho e tomate. Então, sobre o refogado e um punhado de salsinha picada, montar fatias de berinjela, abobrinha e dois tipos de pimentão. Regar com azeite - eu salpiquei ainda ervas de Provence.
Ficou muito gostoso, além de lindamente colorido. Aprovei.

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Like a gingerbread

Sem palavras quando bate o cansaço, só mesmo o Gingerbread pra me representar.

Brownie e sorvete de caju

A combinação é clássica, brownie e sorvete. Não sei se está démodé - eu mesma enjoo de vez em quando, porque acho o brownie tradicional muito, muito doce.
Por isso, reduzi a quantidade de açúcar e coloquei só chocolate meio amargo na receita do Prato Fundo.
A ideia era fazer o brownie só para ver se combinava com o sorvete de caju - desta vez, fiz sem os pedacinhos de doce, e experimentei com leite condensado sem lactose (mais escuro e doce que o tradicional, parece um leite condensado mais "curado").
Os dois combinaram lindamente. A cremosidade e refrescância do sorvete de caju compensaram a densidade do brownie.
E percebi que o ideal seria deixar menos tempo no forno (pelo menos uns 5 minutos a menos) - eu já havia reduzido para 25 porque fiz metade da receita. Mas é importante lembrar da potência do forno, para que o brownie mantenha sua umidade.

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Escondidinho de frango e batata-doce

O que fazer com o frango que não fosse assá-lo ou prepará-lo ao curry ou com karê?
Busquei uma receita de escondidinho de frango e logo achei uma ótima, do Dedo de Moça. Mas fiz uma ligeira adaptação, além de mudanças nas quantidades (reduzi algumas coisas pela metade, mas outras foram mantidas, como a cebola, o alho, a manteiga, o curry, as batatas, o requeijão), substituindo a batata por batata-doce. Ficou incrível.

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Pesto de castanha de caju


Hoje, na correria editorial, percebi que já era hora do almoço e não tinha descongelado nem frango, nem carne, e que demoraria muito para assar alguns legumes. E então me lembrei que tinha manjericão, salsinha e um punhadico de castanhas de caju.
Qualquer oleaginosa substitui os caríssimos pinoli (plural de pinolo) no preparo do pesto (quase uma aliteração aqui), isto é fato. Mas não sabia que a castanha de caju ficava tão deliciosa, tão melhor que as nozes.
Usei dois dentes de alho (o pesto ficou nervosíssimo, uma delícia), bastante azeite, o punhadico de castanhas, uma colher de sopa de cream-cheese e, por fim, cerca de 1 xícara e meia de folhas de salsinha e de manjericão (em menor proporção), nessa ordem.

domingo, 9 de agosto de 2015

Sempre o curry

Já fiz essa receita do Panelinha uma meia dúzia de vezes, mas nunca tinha ficado tão boa quanto hoje. O frango e a maçã praticamente desmanchavam na boca. O curry estava verdadeiramente hot, o tempero, uma delícia.
Acho que tudo simplesmente porque deixei a mistura reduzindo um pouco, o que curtiu o curry e fez o frango e a maçã cozinharem mais. Despretensiosamente perfeito.

Dia do Avôhai

Ele me criou. Bonachão, inteligente, bonito, bravo, carinhoso, justo na maioria das vezes. Dele provavelmente herdei o gosto pelas palavras, pelas longas conversas, além de um quê de mestre de cerimônias, o prazer de ter uma mesa cheia de convidados.
Foi a pessoa que mais apostou em mim, enquanto juntos vivemos. Orgulhava-se de cada pequena conquista, se emocionava ao me ouvir recitar versos para ele. Já muito doente, não coube em si de alegria ao me ver vestida para a formatura do ginásio.
Mesmo quando ele não estava perto, sempre foi um pai/avô presente. Brigamos algumas vezes, quando eu já era adolescente. Doeu muito quando o vi uma vez caído na rua. Ele foi sendo derrotado pela bebida, por uma conjunção de diabetes e cirrose hepática.
Morreu em casa, diante de mim. Ouvi seu último suspiro. Não acreditei quando percebi que ele não abriria mais os olhos.
Muito longe da perfeição - havia sido mulherengo, no final da vida deu para beber, não deixou nenhuma herança material -, meu avô, porém, foi o melhor que pôde ser para mim. Sempre acreditou, sempre investiu, sempre defendeu, sempre vibrou. Amou, acima de tudo, com toda sua imperfeição e sinceramente.
Eu não poderia ter tido um pai melhor, seu Antonio. Mesmo tanto tempo depois da sua partida, meu coração se enche de amor e saudade ao lembrar de ti.

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Bolo de chocolate em nova forma e gato ao fundo

Estreando a forma fofa by Ikea que ganhei de dona Jacira - ah, o bolo fica tão mais lindo!
E lá estava ele, o Gatatouille ao fundo, de orelhas eriçadas diante da novidade.

Conhece-te, ou te devoro

No fundo, todos temos uma Esfinge dentro de nós.
Desta vez, ela deu as caras para Alice, do outro lado do espelho.
Quando não a deciframos, podemos ser devorados pelo nosso próprio enigma. Não pelo outro, por nós mesmos. Ali no fundo reside o animal devorador de cada um.

Cabeceira

  • "Arte moderna", de Giulio Carlo Argan
  • "Geografia da fome", de Josué de Castro
  • "A metamorfose", de Franz Kafka
  • "Cem anos de solidão", de Gabriel García Márquez
  • "Orfeu extático na metrópole", de Nicolau Sevcenko
  • "Fica comigo esta noite", de Inês Pedrosa
  • "Felicidade clandestina", de Clarice Lispector
  • "O estrangeiro", de Albert Camus
  • "Campo geral", de João Guimarães Rosa
  • "Por quem os sinos dobram", de Ernest Hemingway
  • "Sagarana", de João Guimarães Rosa
  • "A paixão segundo G.H.", de Clarice Lispector
  • "A outra volta do parafuso", de Henry James
  • "O processo", de Franz Kafka
  • "Esperando Godot", de Samuel Beckett
  • "A sagração da primavera", de Alejo Carpentier
  • "Amphytrion", de Ignácio Padilla

Arquivo do blog