terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

Lasanha nervosa de berinjela

Sem molho à bolonhesa, só berinjela, molho de tomate e queijo mussarela. Só isso. Borbulhante e nervosa, uma delícia.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

Quiche perfeita de alho-poró e ementhal e chocolate fudge com cranberries e avelãs

Como sexta-feira normalmente é o dia de nosso jantar especial, esta semana comprei queijo ementhal  em Salvador para fazer uma quiche. Logo pensei em usar alho-poró, e, surpresa das surpresas, encontrei o dito no supermercado local. A receita foi uma adaptação da receita da Rita Lobo para quiche de alho-poró. 
Também tinha visto uma receita da Dani Noce de chocolate fudge, com cranberries e avelãs. Resolvi aproveitar que tinha tudo, inclusive gotas de Callebaut meio amargo. 
Mas, porém, entretanto, como já havia pensado em fazer um sorvete e o bowl estava no freezer, a sobremesa acabou se convertendo nessa maravilha que é chocolate fudge com uma bola de sorvete de baunilha. 
A quiche, devo dizer, foi a melhor que fiz até hoje (o marido chegou a dizer que nunca pensou comer algo assim em casa). Como tive medo de a mistura vazar, coloquei menos queijo ralado, deixando para polvilhar o restante sobre a torta quando a tirasse do forno - assim, o queijo derreteria imediatamente com o calor. Para a massa, usei 1 xícara (chá) de farinha, 75 g de manteiga gelada em cubos, 2 colheres (sopa) de água gelada e 1 colher (chá) de sal. Para o recheio, 1 alho-poró cortado em rodelas e refogado em azeite com pimenta-do-reino e sal, 2 ovos batidos, 200 mL de creme de leite, sal e noz-moscada. Acrescentei a isso cerca de meia xícara (chá) de queijo ementhal ralado, e depois mais algumas pitadas quando saiu do forno, após dourar (cerca de 30 minutos a 180 graus). O maior trabalho da quiche, que tem uma massa muito fácil de fazer, são os tempos de descanso (pelo menos 1 hora), refrigeração da massa (10 minutos de geladeira), 20 minutos pré-assando. Mas vale muito a pena cada minuto para ter uma torta levíssima e deliciosa. 

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

O elogio da criatividade desorganizada contra a ordem nipônica de Marie Kondo

Tenho lido muitos textos atuais que tratam da desorganização como uma das características das pessoas criativas. Normalmente, eles defendem ser desorganizado como algo romântico, sem, portanto, embasamento científico, e até o associam a uma inteligência superior (já vi textos que afirmam que pessoas que reclamam muito e são bagunceiras são ainda mais inteligentes e criativas). 
Bom, até aí... que sorte a dessas pessoas! Eu, particularmente, não me incomodo com esse tipo de diferença desde que não precise aguentar reclamação o dia inteiro e bagunça sistêmica o tempo todo. Cada um é como é, e tudo bem, se isso não atrapalhar o convívio e a própria vida da pessoa bagunceira. Quando bagunça é algo incapacitante, impedindo alguém de conviver, trabalhar, ser saudável, sim, é um problema a considerar. 
Não sou a pessoa mais arrumadinha do mundo. Deixo muita coisa em cima da mesa, à espera de decisões. Quando arrumo, porém, estabeleço uma organização coerente, que me permite saber sempre onde está cada coisa. Não costumo esconder a bagunça em gavetas. Gosto de ter as coisas à vista, para não me esquecer de usá-las. Se me esqueço ou não uso, é porque não preciso delas. Desapego fácil de muita coisa - exceção maior feita aos livros e utensílios de cozinha e arte, claro. 
Na verdade, gosto de organizar. Como faço muita coisa ao mesmo tempo, gosto de saber que economizo tempo com a organização, sem precisar quebrar a cabeça procurando cada coisa. Uma das etapas que mais gosto quando cozinho é montar o mise-en-place, por exemplo. Por esse apreço pela organização é que me interessei pelo programa da Marie Kondo no Netflix.
Tinha já visto algo no Pinterest, algum esquema de arrumação doméstica criado por ela. Assisti Ordem na casa ao mesmo tempo que milhares de pessoas pelo mundo, ao que indicam os muitos artigos falando a respeito do programa, alguns bem, outros muito mal. Os que o criticavam falavam em nome da liberdade de ser bagunceiro-criativo, mas logo se percebia sob a crítica o repúdio a uma figura feminina, ainda por cima oriental (de outro mundo!), que vinha ensinar aos machos cis ocidentais a organizar suas vidas. Chamavam Kondo de arrogante pra baixo, "quem ela pensa que é" etc. etc. Eu fiquei bastante espantada - por que não ignorar simplesmente as lições dela e continuar abraçadinho com sua bagunça? Por que a preocupação com a crítica dos outros? Tinha caroço nesse angu, ou alguma sujeira debaixo do tapete. 
Tamanho foi o impacto das diatribes que logo surgiram os defensores do método KonMari. Li um texto ótimo no El País, falando sobre essas críticas, e também sobre as questões culturais por trás delas e do próprio método. O fato de Marie Kondo agradecer aos objetos antes de descartá-los,  reconhecer o que traz alegria, acordar os livros ou apresentar-se às casas que visita indica uma matriz xintoísta clara, um forte traço da cultura nipônica. Até mesmo a forma de rir e cumprimentar, que meu marido acha engraçada, me parece muito típica dos japoneses - não me causa nenhum estranhamento, porque sempre convivi com isso, na família ou no colégio. Essa cultura é o que muitos críticos têm combatido, e não o método lançado pela japonesa. 
Espanto deixado de lado, fui fazer meu 5S (método japonês também, gomenasai) com as dicas de Marie Kondo. Fica parecendo tudo óbvio quando se começa, mas quase tudo na vida é assim mesmo - é preciso que alguém abra o caminho para descobrirmos que aquilo sempre esteve ali. Algumas caixas, organizadores, o jeito certo de dobrar, arrumar deixando tudo à vista (lembram? do jeito que eu gosto), descartes necessários, e voilà, o espaço duplica, as roupas e objetos respiram, o ambiente todo respira. Todos respiramos. 

terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

Uma viagem e sua bagagem de memórias

Pela primeira vez desde que saí de São Paulo não voltei lá como sacoleira. As passagens de avião já caras ficaram extorsivas com o preço pago pela bagagem, e não compensa nada despachar compras. Ficou mais vantajoso comprar no site das lojas da zona cerealista e pedir para entregar aqui. 
Desta vez, num bate-volta, fui só pra ver minha mãe, que andava meio borocoxô. Fiquei muito feliz de encontrá-la animada com o início das aulas de ioga no sindicato, onde encontra gente "da sua época", com muitas histórias em comum. 
Ela tinha preparado um álbum com fotos minhas em vários momentos da vida. Também me mostrou um álbum em que apareço bebê com meus irmãos - desse álbum, tirei fotos das fotos com celular, pois não teria coragem de privar minha mãe dessas imagens tão longínquas.  
Teve mais memória na nossa ida à feira de domingo, na rua da adolescência cheia de lojinhas criadas nas garagens dos prédios, no encontro com antigos vizinhos. Mas também teve memória nova na comida que fiz para ela, no pão de queijo gigante, no Red Velvet com recheio cuatro leches, nas lojas japonesas, no arigato gozaimasu que o vendedor dirigiu a ela sem obter resposta (muito paraguaia mesmo essa japa).  
Depois, já sem a companhia de mainha, mais memória no cannole de limão siciliano, nas manifestações pela cidade que não dorme, no sorvete do Bahia em plena Paulista, na mensagem de Cecília Meirelles em um café. O encontro com amigas e com uma nova vida, o lindo Antonio. 
Sem peso a carregar, só memórias, novas e renovadas. Uma bela bagagem. 
 

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

Brioche de batata-doce

Ando fazendo várias experimentações de padaria mais saudável. Um ingrediente que acho a cara desse tipo de padaria é a batata-doce. Outro dia, fiz uma receita do VP, que levava suco de maçã e açúcar mascavo - só troquei o fermento químico por fermento biológico seco, para evitar o efeito "bolo" e poder fazer uma esponja. No entanto, o pão levava ovo, o que acaba me lembrando bolo do mesmo jeito - embora tenha ficado bem gostoso.
Uma receita que já fiz algumas vezes, de pão de aipim que substituo por batata-doce, e que costuma resultar num pão fofinho,  deu errado na última vez. Embatumou completamente, imprestável. 
Hoje cismei que o brioche poderia levar batata-doce, e encontrei uma receita da Rita Lobo. Em termos de sabor, me lembrou muito o pão delícia, além de ser leve e fofo. Só preciso usar uma forma maior, para os pães terem mais espaço para crescer e para dourar melhor. O forno também pode ser mais brando, para não formar casca no fundo. 

sábado, 9 de fevereiro de 2019

Cheesecake de Nutella com praliné de pistache

Ainda não tinha feito praliné, essa farofa de castanhas caramelizadas. Na verdade, nem a fase anterior, da castanha caramelizada, uma espécie de pé de moleque. 
Aconteceu de irmos ao aniversário da querida Daniele, e não podermos ficar até tarde - quando dissemos que íamos embora, ela avisou que ia ter cheesecake de Nutella. O marido até suspirou, queria muito um pedaço de bolo. 
Viemos embora, e decidi que ia fazer um cheesecake de Nutella. Achei uma receita rápida da Helena Gasparetto, que acho sempre muito confiável - base de biscoito e manteiga, recheio de Nutella e creamcheese, sem precisar assar em banho-maria. Ela cobriu a sobremesa com praliné - eu gostei da ideia, mas depois encontrei uma receita bem simples, com a sugestão de despejar o caramelo no silicone, e não necessariamente numa pedra (como sugere a Helena), e sim, isso fez a diferença na hora de escolher qual receita seguir. 
Deixei o praliné à parte, porque imaginei que o marido não ia querer essa "invencionice" (mesmo o cheesecake ficando uma delícia, ele jura que fazê-la do modo tradicional, toda branca, e cobrir com Nutella só pode ser infinitamente melhor). 
Só posso dizer que ficou tudo uma delícia, uma das sobremesas mais gostosas e leves que já fiz, inclusive pela escolha do biscoito cream cracker integral para montar a base, o que garantiu uma doçura mais discreta ao cheesecake. 

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019

A necessária mudança de perspectiva

Amo o pilates, desde a primeira aula que fiz, lá no Pilates Studio da Inelia Garcia. Se a ioga é perfeita para aprendermos a respirar e a olhar para dentro, o pilates nos realinha, nos coloca em contato com partes ocultas do corpo, além de nos oferecer diferentes perspectivas, como quando ficamos de ponta-cabeça.
No atual momento político e econômico que vivemos, essa mudança de perspectiva é mais do que necessária - não para revermos pontos de vista diante da loucura toda que se espalha, mas para arejarmos a mente em busca de soluções de resistência e sobrevivência. Porque haja equilíbrio e flexibilidade para desviar de ações, falas e pensamentos nefastos!

Cabeceira

  • "Arte moderna", de Giulio Carlo Argan
  • "Geografia da fome", de Josué de Castro
  • "A metamorfose", de Franz Kafka
  • "Cem anos de solidão", de Gabriel García Márquez
  • "Orfeu extático na metrópole", de Nicolau Sevcenko
  • "Fica comigo esta noite", de Inês Pedrosa
  • "Felicidade clandestina", de Clarice Lispector
  • "O estrangeiro", de Albert Camus
  • "Campo geral", de João Guimarães Rosa
  • "Por quem os sinos dobram", de Ernest Hemingway
  • "Sagarana", de João Guimarães Rosa
  • "A paixão segundo G.H.", de Clarice Lispector
  • "A outra volta do parafuso", de Henry James
  • "O processo", de Franz Kafka
  • "Esperando Godot", de Samuel Beckett
  • "A sagração da primavera", de Alejo Carpentier
  • "Amphytrion", de Ignácio Padilla

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