quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Da série "Milagres cotidianos"

No táxi, ansiosa para chegar logo à segunda agência dos correios antes de seguir para outro compromisso. O taxista para na faixa de pedestre (o que já é um milagre) à espera da travessia da mãe e da filha que acabou de sair do colégio. A mãe faz uma cara cômica de indecisão, enquanto a pequena de 8 ou 9 anos vai puxando a mãe pelo braço e com a mão livre faz para o taxista o gesto "do pedestre" (tipo patientez, patientez!) infinitamente.
Me perco olhando para ela, e acho que já estou sorrindo quando ela me vê. Parece até que diminui os passos antes de chegar à outra calçada; olha bem para meus olhos, sorri também e me faz um gesto de OK/afirmativo/curti. Parece que sabe que preciso continuar acreditando, e ela me ajuda a acreditar.

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Cabeceira

  • "Arte moderna", de Giulio Carlo Argan
  • "Geografia da fome", de Josué de Castro
  • "A metamorfose", de Franz Kafka
  • "Cem anos de solidão", de Gabriel García Márquez
  • "Orfeu extático na metrópole", de Nicolau Sevcenko
  • "Fica comigo esta noite", de Inês Pedrosa
  • "Felicidade clandestina", de Clarice Lispector
  • "O estrangeiro", de Albert Camus
  • "Campo geral", de João Guimarães Rosa
  • "Por quem os sinos dobram", de Ernest Hemingway
  • "Sagarana", de João Guimarães Rosa
  • "A paixão segundo G.H.", de Clarice Lispector
  • "A outra volta do parafuso", de Henry James
  • "O processo", de Franz Kafka
  • "Esperando Godot", de Samuel Beckett
  • "A sagração da primavera", de Alejo Carpentier
  • "Amphytrion", de Ignácio Padilla

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