terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

Novos padrões de consumo

O que a pantys e uma luminária artesanal podem ter em comum? 
Além da lindeza, da perfeição na entrega e na confecção dos produtos, o fato de serem produtos que pensam o consumo de forma mais responsável - a pantys evita o descarte insano de absorventes pelo país; as luminárias do Fiu, que vem lá da Ilha da Maré, em Salvador, fazer a entrega cá no litoral norte de ônibus, são feitas de palha de coqueiro, aproveitamento de um descarte naturalíssimo. 
Conheci as luminárias do Fiu, que é de uma simpatia simples e querida, indo buscar pizzas em Açu da Torre. Lá, na minha pizzaria favorita, me deram o contato do rapaz que fazia todas as luminárias lindas do local. Entrei em contato com ele, que me enviou um monte de fotos para escolher e foi muito atento e rápido nas respostas por WhatsApp. Nem quis que eu depositasse a grana antes, disse que confiaria em mim, que poderia pagar na entrega. Coisas lindas de interior. 
Quanto à pantys, acabou sendo minha solução depois que o coletor menstrual não rolou. As peças são lindas, confortáveis, chegaram logo e vieram nessas embalagens fofíssimas, ainda com um saquinho para lavagem ou para guardar. 
Embora eu já viesse tentando comprar do pequeno ou do ecológico sempre que possível (móveis com os meninos do Gato Maloko e o mel maravilha do Capão diretamente com o presidente da cooperativa, Pedro), agora, com a pandemia, os pequenos negócios de todo tipo têm ficado mais evidentes. A Rede Dotsy, de São Paulo, criada pela Kuki Bailly, já fazia, bem antes da Covid-19, a promoção de vários profissionais locais com sucesso. Eu nunca comprei nada porque estava fora de SP. Agora há a ECDE, Esquerda Compra da Esquerda, uma iniciativa da simpaticíssima Érica Caminha (olha a mulherada aí, sempre) para promover, num momento de extrema dificuldade financeira para todos, a circulação econômica entre aqueles que se identificam com princípios éticos como ecologia, solidariedade, respeito às diversidades. Tem gente do Brasil todo e de alguns outros países e engloba artesãos, artistas plásticos, escritores, professores, trabalhadores domésticos, mecânicos, faz-tudo, médicos, dentistas, psicólogos, tudo o que se imaginar. Mesmo de outros estados, já fico de olho em várias utilidades e bonitezas - até porque mais que nunca tenho comprado pela internet e tudo chega por correio mesmo. 
Além de apoiar os pequenos e os locais (nas compras de supermercado, tenho preferido as empresas nacionais), evito o mais que posso comprar de quem está alinhado com ideias fascistas e seus propagadores. Nunca mais pisei na Centauro, por exemplo. Mal entro na Riachuelo e agora tenho minhas ressalvas com a Mundo Verde. Nunca fui ao Madero, e sei que não irei nunca. 
Também no consumo, princípios são fundamentais.

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Cabeceira

  • "Arte moderna", de Giulio Carlo Argan
  • "Geografia da fome", de Josué de Castro
  • "A metamorfose", de Franz Kafka
  • "Cem anos de solidão", de Gabriel García Márquez
  • "Orfeu extático na metrópole", de Nicolau Sevcenko
  • "Fica comigo esta noite", de Inês Pedrosa
  • "Felicidade clandestina", de Clarice Lispector
  • "O estrangeiro", de Albert Camus
  • "Campo geral", de João Guimarães Rosa
  • "Por quem os sinos dobram", de Ernest Hemingway
  • "Sagarana", de João Guimarães Rosa
  • "A paixão segundo G.H.", de Clarice Lispector
  • "A outra volta do parafuso", de Henry James
  • "O processo", de Franz Kafka
  • "Esperando Godot", de Samuel Beckett
  • "A sagração da primavera", de Alejo Carpentier
  • "Amphytrion", de Ignácio Padilla

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