domingo, 20 de julho de 2025

Juliana e o direito de ir e vir a salvo

Fiquei tão consternada com a história de Juliana Marins, que morreu depois de cair em uma cratera na Indonésia que demorei a comentar qualquer coisa. Há muitas camadas nessa história - insegurança causada por turismo predatório (não da parte de Juliana, claro), insegurança das mulheres ao viajar, o tratamento dado ao acidente em se tratando de uma mulher latina e negra. A segunda autópsia, feita no Brasil a pedido da família de Juliana, mostra que ela morreu cerca de 32 horas depois da queda, na verdade, em uma segunda queda, escorregando pela cratera. Ela ficou mais de quatro dias ali. Morta havia mais de dois dias. Poderia estar viva se as medidas tomadas fossem as corretas. Claro que há muitos senões a ponderar. Mas o final da história de uma moça tão jovem, que sonhava em viajar o mundo com autonomia e segurança, foi terrível. 
Gostaria de ainda ver um mundo em que todas as Julianas possam ir aonde quiserem, sem medo de não voltarem para casa.  

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Cabeceira

  • "Arte moderna", de Giulio Carlo Argan
  • "Geografia da fome", de Josué de Castro
  • "A metamorfose", de Franz Kafka
  • "Cem anos de solidão", de Gabriel García Márquez
  • "Orfeu extático na metrópole", de Nicolau Sevcenko
  • "Fica comigo esta noite", de Inês Pedrosa
  • "Felicidade clandestina", de Clarice Lispector
  • "O estrangeiro", de Albert Camus
  • "Campo geral", de João Guimarães Rosa
  • "Por quem os sinos dobram", de Ernest Hemingway
  • "Sagarana", de João Guimarães Rosa
  • "A paixão segundo G.H.", de Clarice Lispector
  • "A outra volta do parafuso", de Henry James
  • "O processo", de Franz Kafka
  • "Esperando Godot", de Samuel Beckett
  • "A sagração da primavera", de Alejo Carpentier
  • "Amphytrion", de Ignácio Padilla

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