segunda-feira, 17 de março de 2014

A cura pela beleza

Tenho pensado muito na importância da beleza para a vida humana. Em como produzir beleza ajuda a nos distinguir dos ditos animais irracionais. Pelo menos, é nisso que acredito.
A beleza nos humaniza, nos cura do empedernimento imposto pelo dia a dia de mesquinhez, desigualdade, violência e intolerância. Pessoas sensíveis à beleza se emocionam diante do prodígio de outro ser humano. Criar parece um verbo intrinsecamente ligado ao que é belo. Quando algo sai de nossas próprias mãos - texto, pão, bordado, um arranjo de flores, temperos que plantamos -, como não ficar extático diante da criatura, daquilo que nasce, da sua beleza intrínseca? Imagino como devem ficar pais e mães diante da criaturinha autônoma que sai falando e andando em tão pouco tempo. Quanta beleza!
Aí, outro dia, dei de cara com esse vídeo sobre um grupo de crianças e adolescentes paraguaios, a Orquestra Landfill Harmonic, que cria e toca instrumentos feitos de sucata. O maior de todos os prodígios, quase divino, de criar beleza a partir do lixo, do que não é mais, daquilo que ninguém mais vê. Quase amor.

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Cabeceira

  • "Arte moderna", de Giulio Carlo Argan
  • "Geografia da fome", de Josué de Castro
  • "A metamorfose", de Franz Kafka
  • "Cem anos de solidão", de Gabriel García Márquez
  • "Orfeu extático na metrópole", de Nicolau Sevcenko
  • "Fica comigo esta noite", de Inês Pedrosa
  • "Felicidade clandestina", de Clarice Lispector
  • "O estrangeiro", de Albert Camus
  • "Campo geral", de João Guimarães Rosa
  • "Por quem os sinos dobram", de Ernest Hemingway
  • "Sagarana", de João Guimarães Rosa
  • "A paixão segundo G.H.", de Clarice Lispector
  • "A outra volta do parafuso", de Henry James
  • "O processo", de Franz Kafka
  • "Esperando Godot", de Samuel Beckett
  • "A sagração da primavera", de Alejo Carpentier
  • "Amphytrion", de Ignácio Padilla

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