O labirinto do fauno (2006) é um dos melhores filmes de todos os tempos - nele acontece o encontro da doce Ofélia com o fauno que habita um labirinto misterioso. O pano de fundo da Guerra Civil Espanhola muitas vezes salta do fundo e se mostra como a verdadeira fonte do terror experimentado pela protagonista. Fotografia, maquiagem, direção, roteiro, tudo é maravilhoso neste filme.

A forma da água, que este ano concorre a 13 Oscars, estreou há menos de um mês no Brasil, já cercado pelas polêmicas de plágio de uma peça teatral dos anos 1960. Fomos ver no dia mesmo da estreia e nos espantamos com o comportamento da plateia, ora apática, ora indignada com a "bizarrice" do filme, um longa de fantasia explícita à la Guillermo del Toro. O que vimos foi um filme belíssimo e comovente, de uma plasticidade líquida e profunda no seu chiaroscuro, com personagens solitárias e amorosas perfeitamente dirigidas. Aliás, esses três filmes têm em comum a solidão e o desajuste, além, é claro, da paixão de Del Toro por figuras monstruosas ou sem rosto e o fato de mulheres serem as protagonistas.
O diretor mexicano consegue transformar, por meio da fantasia, a solidão em encontro. Mas isso o público do cinema no shopping não conseguiu perceber, pois já se amalgamou a este mundo sem magia onde vivemos e (alguns de nós) resistimos.
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