segunda-feira, 13 de fevereiro de 2023

Climatério sem açúcar, com afeto

Comecei a seguir e ler a Sílvia Ruiz, do Ageless, quando ainda não tinha me dado conta da minha situação de mulher de quase 50 anos. Gostei dos textos e matérias, acompanhei um evento do UOL comandado por ela e com presença de outras figuras muito interessantes, como a Maria Cândida, jornalista que também sigo e que também trata das questões femininas pós-45. 
Não só continuei me identificando com os temas femininos e feministas tratados na coluna e no instagram, como aos poucos me vi como a própria mulher recém-chegada ao climatério, esse tema ainda tabu, mas graças à deusa cada vez mais desmontado pelas mulheres contemporâneas. De repente, ou nem tão de repente, um calor noturno de ensopar a cama recém-comprada. Uma insônia batendo em quem nunca teve problemas para dormir. Desconfio que minha quase depressão de alguns anos talvez já fosse um sinal dessa etapa a que ninguém escapa, com mais ou menos sintomas. E as securas de todo tipo? Ah!
Então, há pouco, a Sílvia resolveu lançar um minicurso, uma jornada, como ela diz, da SuperIdade para mulheres 45+. Chamou especialistas de sua confiança para dar dicas sobre alimentação, atividade física, reposição hormonal, vida sexual e criou uma comunidade para discutir esses temas. 
Embora o curso seja realmente bem breve, curti as dicas todas, e resolvi abraçar o desafio da nutricionista que propõe uma alimentação menos inflamatória (como eu vinha fazendo com minha nutri), o de ficar um mês sem consumir açúcar, trigo, álcool e fritura. O mais difícil para mim, com certeza, é o açúcar, mas, como eu estava desde meados de janeiro, depois de voltar a me pesar, num programa pessoal de "açúcar mínimo", não foi tão difícil assim. Ainda coincidiu com o passeio do Dois de Fevereiro, em que eu teria de levar um doce e uma torta salgada, e assim adaptei minha torta de ricota e espinafre com a farinha de arroz (e ficou maravilhosa) e descobri no site Plantte uns muffins de banana, aveia, peanut butter e chocolate 80%, os novos queridinhos aqui de casa. 
Claro que nada disso ajudaria tanto se não fosse meu esforço em me manter ativa praticamente todo dia. Tenho tentado não ficar tanto sentada ao longo do dia e também fazer algum tipo de atividade física, nem que seja esticar um pouco a caminhada até o supermercado (e como tenho ido dia sim, dia não ao supermercado para economizar, isso já faz parte do cotidiano). Monitoro a ingestão de água para garantir meus 2,3 L diários e comprei chá de amora, enquanto não faço exames para medir os hormônios, para diminuir os calores noturnos. Voltei a tomar ômega 3 e tribulus terrestris para dar uma forcinha ao ânimo. (Se fosse seguir todas as dicas do programa, sairia bem caro - o acesso à boa alimentação e à saúde equilibrada não é nada democrático neste país; envelhecer não é nem bom nem ruim, é natural, mas pode ser bom ou ruim a depender das condições econômicas, físicas e psicológicas de cada um.)
Já vejo mudanças, todo mundo já vê também, mas o caminho é longo, é até o fim da vida, sem retorno. Ladeira abaixo? Não, sempre em frente, sem muito tempo para passados. 

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Cabeceira

  • "Arte moderna", de Giulio Carlo Argan
  • "Geografia da fome", de Josué de Castro
  • "A metamorfose", de Franz Kafka
  • "Cem anos de solidão", de Gabriel García Márquez
  • "Orfeu extático na metrópole", de Nicolau Sevcenko
  • "Fica comigo esta noite", de Inês Pedrosa
  • "Felicidade clandestina", de Clarice Lispector
  • "O estrangeiro", de Albert Camus
  • "Campo geral", de João Guimarães Rosa
  • "Por quem os sinos dobram", de Ernest Hemingway
  • "Sagarana", de João Guimarães Rosa
  • "A paixão segundo G.H.", de Clarice Lispector
  • "A outra volta do parafuso", de Henry James
  • "O processo", de Franz Kafka
  • "Esperando Godot", de Samuel Beckett
  • "A sagração da primavera", de Alejo Carpentier
  • "Amphytrion", de Ignácio Padilla

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