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quinta-feira, 26 de setembro de 2024

Proteína e proteção solar

Que não é fácil envelhecer, todo mundo adivinha, muita gente já sabe. Não ajuda nada pensar "ah, se eu soubesse disso antes, faria diferente". Chego a essa conclusão, da inutilidade desse pensamento, quando me vejo tendo de escolher protetor solar com cor, para bloquear o melasma e outras manchas. Qual é a minha cor? Ainda não cheguei a uma conclusão - um me deixa muito amarela, o outro ainda fica muito claro, o que cobre bem tem pouca proteção solar (porque é uma base, não um protetor). Afora o preço, que sempre é alto.
Não é de uma hora pra outra, claro, que os sinais do tempo se fazem sentir. Mas parece que sim, que tudo chega de uma vez. A sarcopenia se junta às manchas para nos trazer outro tipo de preocupação. A gente emagrece no lugar errado, aquele formato de braço herdado da família paterna se afirma com a perda da firmeza. Qual a resposta que recebo da dermatologista, quando falo da perda geral de colágeno e músculo? Proteína, muita proteína (pelo menos, não tentou empurrar suplementos, embora tenha me deixado parecendo um panda depois de tirar quantas verrugas pôde do meu rosto). 
Daí até me esforço em ser criativa, e não é que sai uma quinoa marroquina? Ficou ótima, e, diz a lenda, é superproteica. 
Os doces, aí é uma longa história, coisa de viciado, um dia de cada vez, nem cabem na mesma postagem.  
 

quarta-feira, 18 de setembro de 2024

Pão voltando à área

Aos poucos, ainda não de levain, provavelmente sourdough em breve. Por ora, sem sova. Mas satisfatório, saudável e gostosim.

domingo, 24 de setembro de 2023

Retomada da cozinha

Principalmente nos últimos dois anos peguei um bode tão grande de cozinhar que, após a mudança, fiquei um mês comendo mal e erraticamente. Cedi a tentações e facilidades do supermercado muitas vezes (biscoitinhos, pãezinhos cheios de conservantes, sorvetes).  
Ter assistido às três aulas gratuitas da Marina Linberger, já disse aqui, me inspirou a criar meus cardápios semanais, o que tem sido de uma ajuda imensa no dia a dia. Uso os domingos para cozinhar de quatro a cinco pratos, que rendem várias porções, às vezes para duas semanas. Ainda preciso reabsorver o consumo de saladas, mas já tenho feito legumes confitados, para começar.
A semana na Chapada Diamantina me ajudou muito a comer melhor, mesmo almoçando sanduíches - no café da manhã e no jantar compensávamos com comida bem variada. Esses dias, porém, às voltas com alguma ansiedade ligada a família e trabalho, houve momentos que até aquecer a comida parecia um custo. Até encontrei um nhoque de batata no supermercado e preparei ao molho de limão para jantar (e deve render mais 2 porções durante a semana).
Mas estou voltando a gostar de cozinhar, aos poucos. Daí saiu de novo bolo de cacau com tâmara (herdada dos lanches no Pati), saiu o inédito crumble de uva (com uva vitória do São Francisco, perfeita), maçã, nozes e aveia da Rita Lobo, bem como o fricassé de frango feito com sobrecoxa, também receita de dona Rita Panelinha. 
Mesmo com dificuldade de abrir mão de sucos e doces, sigo pelo menos no caminho da comida de verdade, com pouquíssimos ultraprocessados (exceção feita à batata palha do fricassé, of course). 

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2023

Climatério sem açúcar, com afeto

Comecei a seguir e ler a Sílvia Ruiz, do Ageless, quando ainda não tinha me dado conta da minha situação de mulher de quase 50 anos. Gostei dos textos e matérias, acompanhei um evento do UOL comandado por ela e com presença de outras figuras muito interessantes, como a Maria Cândida, jornalista que também sigo e que também trata das questões femininas pós-45. 
Não só continuei me identificando com os temas femininos e feministas tratados na coluna e no instagram, como aos poucos me vi como a própria mulher recém-chegada ao climatério, esse tema ainda tabu, mas graças à deusa cada vez mais desmontado pelas mulheres contemporâneas. De repente, ou nem tão de repente, um calor noturno de ensopar a cama recém-comprada. Uma insônia batendo em quem nunca teve problemas para dormir. Desconfio que minha quase depressão de alguns anos talvez já fosse um sinal dessa etapa a que ninguém escapa, com mais ou menos sintomas. E as securas de todo tipo? Ah!
Então, há pouco, a Sílvia resolveu lançar um minicurso, uma jornada, como ela diz, da SuperIdade para mulheres 45+. Chamou especialistas de sua confiança para dar dicas sobre alimentação, atividade física, reposição hormonal, vida sexual e criou uma comunidade para discutir esses temas. 
Embora o curso seja realmente bem breve, curti as dicas todas, e resolvi abraçar o desafio da nutricionista que propõe uma alimentação menos inflamatória (como eu vinha fazendo com minha nutri), o de ficar um mês sem consumir açúcar, trigo, álcool e fritura. O mais difícil para mim, com certeza, é o açúcar, mas, como eu estava desde meados de janeiro, depois de voltar a me pesar, num programa pessoal de "açúcar mínimo", não foi tão difícil assim. Ainda coincidiu com o passeio do Dois de Fevereiro, em que eu teria de levar um doce e uma torta salgada, e assim adaptei minha torta de ricota e espinafre com a farinha de arroz (e ficou maravilhosa) e descobri no site Plantte uns muffins de banana, aveia, peanut butter e chocolate 80%, os novos queridinhos aqui de casa. 
Claro que nada disso ajudaria tanto se não fosse meu esforço em me manter ativa praticamente todo dia. Tenho tentado não ficar tanto sentada ao longo do dia e também fazer algum tipo de atividade física, nem que seja esticar um pouco a caminhada até o supermercado (e como tenho ido dia sim, dia não ao supermercado para economizar, isso já faz parte do cotidiano). Monitoro a ingestão de água para garantir meus 2,3 L diários e comprei chá de amora, enquanto não faço exames para medir os hormônios, para diminuir os calores noturnos. Voltei a tomar ômega 3 e tribulus terrestris para dar uma forcinha ao ânimo. (Se fosse seguir todas as dicas do programa, sairia bem caro - o acesso à boa alimentação e à saúde equilibrada não é nada democrático neste país; envelhecer não é nem bom nem ruim, é natural, mas pode ser bom ou ruim a depender das condições econômicas, físicas e psicológicas de cada um.)
Já vejo mudanças, todo mundo já vê também, mas o caminho é longo, é até o fim da vida, sem retorno. Ladeira abaixo? Não, sempre em frente, sem muito tempo para passados. 

terça-feira, 21 de junho de 2022

Tempo de olhar o que se tem

A gente tem que parar sempre por uns momentos no dia a dia para perceber que tipo de vida tem levado. Embora eu ainda não tenha conseguido retomar a prática da horta, ainda esperando um contato técnico para saber onde e o que plantar, sigo procurando não desperdiçar comida e doando roupas e sapatos que não uso mais (até porque meu tendão de aquiles é gostar de uma roupinha diferente). Em se tratando de comida, claro, nosso consumo é 90% de comida de verdade, inclusive com preparo de alimentos como creme de avelã e, recentemente, requeijão caseiro, que leva apenas leite, limão, manteiga e sal. 
Isso de processar alimentos para transformar em comida me fascina sempre. Gosto de saber como as coisas eram feitas antes de haver tanta tecnologia; aprendo a fazer "como antigamente" para depois partir para algo mais prático. Assim foi com sorvete, creme de avelã, geleias de frutas, mascarpone caseiro, biscoito champagne, leite condensado, doce de leite, caramelo, leite de coco, pesto, tomate confitado - alimentos que muitas vezes são base para outras receitas -, mas também com comidas mais elaboradas, como boeuf bourguignon e o prato etrusco que fiz há alguns anos. Pão, então, nem se fala, é pura magia da transformação - e consegui, enfim, fazer um bom pão de milho, receita do site Meu Pão Caseiro, de uma antiga aluna da Levain. 
Além dos alimentos, tem a questão do descarte, de plástico sobretudo. Tem a questão das roupas e sapatos que ficam - como mantê-los para não precisar descartar. Para o primeiro caso, encontrei uma opção para o plástico filme que embalava alimentos: paninhos impermeabilizados com cera de abelha, da Ophelia Eco, lá da ECDE, claro. Não são baratos, mas a promessa é de que durem cerca de um ano. No caso das roupas e sapatos, faço manutenções regulares, levando a costureira, costurando eu mesma, limpando sapatos, hidratando couro. E agora descobri um remendo mágico para couro, uma espécie de adesivo vinílico, que usei para cobrir rasgos feitos por Zen na minha jaqueta de couro - ficou quase invisível, muito melhor que fazer um remendo de couro por cima. 
Quando olho pra essas soluções cotidianas, me dou conta de que persiste a coerência nas escolhas para a vida. Ter mais dinheiro para não ter de me preocupar seria bom, mas não faria diferença se eu não soubesse o que de fato importa. 

segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

Desafios do comer bem

Que melhoramos muito nossa alimentação desde que saímos de São Paulo, não há dúvida. Só faltava cortar o excedente - mesmo com comida de verdade, ainda havia muitos "complês": doces, cerveja, petiscos no final de semana...
Calhou de a decisão do marido de reduzir carboidratos vir no momento em que resolvi não tomar o antidepressivo prescrito pela endocrinologista, porque vejo uma diferença clara entre meu prazer em comer e a compulsão alimentar propriamente dita. 
Para mim, o ponto de viragem foi a ida a Lençóis, logo após a consulta médica, quando decidi não tomar sucos nem comer doces e massas e também reduzir o consumo de pão (o que parece loucura, sendo eu padeira). Quando Lu esteve aqui, comi massa duas vezes e tomei um sorvetão; no final de semana seguinte, uma bola de cada sorvete que fiz. E foi isso. Há uma semana aderimos à comida com muitos legumes, salada, proteína e algumas frutas, um carboidratinho extra umas poucas vezes (no meu caso). Às vezes, dá fome, mas não fraqueza, porque nunca comi tantos legumes e verduras na vida. 
Aí vêm os desafios desse novo modo de comer. Um deles é o fato de que cada um é cada um, e é muito comum ouvir de quem conseguiu emagrecer que tudo é questão de querer, de "força de vontade". É mentira, é difícil pra caraleo! O que a gente quer ouvir é "que legal, você já conseguiu tanto! não desista", e não "você está fazendo pouco esforço". Outro desafio é que dá muito trabalho comer bem. Mesmo eu tendo picado muita cenoura, abobrinha, berinjela e beterraba (e economizado com isso pelo menos 20 minutos por dia nos preparos), na metade da semana quase tudo havia acabado, e lá fui eu picar legumes de novo. Houve um momento em que parecia que fazia um mês que tínhamos começado a reeducação alimentar, mas fazia só 3 dias. Por quê? Porque me peguei preparando ALMOÇO E JANTAR TODO DIA, e não só almoço e alguma coisinha todo dia. 
Então desabafei com o marido, que concordou em eu fazer o almoço e ele preparar o jantar, inclusive com os leguminhos picados à disposição, caso queira. 
Tenho feito e descoberto receitas interessantíssimas com menos carboidrato, como a lasanha de berinjela à bolonhesa, o maravilhoso gratin de alho poró com peito de peru, os ovos cozidos com abacate e bacon, uma festa para as papilas. Já senti que desinchei, o jeans 40 está quase lá, aos poucos me sinto menos dependente do açúcar. Mas não venham me dizer que comer bem é moleza. 

quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

Pasta de avelã menos junkie

Eu ia escrever que era menos processada, mas não é bem assim - óleo de coco, cacau em pó e açúcar demerara são processados. Só a avelã se salva.
Mas, porém, contudo, todavia, no entanto esta pasta tem a vantagem de não despertar a fissura louca de acabar com o pote todo de Nutella ou da pasta de avelã feita em casa com receita da Raíza Costa (melhor que a Nutella, ainda por cima).

quarta-feira, 2 de outubro de 2019

Comida reeducada e Projeto Verão Forever


Projeto Verão na verdade é uma coisa pra sempre, né? 
Pois então, acabei encontrando uma nutricionista parceira do estúdio de pilates. Ela faz bioimpedância na consulta e é especialista em nutrição esportiva. Lá fui eu saber/confirmar o tamanho da encrenca.
Não deu outra: gordura no fígado, massa gorda acima do normal. Solução: reduzir porções, aumentar proteína, verduras e gorduras boas, reduzir açúcar e massas, intensificar treinos.
Comecei a seguir as dicas dela, dei uma relaxada, mas vou voltar. Vi que dá para viver sem doces - embora o marido tenha sido acometido por uma fissura dulcícola tão logo comecei o programa de reeducação alimentar. A lição serve pra vida: não é preciso ir na onda do outro, especialmente se for prejudicial para você. Melhor: participo de dois grupos (na verdade, uma dupla e um trio) de amigas que também querem/vão emagrecer.
O bom é que aprendo, com tudo isso, a variar bastante o cardápio, inclusive usando legumes na salada, proteína de soja no quibe, banana e iogurte grego feito em casa na panqueca. Várias dessas experimentações são surpreendentemente boas. 
E o melhor: a pochete começa a reduzir, roupas que pareciam improváveis vão se ajeitando. Fico só querendo mais.

quarta-feira, 21 de agosto de 2019

Primeiro kombucha e aprimoramento de pão italiano

Na pós de Gastronomia e cozinha autoral, o Olivier Anquier contou que, embora pertencesse a uma família de boulangers, teve, no Brasil, de fazer pão dia sim dia não para chegar a um resultado satisfatório e abrir seu próprio negócio. Distribuía os pães entre os vizinhos, familiares, e seguia fazendo mais.
Lembrei-me disso nas últimas semanas, quando fiz um novo levain e também preparei o starter do kombucha. É preciso insistir, persistir, experimentar, adaptar para chegar a um bom resultado.
Depois de encontrar uma boa receita de pão italiano no blog Massa Madre, resolvi fazer alguns testes. O primeiro que fiz, seguindo a receita de fermentação de um dia, cresceu pouco e ficou muito azedo, embora macio e alveolado. Também queimou um pouco, e minha tentativa de assar sobre papel manteiga não foi feliz - ele grudou completamente no papel.
No outro dia, fiz novamente, desta vez com levain de farinha branca, e não integral, como o anterior. Também reduzi bastante o tempo de fermentação - 1 hora para a primeira, 1 hora para a segunda. A massa já se desenvolveu melhor. A pestana abriu direitinho. O pão ficou uma delícia - eu ainda deixaria só mais uma meia horinha fermentando para ter um pouco mais do azedinho do pão italiano.
Com o kombucha foi o contrário - eu diminuiria o tempo de fermentação, de dez dias para sete, para não ficar tão ácido. Aconteceu também de eu não ter uma garrafa que vedasse perfeitamente a bebida, e após a segunda fermentação (que saborizei com pedacinhos de maçã) já não havia gás nenhum. O gosto, porém, ficou bom, só depende mesmo de acertos.
Sigamos, portanto, explorando o fascinante mundo dos microrganismos (do qual, segundo teorias recentes, arrogantemente fazemos parte, como colônias ambulantes de bactérias).

domingo, 11 de agosto de 2019

A lição de vida dos microrganismos

Faz tempo que não faço pães au levain, não só porque dá trabalho manter o fermento anos a fio, mas também por uma preferência local por pães mais macios, mesmo integrais. Assim, acabei perdendo a mão. 
Mas, como sempre gostei dos pães mais casca dura, pretendo retomá-los, inclusive por sua maior saudabilidade (aprendi esse termo na pós da PUC!). Então toca a começar o levain do zero, voltar a sovar com a mão (na ProLine a massa fica muito líquida), ter paciência com as várias horas de fermentação. Já me programo para fazer um curso de fermentação natural em breve, e enquanto isso vou praticando. 
Também resolvi fazer kombucha. O Lucas do Com Ciência Saúde me mandou o scoby e o starter; demorei um pouco a começar, mas na última semana segui o passo a passo para produzir o chá inicial. A ver. 
Nestes tempos de trevas e morte de todo tipo, restam-nos os microrganismos para mostrar que a vida pode brotar de onde não vemos, como quem diz: viva! resista! renasça!

sábado, 13 de julho de 2019

Salada de folhas, abóbora, beterraba e ricota - uma releitura da salada do Spot

Abóbora paulista assada e depois dourada no lugar da batata baroa, ricota no lugar do queijo de cabra, nozes no lugar das (poucas) amêndoas. E um molhinho de mostarda Dijon, mel e azeite para completar.

terça-feira, 28 de agosto de 2018

Peanut butter e homus

Estou mesmo na fase pastas, geleias e conservas. Ontem foi dia de peanut butter e homus, ambos deliciosos. Logo vou fazer caponata, tomate seco, lemon curd, conserva de limão e chutney. Quase tudo ao mesmo tempo, pra desanuviar o cabeção.

segunda-feira, 20 de agosto de 2018

Geleia de morango e pasta de avelã caseiras: saudáveis e mnemônicas

Do livro de Raiza Costa, uma pasta de avelãs com mais avelã que chocolate (e sem óleo de palma/dendê) e uma geleia de morango básica e deliciosa.
A verdadeira prova de qualidade veio no comentário do marido sobre a geleia, que o fez sentir de novo um sabor da infância. Que elogio maior pode haver?

sexta-feira, 22 de junho de 2018

Brasilidades culinárias e orgânicas no dia 5 das férias

Continuo fazendo pratos com os produtos orgânicos da feira da Reforma Agrária. Hoje usei mais do coco ralado fresco, da taioba, da couve e da banana, além de cozinhar também o aipim subsistente. Preparei um frango com pequi e açafrão, farofa de couve e banana, bolinho de arroz e taioba e bolo/pudim/cuscuz de tapioca e coco com calda de caramelo e leite. 
O melhor, sem dúvida, foi o bolinho de taioba: no olho, misturei a taioba já aferventada com arroz branco, um ovo, queijo parmesão, pimenta branca, cerca de meia xícara de farinha de trigo e sal. Fritei em óleo bem quente, e o aspecto foi quase o de um tempurá. Ficou uma delícia, bem crocante e bem temperado.
Antes de optar pela calda de caramelo com leite ensinada pela Rita Lobo, queimei o dedo tentando fazer uma calda de caramelo comum, que, claro, ficou dura como pedra. A que leva leite ficou mais harmonizada com o bolo, ainda que tenha talhado um pouco (quando acrescentei a manteiga, acredito). Esse bolo não vai ao forno, e a receita foi tirada do site da Danielle Noce - lá, porém, ela usa uma calda de leite condensado, que achei que pudesse ser enjoativa, por isso minha opção pelo caramelo. 
Tem batido um enjoo pelos pratos de sempre, por isso também essas experimentações com produtos menos comuns na geladeira. Se ontem, quando passei o dia de pijama, fiz uma clássica salada de batata, maionese, cenoura, ovo e nozes, hoje fugi de vez dos ingredientes ordinários. 

quarta-feira, 20 de junho de 2018

Sobre cães, sopas e cookies - férias parte 2, dia 3

Hoje fomos comprar material para refazer a cerca que separava nosso terreno do dos meus sogros. A feroz briga de Balu e Kong, há umas três semanas, foi decisiva para querermos separar os cães. Foi horrível de ver, os dois se destruindo na nossa frente e nós com muita, muita dificuldade em separá-los. Então, à iminente castração de Kong somou-se a montagem urgente da cerca, para que não aconteça algo ainda pior.
Bueno, isso foi parte do dia 3 das férias. Em outra parte dele, fiz uma minestrone de forma bem lenta, refogando os legumes primeiro, dos mais duros aos mais macios, antes de acrescentar o caldo e o molho de tomate. Usei, além de cebola, cenoura, abobrinha e batata, aipim e fava comprados na feira orgânica. Deve ter sido a melhor sopa que fiz na vida, é sério.
Como acabei tomando para mim essa missão de cozinhar todo dia algo que contenha pelo menos um produto orgânico, resolvi usar o coco ralado fresco e os nibs de cacau em uma receita de cookie, a do Figos e Funghis (os "cookies infalíveis"), acrescentando ainda um pouco de amêndoas picadas, tudo isso substituindo o chocolate da receita. Apesar do percalço do gás acabando às 21h (e o marido teve de ir buscar outro botijão na casa dos meus sogros, enquanto eu colocava a forma com os cookies de volta à geladeira), o resultado foi bem satisfatório. Os cookies ficaram menos doces do que o normal, mas mantiveram a crocância das amêndoas, são macios por dentro e volta e meia surpreendem com o leve amargor do cacau. 

terça-feira, 19 de junho de 2018

Almoço quase orgânico no segundo dia de férias parte 2

A taioba está na moda: caiu nas graças de nutricionistas e chefs. É uma das mais conhecidas PANC, plantas alimentícias não convencionais. Prima da couve (embora com sabor bem mais suave), é rica em diversos nutrientes, como potássio, e uma fonte privilegiada de vitamina A e ferro, sendo indicada, por isso, para o combate aos radicais livres e à anemia. Além de ser linda, é claro, uma espécie de antúrio gigante e lustroso, chiquérrima.
Comprei um maço na feira da Reforma Agrária e logo fui pesquisar o que fazer com ela. Aliás, minha lousa de cardápio se converteu numa lista de ingredientes a usar, quase todos adquiridos na feira. Como também havia quiabo na lista, resolvi fazer frango com quiabo (seguindo uma receita do Troisgros) e uma farofa de taioba com cenoura. Mineirei total.
Duas coisas importantes nos procedimentos do almoço foram aferventar a taioba antes de refogar (dica da produtora que fez a venda, para eliminar a toxicidade da planta) e tostar bem, sem mexer, por cerca de 10 minutos, o quiabo cortado em rodelas (quando se mexe, a baba começa a soltar). Adorei essa manha para o quiabo, porque a baba é a grande responsável por eu não curtir muito os pratos feitos com ele. Desse modo, porém, quase não há baba, e dá para apreciar muito mais o sabor.
Para o caldo de legumes, me lembrei de usar também uma espécie de hortelã grande bem comum por aqui (hortelã-da-bahia ou do norte), e que Guga comprou na feira da Reforma. Achei que podia ser um bom substituto para o salsão que não tinha na geladeira, e parece que funcionou bem, para incrementar o sabor.
A sobremesa também teve produto orgânico, as bananas compradas finalmente a preço de banana - uma penca enorme a 3 reais (o quiabo, então, cerca de meio quilo, custou 1 real, o que o tornou ainda mais atraente). Cortei quatro bananas em rodelas, levei para congelar, e pouco depois de almoçarmos bati as rodelas no liquidificador com morangos congelados (umas duas xícaras) e um tico de açúcar, e pronto, tínhamos um sorvete saudável, sem conservantes e delicioso.

sexta-feira, 15 de junho de 2018

Um passeio pela feira da Reforma Agrária

Amo uma feira, já devo ter dito aqui. Feiras e mercadões, pra ser mais precisa. Quando chego a uma cidade nova, já quero logo conhecer os locais de comércio popular, saber o que a população local consome, o que come, o que compra, o que considera indispensável em sua casa, parte de sua identidade mesmo.
Se a feira ainda for de produtos orgânicos, melhor ainda. Por aqui, ainda não tinha tido notícias de uma, além de nossa feirinha dominical, que é pequena, mas bem boa (com direito a rúcula rascante de tão adstringente).
Entonces, minha amiga Marisa me marcou em uma publicação do MST, de uma feira da Reforma Agrária que aconteceria em Salvador, a versão soteropolitana da tradicional feira do MST do Parque da Água Branca, em São Paulo. Mesmo lá, eu nunca tinha ido a essa feira, que é um verdadeiro evento, mas sempre me interessei ao ver imagens e comentários posteriores. Portanto, saber que a feira aconteceria por estas plagas só podia ser um sinal de que devíamos conhecê-la.
Combinei com o maridón bem antes. Também contatei Liu e Igor, que certamente gostariam de ir (e já tinham se programado para tal). Por sorte, hoje, dia da feira, não choveu, fez um dia lindo. E lá fomos nós, conhecer a produção de todos os cantos da Bahia.
Chegamos com a feira já a todo vapor, gente por toda parte do Largo da Piedade. Tudo meio apertadinho, mas bem organizado em regiões baianas - Norte, Oeste, Baixo Sul, Sul. Em cada banca que passávamos, uma conversa simpática, a postura de orgulho pelo que é feito, a clareza da identidade. E os produtores queriam conversar, estavam sequiosos de dividir seu saber e sua experiência, sem servilismos. Quando houve música militante, todos ali, onde estivessem, cantaram. Emocionante. Descobrimos uma editora que trabalha com temas relevantes para o movimento, Expressão Popular (não por acaso sediada na Rua da Abolição, na Bela Vista, um bairro tipicamente politizado).
E caminhamos no meio de bancas de taioba, cacau, cupuaçu, pimenta de todo tipo, amendoim, milho, mudas de árvores frutíferas, quiabo, mamão, manga, couve, fava, feijão fradinho e de corda, aipim, inhame, nibs e doces à base de cacau, cocada, artefatos de barro e de palha, banana, batata, jaca, xaropes mil, mel, coentro, farinha, azeite de dendê, manteiga de garrafa e tantas coisas que nem registrei. Lindeza reluzente.
No fim, não foi só um passeio pela feira. Foi ver de perto como é possível um projeto de vida solidário e conectado com a natureza, como a união faz mesmo a força na transformação de realidades. Em um cenário tão desolador como o que temos vivido no país - com economia solapada, política entregue aos ratos, saúde e educação em petição de miséria -, é um alento que gente nossa consiga mostrar o resultado de sua esperança, de sua capacidade de continuar acreditando que algo bom pode nascer de nossas mãos. Mas é preciso colocá-las à obra, mergulhá-las na terra, reconectar-se. Nisso reside o milagre.

segunda-feira, 21 de maio de 2018

Sorvete de abacate

Pela minha extensa lista de sorvetes, ainda não havia passado o de abacate. Mas, com nossa supersafra, surgiu a oportunidade.
Bati um abacate inteiro, quase um e meio, com leite, açúcar demerara e baunilha, levei para gelar e depois bati um pouco à mão, antes de gelar completamente. Poderia ter adoçado um pouco mais, mas ficou bom - não tanto quanto o que eu, Jana e Elisa tomávamos em frente à TV Cultura (industrializado, claro), mas bem bom.

Comida de verdade e comida fit

Sempre que dá, troco ingredientes nas receitas para que elas fiquem mais saudáveis. Caso da páprica misturada ao leite de coco no lugar do dendê quando faço moqueca (o dendê é ótimo, mas pesa em um almoço no meio da semana), ou do leite de coco no lugar do creme de leite para o creme de milho. Às vezes, diluo um pouco o leite de coco, para reduzir as calorias. 
Já tentei fazer algumas receitas fit, e até comprei um livrinho da Lucília Diniz que é vendido em bancas de jornal. Não é algo que costuma me animar muito, mas mesmo assim comprei xylitol para experimentar em algumas receitas - aqui em casa, não funcionou tão bem, porque ele pode dar um pouco de dor de barriga; então, uso nos pães para quem quer restringir o açúcar. 
De todo jeito, tenho um pé atrás com a total descaracterização da comida, ou, pior, com a moda de se tirar absolutamente tudo que supostamente dá alergia: lactose, glúten, açúcar. Claro que se associam a essas substâncias os processos inflamatórios que podem adoecer uma pessoa, mas é preciso pensar um pouco além: muito mais do que comemos pode nos fazer mal porque ingerimos quantidades absurdas de agrotóxicos e outras substâncias químicas bizarras, presentes nos conservantes, espessantes e adoçantes dos alimentos processados. Não é só o açúcar refinado usado no bolo que fará mal; pode ser também o ovo cheio de hormônios, a farinha sem nutrientes, a margarina repleta de gordura não saudável. 
Hoje, no Brasil e no mundo, comemos mal, mas a solução mais imediata não está em seguir a moda fit, e sim em melhorar a qualidade do que colocamos no prato. Sempre que possível (e isso dá mais trabalho que comprar docinhos feitos sem açúcar, sem farinha e sem leite), comprar do pequeno produtor, evitar os ultraprocessados, como aconselha o Guia Alimentar da População Brasileira. É difícil pensar em gastar um pouco mais com alimentação em um país em crise, mas certamente vamos economizar com nossa saúde, não tendo de buscar médicos, remédios e tratamentos caros. 
Por isso, sou totalmente a favor da comida de verdade no lugar da comida simplesmente fit. Comida com sabor, menos produtos químicos, que dê alegria de fato, e não apenas "ausência de culpa", a quem prove. Às vezes, é melhor um pouco de manteiga de verdade para fazer um cheesecake do que simplesmente esmigalhar o biscoito no fundo da taça - como fiz no final de semana, seguindo uma "dica fit" de sobremesa. A frustração do sabor só traz mais vontade de comer um docinho, que me perdoem os fitólatras de plantão.

Cabeceira

  • "Arte moderna", de Giulio Carlo Argan
  • "Geografia da fome", de Josué de Castro
  • "A metamorfose", de Franz Kafka
  • "Cem anos de solidão", de Gabriel García Márquez
  • "Orfeu extático na metrópole", de Nicolau Sevcenko
  • "Fica comigo esta noite", de Inês Pedrosa
  • "Felicidade clandestina", de Clarice Lispector
  • "O estrangeiro", de Albert Camus
  • "Campo geral", de João Guimarães Rosa
  • "Por quem os sinos dobram", de Ernest Hemingway
  • "Sagarana", de João Guimarães Rosa
  • "A paixão segundo G.H.", de Clarice Lispector
  • "A outra volta do parafuso", de Henry James
  • "O processo", de Franz Kafka
  • "Esperando Godot", de Samuel Beckett
  • "A sagração da primavera", de Alejo Carpentier
  • "Amphytrion", de Ignácio Padilla

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